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Publicado em 16/05/2011 as 12:00am

Fraca presença de brasileiros marca último encontro em MA

Sob clima tenso, gerado pelo confronto direto entre opositores e defensores da polêmica lei, Brockton (MA) foi o palco para mais um embate sobre o programa Secure Communities

Por Murilo Silva


No sexto e último encontro sobre o programa Secure Communities, que ocorreu sábado(14), no Massasoit Community College, em Brockton- MA, o clima anti-imigrante prevaleceu durante o evento, com muitos ativistas em favor do programa demonstrando apoio à assinatura da medida, em contraponto com um bom número de imigrantes que pediam que o governador Deval Patrick voltasse atrás de sua decisão de aprovar o projeto. Infelizmente, a participação da comunidade brasileira foi mínima, decepcionando ativistas.

Sob clima tenso, gerado pelo confronto direto entre opositores e defensores da polêmica lei, Brockton (MA) foi o palco para mais um embate sobre o programa Secure Communities. A cidade tem forte presença da comunidade brasileira e também de imigrantes hispânicos.

Representando o governo Deval Patrick, estiveram presentes a Secretaria de Segurança Pública do estado de Massachusetts, Mary Heffernan e o Sub-secretário Curtis Wood, que mais uma vez apresentaram e esclareceram sobre os principais pontos do programa para a audiência.

 

‘A lei é para os criminosos’ afirmam autoridades

 O sub-secretário destacou que ‘o principal objetivo do programa não é de nenhuma maneira discriminar os imigrantes ilegais, mas tornar as comunidades mais seguras, através do recolhimento das digitais de qualquer pessoa que cometer um delito passível de prisão em Massachusetts’. Segundo ele, este procedimento é realizado desde 1967 para o arquivo criminal do país. O objetivo do exame datiloscópico é comparar as digitais do infrator com as do banco de dados da polícia do estado, e com as do Federal Bureau of Investigation (FBI), e através do cruzamento de informações, saber se o detido já cometeu algum crime no passado e é procurado pela polícia. Segundo ele, a única forma de obter esta informação é através das digitais, pois inclusive cidadãos americanos cometem crimes em outros estados e utilizam identidades falsas para levar uma vida normal em Massachusetts, por isso a necessidade do exame. Kurt Wood frisou que o recolhimento de digitais não autorizaria a polícia a aplicar a lei de imigração. Em sua apresentação, o sub-secretário ainda salientou que a polícia do estado de Massachusetts é treinada para não discriminar nenhuma pessoa por sua raça ou etnia, mas sim para separar os criminosos dos cidadãos que respeitam as leis.

 

Trabalhando para evitar falhas no trabalho policial

                                                                                                            

Seguindo o mesmo tom da apresentação do sub-secretário, a secretária de segurança pública do estado de Massachusetts, Mary Heffernan, garantiu que o Immigration & Customs Enforcement (ICE), só é acionado em casos de detentos que tenham grau de periculosidade nível 1, que compreende os homicidas, estupradores, ladrões, sequestradores, traficantes ou qualquer um que represente algum perigo para a segurança do estado.

A Secretária afirmou ainda que a polícia tem que fazer seu trabalho de manter a segurança nas comunidades. E que a polícia tem tentado fazer o que é necessário da melhor forma possível, de maneira justa, mas que infelizmente não é sempre o que acontece, em função de falhas que o estado vem tentando corrigir.

 

Embate entre ativistas e anti-imigrantes

 

Após o governo do estado se manifestar através de seus representantes, foi a vez dos presentes se manifestarem, exaltando os ânimos de quem apóia e de quem é contra o programa. Como forma de evitar confrontos mais diretos, foram separados em duas filas distintas aqueles que queriam ter o direito de se manifestar no evento, sendo que os que apóiam a lei tinham claramente mais representantes.

Do lado dos que são a favor, cidadãos americanos em sua maioria, o principal argumento é a segurança nas cidades, e para eles é inconcebível a idéia do governo permitir que existam pessoas sem documentos, de origem desconhecida vivendo em sua vizinhança. Os mais exaltados se manifestaram de forma bem agressiva a favor da identificação de todos os detidos e da deportação dos ilegais.

Já o chefe de polícia da cidade de Brockton, Willian Conlon, apesar de ser a favor da lei, disse que em Brockton a convivência com a comunidade imigrante vai ser pacífica, e que a polícia da cidade vai perseguir somente os criminosos, não os imigrantes. Esta opinião gerou aplausos dos imigrantes presentes e vaias dos defensores do programa.

Já do lado dos que são contra o programa, o principal argumento é que na cidade piloto do programa em Massachusetts, Boston, 53% de deportações sob aplicação do programa, atingiram imigrantes que não tinham cometido nenhum crime violento, argumentando que a lei tem punido não apenas os criminosos, mas também os indocumentados comuns.

 

Brasileiros perdem mais uma chance

 

Mesmo sendo Brockton um grande reduto de brasileiros, mais uma vez a presença da comunidade neste importante evento foi mínima.

Segundo Érica Lopes, os brasileiros não comparecem por medo, e que os hispânicos são muito mais organizados e articulados com relação aos assuntos imigratórios do que os brasileiros. Segundo sua opinião, ‘a maior participação e organização dos brasileiros é que vai gerar um resultado maior para a comunidade, e cita o próprio exemplo como forma de provar que vale a pena participar. Participante da Cooperativa Vida Verde, que é fruto da articulação do Grupo Mulher Brasileira, Érica reconhece que só participando é que as conquistas virão.

Já segundo Sílvia Braga, outra brasileira componente da Cooperativa Vida Verde, a união de todos contra o Programa Secure Communities é de fundamental importância, pois a lei é sim discriminatória e faz com que os inocentes paguem pelos criminosos. Sílvia se disse muito triste de ver que os defensores da lei estavam mais uma vez em maioria, e que toda a comunidade vai sofrer muito com a implementação do programa.

Fonte: (da redação)

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