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Publicado em 20/04/2011 as 12:00am

GMB protesta contra Comunidades Seguras

"Eu vim para protestar. Nós não somos criminosos, isto não é democracia", disse Carla Fabiana, de Watertown, uma das 250 pessoas, entre elas cinco brasileiras, presentes na reunião comunitária sobre o programa Comunidades Seguras

“Eu vim para protestar. Nós não somos criminosos, isto não é democracia”, disse Carla Fabiana, de Watertown, uma das 250 pessoas, entre elas cinco brasileiras,  presentes na reunião comunitária sobre o programa Comunidades Seguras, que o governo do estado promoveu sábado último em Waltham. Carla trabalha como housecleaner desde que veio do Espírito Santo há seis anos. O Comunidades Seguras é um programa federal que permite aos policiais enviar a impressão digital de qualquer pessoa presa para a imigração.

O discurso anti-imigrante, preconceituoso, violento mesmo de algumas pessoas no auditório não assustou Carla e suas amigas, nem as muitas famílias imigrantes que lotaram o auditória da escola de Waltham. Mas parece assustar o Governador e sua equipe, pois a quarta reunião foi reduzida em 45 minutos e as 10 reuniões estão reduzidas a seis. A mineira Rosângela Souza, de Newton, também foi para pedir que o programa não seja implementado. Rosângela, que mora nos Estados Unidos há 11 anos, soube da reunião no curso de inglês. Ana Paula Oliveira, de Everett, classificou o programa de “desumano”. Ela veio de Minas Gerais há sete anos e também trabalha em limpeza. “Eu vim para defender nossa raça”, disse Maria Viana, do Espírito Santo e Newton, que imigrou há 25 anos.

Como de costume, os representantes do governo não tinham respostas para algumas das perguntas mais importantes: Por que o Governador não pede uma licença para não participar do programa, como o estado de Washington e o distrito de Columbia fizeram? Como o governo explica que um programa que alega ser dirigido para criminosos já deportou em Boston 53% de imigrantes sem antecedentes criminais? Por que o Governador quer implantar logo o programa quando tem até 2013?

A resposta da administração Deval Patrick é uma só: “Não sabemos”. Depois de um início de vaia durante a reunião em Lawrence, há duas semanas, os representantes do Governo mudaram o escript para “Vamos sentar com a imigração e pedir para eles responderem estas perguntas”.

O chefe de polícia Jack A. Cole, de Everett, foi um dos que testemunharam contra o programa. Jack citou estatísticas de crimes nunca solucionados, alertando que a ajuda da comunidade para a solução dos crimes é fundamental. Ele teme que o Comunidades Seguras vai minar mais ainda a confiança das pessoas na autoridade policial. A Reverenda Wendy von Zirpolo, da igreja Universalista Unitária, lembrou que “nós já vimos isto antes em Selma, Auschwitz, Rwanda, Dafur. Eu vi o preço pago por pessoas negras e morenas”. Wendy segurava um cartaz com a a palavra Love escrita em branco sobre um fundo laranja. E mandou um recado para o Governador: “Massachusetts deve liderar o caminho como já fêz antes, dizendo não aqui, não agora, nunca”.

O Reverendo Fred Small, de Cambridge, disse que estava ali “ao lado do amor com famílias imigrantes, estudantes e trabalhadores.  “O programa Comunidades Seguras é movido pelo medo – medo da diferença, medo do outro, medo dos estrangeiros, medo da escassez, medo da competição. Ao invés de nos unir, o programa Comunidades Seguras nos divide, prejudica a segurança porque as pessoas vão ficar com medo da polícia. Eu imploro ao Governador Patrick: por favor não lidere Massachusetts na estrada para o Arizona.  Rejeite o Comunidades Seguras”.

As duas últimas reuniões do governo sobre o Comunidades Seguras acontecem dia 28 próximo, das 18 às 20 horas, na escola de segundo grau de Chelsea (299 Everett Avenue) e no sábado, dia 14 de maio, das 12 às 14 horas, no Massasoit Community College de Brockton (770 Crescent Street).

O Grupo Mulher Brasileira está organizando um grupo para ir às duas reuniões. Quem estiver interessada entre em contato com Grupo pelo telefone 617-787-0557 ramais 14 e 15.

Fonte: (da redação)

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