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Publicado em 26/01/2011 as 12:00am

Acusado de ser 'coiote', brasileiro é inocentado e pode ser legalizado

Há três anos, o mineiro Evaldo Ferreira Pinto foi acusado de pertencer à uma quadrilha de coiotes que atuava na fronteira com o Canadá. Libertado e absolvido, ele poderá fazer do episódio o caminho para sua legalização

 

Acusado de pertencer à uma quadrilha de coiotes que trazia brasileiros aos EUA pela fronteira do Canadá, o mineiro Evaldo Ferreira Pinto, de 36 anos, ficou mais de um ano detido até ser inocentado das acusações ocorridas no fim de 2008. Há quase 2 anos libertado da prisão, ele aguarda processo de obtenção do visto U ( para vítimas de crimes) e poderá até receber a residência permanente com os desdobramentos de seu caso.

No dia 5 de Março de 2009, após um processo de extradição iniciado no ano anterior, as autoridades canadenses entregaram Evaldo juntamente com outro brasileiro, Alexandre da Silva, para a polícia norte-americana, que iniciou uma investigação para averiguar as acusações de tráfico humano e entrada ilegal nos EUA. Aguardando o processo sob custódia da Imigração, ambos ficaram presos muito além do tempo permitido para imigrantes sem status migratório, sendo que Evaldo permaneceu detido por um ano e um mês, extrapolando os 6 meses definidos pela lei.

O episódio ocorreu na divisa entre Vermont (Derby Line) e Quebec. A região de Derby Line é composta por ruas residenciais e edifícios que atravessam a fronteira. A Polícia Canadense prende, anualmente, uma média de 40 pessoas que tentam entrar ilegalmente no Canadá através da Derby Line. Na época do ocorrido, outros 2 brasileiros, Janete Maria Andrade Valença e Victor Botelho,  também foram acusados de pertencer à quadrilha.

 Julgados em Agosto do mesmo ano, ambos se confessaram culpados das acusações de entrada ilegal no país, mas foram inocentados de terem atuado como ‘coiotes’,  do crime de tráfico humano.  Alexandre porém, foi sentenciado a  41 meses de cadeia por ter agredido um policial na fronteira, no ato do flagrante da travessia.  Evaldo foi libertado, mas permanece sob custódia do U.S. Immigration and Customs Enforcement ( ICE), utilizando uma tornozeleira-GPS e  esperando um veredito final do seu caso. “Após todo o tempo de investigações, eles concluíram que eu não atuei como ‘Coiote’ e até agora não decidiram o que fazer comigo. Meu advogado afirma que tenho boas chances de conseguir o visto U e aplicar pro Green Card em seguida, por ter sido vítima de um engano como esse” confidencia Evaldo, que reside em Fall River – MA e que tem que ir a Boston todas as segundas-feiras, para se apresentar à Imigração. “Eles querem ter a certeza que não vou fugir e que vou ficar por aqui enquanto o meu caso é resolvido. Fiquei um bom tempo sem ter que utilizar a tornozeleira, não entendo o porque de ter que usar isso agora” questiona ele.

 Dificuldades e agonia pelo resultado do processo

Após ser libertado da prisão, o brasileiro recebeu uma autorização de trabalho válida para o tempo que espera o andamento de seu caso. Segundo Evaldo porém, os seus compromissos com a Imigração e a temporada fraca para a construção civil tem criado grandes dificuldades para se manter no pais. “ No meu setor de trabalho, eles querem pessoas que fiquem disponíveis de segunda a segunda,e pelos meus compromissos com a justiça, eu não tenho como ter essa disponibilidade, então isso vira um problema na hora de conseguir um emprego” afirma ele, que está há quase dois meses sem trabalhar.

A liberdade e os bons prognósticos com relação à sua permanência no país tem um bom motivo. Evaldo está sendo peça fundamental nas investigações que apuram a existência de um amplo esquema de tráfico humano, onde quadrilhas de coiotes estão na mira das autoridades de Imigração do país.

Fonte: (Da redação)

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