Publicado em 4/06/2010 as 12:00am
Marco Brasil diz que deixará carreira para virar político
O Rodeio World Cup Bull Riders 2010, que aconteceu nos dias 29 e 30 de maio, em Hudson, trouxe como uma das atrações principais, o narrador de rodeio Marco Brasil acompanhado da banda Alô meu povo, que agitou todo o público presente nos dois dias de festa
Por Claudia
Carmo
O Rodeio
World Cup Bull Riders 2010, que aconteceu nos dias 29 e 30 de maio, em Hudson,
trouxe como uma das atrações principais, o narrador de rodeio Marco Brasil acompanhado
da banda Alô meu povo, que agitou todo o público presente nos dois dias de
festa.
Em
entrevista exclusiva ao jornal Brazilian Times, Marco Brasil falou sobre a sua
vinda aos EUA, sua participação no rodeio, sobre o futuro de sua carreira e
muito mais.
O que você
acha de participar como artista oficial do rodeio World Cup Bull Riders 2010
“É um
motivo de muita alegria para mim, acho que não só conhecer vir fazer compras. Temos
um compromisso em trazer alegria para as pessoas que estão aqui com saudades do
Brasil e um compromisso com o rodeio, com a música sertaneja em representar o
povo brasileiro amenizando um pouco a saudade. Acho que é um dom que Deus me deu
e sou muito feliz. Já é a décima vez que estou aqui. Comecei em New Jersey, em
um rodeio com o Francisco Sampa. Depois, os anos vão passando e pensamos que já
não tem mais o que fazer, que as pessoas se cansaram da gente, mas entra ano e
sai ano, e eu sempre voltando. Eu quero agradecer muito à toda a galera que nos
contrata. São pessoas sérias e isso é bacana e sempre conhecendo. Fazendo mais
amigos e isso é importante”, fala.
Brazilian Times - E no Brasil, o que você está fazendo?
Continua se apresentando em rodeios, agora com a sua banda?
Marco Brasil - Eu acho que tudo tem um começo, meio e fim. Eu
penso em parar e estou me preparando para isso, porque são quinze anos e eu
acho que temos que dar oportunidade para outras pessoas que estão surgindo. Eu
tenho novos projetos, sou pré-candidato a Deputado Estadual pelo estado de São
Paulo. Sou filiado ao Partido Democrático Trabalhista-PDT e vou disputar uma
vaga nas próximas eleições. Quem sabe eu possa representar o rodeio, a música
sertaneja de outra forma.
Brazilian Times - Você como um narrador de rodeio e cantor,
com o seu talento é conhecido no Brasil. Se for eleito você vai parar a sua
carreira artística?
Marco Brasil - Parar talvez não, mas eu vou diminuir bastante,
porque eu vou ter os compromissos e além da questão política. Eu devo ter uma
empresa gerenciando e apresentando novos projetos para os rodeios, agricultura,
agropecuária, se eu for eleito. Sei que não vai ser fácil, mas será um grande
desafio em minha vida, mas eu estou acreditando bastante. Na verdade você me
pegou com essa pergunta com as calças nas mãos, como dizem os mais antigos. É uma
coisa para ser estudada. Eu acho que já passou a minha época na questão do
rodeio. Eu sou bastante auto-crítico e não concordo, por exemplo, com a Xuxa no
ar até hoje fazendo o papel que faz, o Didi, o Faustão, o Sílvio Santos. Na
minha opinião, eu acho que deveria mudar e valorizar os novos talentos. Essa
visão eu tenho também em relação à política, como tem muitos políticos, que já
deram tudo o que tinham que dar. Eu penso assim para mim tudo tem um começo,
meio e fim. Se eu não estiver no fim do rodeio, estou um pouco acima do meio,
então eu acho que eu vou ajudar mais se eu poder dar cursos para essa meninada
que esta começando, dar idéias para os rodeios e ajudar de uma forma geral
independente de eleição.
Brazilian Times - Qual a dica que você pode dar as pessoas que
querem seguir a carreira de locutores de rodeio, que se inspiram em você que
conseguiu sucesso na sua carreira?
Marco Brasil - Eu não acredito na questão de ser artista de
sucesso, porque eu acredito no reconhecimento das pessoas. Quando as pessoas
gostam do seu trabalho, seja você branco, preto, loiro, moreno, gordo ou magro,
as pessoas compram e valorizam seu trabalho. Esse biótipo que as pessoas falam
só faz sucesso no Brasil quem e bonito a historia não mostra isso, então você
tem que fazer tudo o que você quiser com amor. Para isso a pessoa que estiver
começando no rodeio agora, tem que buscar o seu sonho. Não deixar que o medo
atrapalhe seus sonhos, objetivos e tem que ter uma determinação daquilo que ele
quer. Muitas vezes nos temos a nítida e a falsa idéia de que nos somos
humilhados. As vezes as pessoas ficam com pena de si próprio, então isso não e
certo. Eu acho que você tem que lutar e lutar, porque na vida nada cai de mão
beijada, um exemplo, são os imigrantes que estão aqui, o povo brasileiro, que
deixaram seus lares, para tentar buscar algo novo. E difícil, mas nada e
impossível.
Brazilian Times - Qual e a formula que você usou na sua
carreira?
Marco Brasil - Durante a minha carreira eu sempre usei a
verdade. Verdade comigo, verdade com as outras pessoas. Jamais olhar as pessoas
com olhar diferente, porque somos todos iguais. Eu separo muito o Marco
Aurélio, que sou eu, do Marco Brasil. O Marco Brasil e passageiro vai acabar as
pessoas vão esquecer e eu vou continuar com a minha vida. No Brasil hoje, o
cara vende um pouco de CD e ninguém mais tem acesso a ele, nem sua própria
família. Isso e uma coisa que eu acho complicado, porque perde a essência de si
próprio, então cai em depressão e entra em vários problemas, então acaba essa
fase e os amigos já se afastaram, os que se diziam amigos usaram e depois foram
embora ai você não tem mais nem um, nem outro. Isso resulta em muitos casos de
artistas que vemos hoje com muitos problemas.
Brazilian Times - Quanto a banda como você resolveu criar o
“Alo meu povo”?
Marco Brasil - Existem muitas cidades que gostariam de ver o
Marco Brasil e as pessoas não conseguem, porque as vezes não tem rodeio, então
nos montamos a banda para que as pessoas possam ver o nosso trabalho nos
mandamos os versos, eu canto. A banda já existe ha três anos, e eu já estou na
estrada há 15 anos, mas hoje, ganho mais dinheiro com os shows da banda, do que
no próprio rodeio. Eu não tenho o dom de cantar como um passarinho igual a muitos
artistas, mas agente faz o arroz com feijão, um show feito para alegrar as
pessoas, para se divertirem e dançarem. E procuramos passar ao publico o amor e
o respeito que temos por eles. E o bom mesmo e agente estar aqui e passar toda
essa alegria a esse povo tão querido e espero voltar mais vezes.
Fonte: (Da redação)