Publicado em 1/03/2010 as 12:00am
Brasileiros envolvidos alegam inocência
Os irmãos Douglas e Karine Mendes desabafam em entrevista exclusiva, afirmando que nunca promoveram rinha entre os canários da casa e que temem a deportação
N a noite
do último dia 13, uma ação conjunta
entre ICE, FBI e a Polícia de Ashland – MA, desmantelou um suposto esquema de
rinha de canários na cidade, realizando
uma batida em uma casa onde viviam 7 brasileiros. Passadas algumas semanas do ocorrido, dois moradores
foram encontrados pelo BT e afirmam que ‘ tudo foi um mal entendido, ninguém da
casa praticava rinhas, e muita mentira tem sido publicada acerca do caso’.
Durante a
batida, aproximadamente 20 canários e 40
gaiolas foram encontradas e confiscadas. A investigação do caso trabalha com a
hipótese de que os pássaros fariam parte de uma grande rede de rinhas, com a
promoção de brigas entre os pássaros. O mineiro Douglas Mendes, mora na casa e ainda está atordoado com o episódio,
se dizendo inocente das acusações. “ Moro na casa há mais de um ano, e quando
cheguei lá, os pássaros já estavam lá, eram de um antigo morador. A gente
cuidava deles, dava água e comida , e nunca realizamos nenhuma rinha”
testemunha Douglas, que tem uma companhia de limpeza e mora no país há mais de
10 anos. “ Sempre fui um trabalhador honesto, nunca tive problemas com a
polícia, sempre paguei meus impostos, e não tenho motivo para ser crucificado
dessa maneira” completa o desabafo.
Suposto incêndio era apenas a ‘fumaça de uma
chaminé’
A presença
da polícia no dia do incidente foi justificada por uma denúncia de incêndio no
local, por causa da constante fumaça nos
arredores da residência. “ Não entendi porque chamaram o Corpo de Bombeiros e a
Polícia por causa daquela fumaça, que na verdade estava vindo da chaminé, por
causa da lareira. Todo inverno acendemos a lareira e é natural que saia fumaça
da casa por isso” afirma Karine Mendes, irmã de Douglas , que já residiu no
local. Ela não esconde o ressentimento na maneira como a notícia tem sido
veiculada. “ Falaram que a casa tinha 20 moradores, que não pagamos aluguel,
que somos arruaceiros, todo tipo de mentira foi dita a nosso respeito. Moramos
em 7 na casa, cada um tem seu quarto e nunca fizemos bagunça para
que nos pudessem chamar de vagabundos. A policia não nos notificou de
nenhuma Côrte ainda, ao contrário do que foi falado, e ainda estão
investigando o caso” diz Douglas. Segundo ele, os pássaros ficavam num
basement, e periodicamente os moradores cuidavam dos canários, levando comida e
água. “ Não era nada além disso. Nunca participei de rinha de pássaros na minha
vida, e não pretendo jamais. O que tem
sido falado em rádios e jornais tem deixado nossa família em Ipatinga muito
triste e as pessoas tem nos perguntado sobre os pássaros. Não temos nada a
esconder e tenho convicção que a verdade vai aparecer” diz o mineiro. Sobre não estar presente no momento da batida,
o brasileiro justifica que estava de folga, na casa de um amigo, e que iria
voltar apenas 3 dias depois.
Presença do ICE resultará em Côrte para
brasileiros
Com a
presença do ICE no local, os brasileiros tiveram seus status migratórios
conferidos, e devem comparecer à Côrte de Imigração em breve. “ Moro aqui há 14
anos e não penso em voltar pro Brasil tão cedo. Não estou aqui porque quero,
mas sim porque preciso. Meu filho tem um problema crônico nos rins, já fez
diversas cirurgias e precisa de tratamento constante. No Brasil eu nunca iria
ter condições de arcar com essas despesas médicas. Estou com medo do que pode
acontecer comigo e minha família” confidencia Karine. “Trabalhamos honestamente como todos os
imigrantes e por causa de um mal
entendido, caímos nessa confusão. Não somos bandidos, não merecemos viver esse
pesadelo” completa a mineira, que trabalha limpando casas.
Na
residência, foram encontradas 20 aves da raça “Saffron Finches” (Canários da
terra), que são nativos da América do Sul, juntamente com 40 gaiolas
especialmente desenhadas para o transporte de pássaros de briga, afirmou o
sargento Greg Fawkes. Apesar das más condições em que eram mantidos, não se
verificaram danos aos animais, que pareciam saudáveis, segundo afirmou Cheryl
Rudolph, oficial do Centro de Controle de Animais ao jornal MetroWestDailyNews.
Todos eles foram confiscados e devem ser liberados para a adoção. O BT tentou o
contato com um dos investigadores do caso, mas até o fechamento dessa edição
não conseguiu novas informações sobre o andamento das investigações.
Fonte: (Da redação)