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Publicado em 18/05/2011 as 12:00am

Festival de Pipa suscita nostalgia e alegria de adultos e crianças

No sábado(14), adultos e crianças se reuniram no Franklin Park de Dorchester/MA para o Festival Anual de Pipas organizado pelo Franklin Park Coalition e pelo Discover Roxbury

Por Amélia Andrade


Cabresto, papel de seda, cerol, rabiola. Quem no Brasil não chegava da escola ansioso pra soltar pipa na laje, no jardim, na rua ou na praia? No último sábado(14), adultos e crianças se reuniram no Franklin Park de Dorchester/MA para o Festival Anual de Pipas organizado esse ano pelo Franklin Park Coalition e pelo Discover Roxbury. O festival,  que teve início em 1969 e atingiu ápice popular na década de 90 (sendo chamado na época de Great Boston Kite Festival), começou a perder público nos últimos anos, tendo o número de milhares de participantes de tempos passados, reduzido a centenas, até parar de existir oficialmente por completo. Por isso, o festival desse ano foi especial, porque conseguiu apoio de duas organizações locais pela primeira vez após cinco anos.

Quem participou da brincadeira no sábado pôde observar que a diversão foi monopolizada pelos próprios pais, que pareciam se divertir mais com esse simples objeto do que seus filhos.   

Pais esses como o brasileiro Sânzio Madeira, de 33 anos, que quando criança em Governador Valadares/MG costumava fazer suas próprias pipas de papel de seda e varas de bambu, e que no festival tentava ensinar seu filho Luís Felipe, de 6 anos, a empinar a pipa de plástico com desenho de borboleta.

“A pipa de papel de seda é mais fácil de levantar, é mais leve. E o bambu, que nessa pipa aqui é de plástico, é usado para dar firmeza e flexibilidade. Eu levantei a pipa aqui agora, ele gostou e ficou olhando, mas depois preferiu andar de bicicleta”, comentou rindo o consultor imobiliário que hoje reside em Marlborough.

Madeira não estava sozinho. Natural da Índia e hoje residente em Norwood, Pugal Panneersval também tentou repassar o prazer dessa diversão a sua filha de 4 anos de idade. “Eu cresci soltando pipa, então minhas velhas memórias estão retornando agora.  Ela gosta muito de ler e de jogos de matemática, mas quando eu tinha a idade dela eu estava sempre na rua soltando pipa.”

O húngaro Peter Sandy tentava aprender a soltar pipa pela primeira vez na vida, enquanto ao seu lado um senhor de cabelos grisalhos empinava a mesma pipa que leva sempre em seu porta-malas, caso se depare com qualquer vento favorável. “Para mim é um hobby. Você nunca sabe quando vai ter um dia de vento bom, então eu sempre deixo minha pipa no meu carro”, ele observou, sorrindo ao lado de sua esposa e filha pequena.

 As crianças aproveitaram o festival do jeito delas, correndo, dançando e pulando no pula-pula. Mas sem dúvida quem se divertiu mais soltando pipa foram os pais, que matavam a saudade de um hábito de infância.  Se em outros tempos, cortar a pipa do outro era motivo de briga, agora já adultos eles tentam encarar a prática como apenas um esporte. “A minha linha embolou na linha dele, o cara ficou nervoso e ao invés de desenrolar, ele arrebentou a minha pipa”, disse o brasileiro Madeira, entre risos que disfarçavam sua decepção. “Agora não tem mais jeito de brincar. Se fosse em outros tempos, isso terminava em porrada”, ele concluiu, saudoso.

A caminho do estacionamento com seu filho, Madeira se deparou com uma lata de lixo cheia de pipas ainda em bom estado e com linha no carretel, o que rendeu mais uma comparação. “Lá no Brasil a gente briga tanto por causa de uma pipa. Aqui, a turma usa a pipa e joga no lixo, dá pra usar ainda. Eu paguei por uma e vou levar duas”, ele disse, enquanto escolhia uma pipa com desenho de fogo na lata de lixo.

Suzanne Monk, voluntária pelo Franklin Park Coalition, explicou que a organização está sempre realizando eventos no Franklin Park, principalmente agora na primavera e no verão, como shows de jazz e apresentação de filmes no telão, e até oportunidade de trabalho para adolescentes, que são remunerados para trabalhar no parque e aprendem ao mesmo tempo sobre as árvores locais. Para mais informações, acessar www.franklinparkcoalition.org.

Fonte: (ABTN)

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