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Publicado em 29/01/2010 as 12:00am

Brasileiro cruza as Américas sobre duas rodas

Morador de Somerville ? MA, o mineiro Waldeir Antônio de Lima, atravessou 15 países e mais de 20.000 km com sua motocicleta. Ele enfrentou diversas dificuldades, sendo até mesmo subornado pelas FARC na Colômbia para poder seguir viagem


Por Marcelo Zicker
 

Na manhã do dia 29 de Outubro, o mineiro Waldeir Antônio de Lima, que reside em Somerville – MA, tomou a decisão de realizar um sonho antigo.  Cruzar as Américas munido de sua moto e de todo equipamento necessário para aproximadamente dois meses de muita aventura, imprevistos, descobertas e surpresas.

O desafio que atravessou mais de 15 países, 20.000 km, custou 2 pares de pneus, 11 trocas de óleo, $30.000 em gastos e que colecionou muitas paisagens e  histórias inesquecíveis, vinha sendo planejado há algum tempo  e segundo Waldeir ‘ foi um grito de liberdade, um jeito de fugir do stress do dia-a-dia’. “ Eu já vivo nessa terra há mais de 20 anos , e já conquistei muita coisa, já vivi muito essa rotina da ‘américa’. Eu queria fugir do stress, tirar umas férias, e aproveitar a oportunidade agora, que ainda tenho saúde e condição para isso” afirma, ele que trabalha como açougueiro num supermercado em Somerville. “ Como meu chefe me deu apenas uma semana de folga, eu não pensei duas vezes em pedir demissão e fazer a viagem” completa ele, que utilizou o Fundo de Garantia que tinha com a empresa para custear a aventura, e levou um GPS e alguns mapas na mala.

Saindo de Washington, ele gastou 4 dias para cruzar os EUA, passando pela Carolina do Sul, Texas e descendo pelo México, Guatemala, Honduras, El Salvador, Nicarágua, Costa Rica, Panamá, Caribe, Colômbia, Peru, Equador, Chile e Bolívia, até adentrar o território tupiniquim, onde fez a última parada em Tupaciguara –MG, sua cidade natal. “ Eu vi de tudo que você possa imaginar. Fiquei muito impressionado com a pobreza de países como El Salvador e Honduras.  Ao mesmo tempo, me impressionei com as belezas naturais da Costa Rica e da Guatemala. Sem contar lugares como o Deserto do Atacama, Cordilheira dos Andes, a Serra das Águas na Colômbia e outras regiões muito bonitas” conta ele, recém-chegado aos EUA.

‘Achei que não fosse conseguir’ relata o brasileiro

Entre os vários desafios que sofreu durante o trajeto, ele afirma que o pior foi suportar as mudanças climáticas e imprevistos durante a viagem. “ Eu peguei temporais fortíssimos de chuva, tive que trocar o óleo da minha moto por 11 vezes, cruzei o Deserto do Atacama por dois dias sem avistar um posto de gasolina, atropelei capivaras,  e ainda sofri com a tentativa de extorsão por autoridades locais. Até mesmo as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) me pediram $100 para deixar eu seguir viagem” relata Waldeir, que afirma que o momento mais tenso da aventura foi quando adentrou Honduras. “ A bandeira do Brasil foi carregada comigo ao longo de toda a viagem, mas chegando em Honduras, eu me deparei com uma crise política (O presidente deposto Manuel Zelaya esteve refugiado na Embaixada Brasileira em tentativa de voltar ao poder) e o clima com relação ao Brasil não era bom. Muita gente logo chegou querendo arrancar a bandeira da minha moto e achei que eu ia  acabar sendo agredido, tamanha era a revolta daquele povo quanto ao Brasil. Achei que não ia conseguir dar prosseguimento à viagem a partir dali. Felizmente, guardei a bandeira por um tempo e consegui avançar” confidencia.

O percurso diário feito por Waldeir era de 300 a 800 km por dia. Tudo dependia do que estava por vir em cada parada. “ Eu chegava com a moto, com a placa americana, bandeira do Brasil, muita gente já vinha falar comigo, se mostrava curiosa, me chamavam para almoçar, festejar com eles. Não fiz essa viagem com pressa, fui no meu tempo, aproveitando todos os bons momentos e sem um prazo estipulado” afirma ele , que confidencia que a maior parte dos gastos da viagem foi em taxas migratórias dos países. “ Eu paguei uma média de $400 a cada entrada em um país. Foi o meu maior gasto com essa viagem” completa ele. Waldeir chegou ao Brasil no dia 8 de Dezembro pelo Porto Soares no Mato Grosso do Sul e permaneceu mais um mês no pais antes de retornar à Massachusetts.

Sobre novos projetos, ele afirma que pretende ir até o Alaska de moto e viajar pela Europa. “ Essa foi a viagem da minha vida, eu faria tudo de novo. Tenho um sonho de ir até o Alaska de moto e ir com a minha esposa para a Europa. Já vou me preparar para essas novas aventuras”.                            

Fonte: (Da redação)

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