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Publicado em 27/08/2010 as 12:00am

72 imigrantes são assassinados durante viagem de travessia

O grupo estaria se preparando para atravessar a fronteira com os EUA quando foi abordado por membros do crime organizado local. Segundo o Itamaraty, pelo menos 4 seriam brasileiros

 

Em uma tragédia que causou comoção  em todo o país, foram encontrados 72 corpos de imigrantes do Brasil, Honduras, Equador e El Salvador em um rancho na cidade de San Fernando -  México, nessa semana. Segundo suspeitas, o grupo estaria se preparando para atravessar a fronteira com os EUA, quando foram vítimas da chacina.  Segundo o Itamaraty, pelo menos 4 seriam brasileiros. O episódio tem sido apontado como um retrato real do drama da imigração clandestina para os Estados Unidos.

Diplomatas do Brasil, Honduras, Equador e El Salvador viajaram nesta quinta-feira (26) ao estado mexicano de Tamaulipas (nordeste) para identificar os corpos das vítimas. A chancelaria mexicana pretende enviar agentes consulares de Brasil, Equador, El Salvador e Honduras a San Fernando, onde estão os corpos , segundo informou Marcio Lage, cônsul geral do Brasil no México.

Na terça-feira, militares mexicanos encontraram 72 cadáveres - pelo menos quatro deles de brasileiros - em um rancho de San Fernando, após a denúncia feita por um sobrevivente do massacre.Com apenas 18 anos, o equatoriano sobrevivente contou ter levado um tiro no pescoço e fingido de morto em meio aos corpos dos outros imigrantes para escapar. Ele denunciou o caso ao exército. O cônsul Lage informou que o agente brasileiro verificará os documentos encontrados com as vítimas para identificar sua nacionalidade.

A embaixada de El Salvador no México indicou, por sua vez, que ainda não há "dados confirmados" sobre os salvadorenhos mortos. Hugo Carrillo, embaixador do país no México, informou  que dois cônsules viajarão nesta quinta-feira para lidar com a situação.

Uma fonte do Ministério Público de Tamaulipas explicou que, segundo a versão do sobrevivente, os assassinos, membros do crime organizado local ligado ao narcotráfico, haviam convidado o grupo para trabalhar para seu bando, com pagamento de 1.000 dólares quinzenais. Ao rejeitarem a proposta, os imigrantes foram atacados pelos traficantes a tiros. Também se cogita a possibilidade de o grupo ter sido vítima de um golpe de grupos anti-imigrantes em parceria com criminosos mexicanos,  na tentativa de elucidar sobre o risco da travessia, e intimidar quem planejaria adentrar o país de forma ilegal.

O equatoriano, aparentemente única testemunha do crime, indicou membros do cartel dos Zetas como responsáveis pelas mortes. Ele está em um hospital sob forte vigilância e será receberá proteção do Ministério Público. O presidente mexicano, Felipe Calderón, condenou "energicamente" o massacre dos 72 imigrantes. "O presidente Felipe Calderón condena energicamente os fatos nos quais perderam a vida 72 pessoas, supostamente imigrantes", assinala um comunicado oficial da presidência, que enfatiza que esta matança aconteceu "dentro de uma luta violenta entre o cartel do Golfo e seus ex-aliados, Los Zetas".

Alguns brasileiros em Massachusetts se mostraram preocupados com a presença de conhecidos dentre as vítimas. “ O meu primo me avisou que estava pra chegar por esses dias, estamos com medo que ele esteja entre os mortos” disse F.S.C, mineiro que fez a travessia pelo México há 8 anos e ajudou o primo com os contatos pra também adentrar o país. “ Eu sabia dos riscos, porque já atravessei, mas não pensei que tudo ia acabar nessa tragédia” desabafa o brasileiro, que prefere não se identificar.

 

Fonte: (Da redação / g1.com.br)

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