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Publicado em 9/06/2011 as 12:00am

Brasileiros comentam sobre Secure Communities

Os brasileiros e demais imigrantes de Massachusetts vão poder respirar um pouco mais aliviados, pelo menos por enquanto

Por Murilo Silva


Depois de polêmicas discussões, e de parecer que tudo pendia a favor da aprovação da lei “Secure Communities”, o governador do estado de Massachusetts agiu como verdadeiro aliado dos imigrantes e disse ‘Não’ à mais uma lei que ia prejudicar em muito a vida dos imigrantes que vivem nos EUA. A lei recusada pelo governador previa a identificação, através das digitais, de todas as pessoas que cometessem qualquer tipo de delito passível de prisão, com previsão de deportação para aqueles que tivessem problemas com a justiça, mas que na verdade  estaria contribuindo para deportar indocumentados não-criminosos.

Com este resultado, os brasileiros ficam um pouco mais tranquilos em viver no Estado,  mas apesar desta pequena vitória, ainda existe um longo caminho a ser percorrido no campo legislativo, pois a lista de leis anti-imigrantes, já mostrada aqui no Brazilian Times, é grande e pode afetar muito a vida dos  brasileiros.

A luta pela aprovação de uma reforma imigratória é uma constante de todos os ativistas e imigrantes que vivem nos EUA, só que além desta luta maior, todos ficam com a atenção voltada também, e principalmente, para as questões mais imediatas das muitas leis anti-imigrantes que cedo ou tarde, estão em pauta.

Segundo Matheus Barion, natural de Piracicaba(SP), vivendo há 10 anos nos EUA, e que escuta diariamente uma estação republicana de rádio, até mesmo os anti-imigrantes tem consciência do quanto os indocumentados contribuem para a economia do Estado, e isso pode ser também um grande ponto de apoio para o governador ter dito não à aprovação da lei. Matheus, empresário do ramo da construção, afirma que cada dia está mais difícil encontrar mão-de-obra imigrante para trabalhar no setor, e que a previsão de 7 anos atrás de George Bush, de que “os imigrantes ilegais iriam embora pelas próprias pernas”, está se concretizando, e que todas estas leis em pauta, fazem com que mais e mais imigrantes pensem em voltar para seus países de origem. Ele inclusive está “americanizando” sua empresa, com a contratação de nativos do país, comprovando que os tempos estão mudando. Matheus acredita que mesmo que ‘o presidente queira aprovar uma reforma  imigratória, o congresso não vai permitir, portanto será preciso se adaptar’, porque para ele o cenário não é muito otimista no campo da legalização.

Ronaldo Moura, natural de Lins(SP), há mais de 14 anos nos EUA, roda todo os Estados Unidos com seu caminhão, e acredita que as leis anti-imigrantes vão continuar surgindo enquanto a economia do país não melhorar. Ele analisa que ‘uma reforma deveria ter sido feita quando os americanos precisavam da mão-de-obra imigrante, e se não foi feita naquela época, agora que os americanos precisam de emprego, vai ficar muito mais difícil’, e que vitórias, como essa  derrota da lei em Massachusetts, não são conseguidas em todos os estados. Para ele , dia após dia a situação dos indocumentados vai ficando mais difícil.

Contente com a não aprovação da lei, Bernardo Godoy, natural de Goiânia(GO), há 9 anos vivendo nos EUA, acredita que está passando da hora de uma reforma imigratória, e que o governador de Massachusetts, ao não aprovar a lei, acaba forçando uma solução mais definitiva para a questão, e que se outros estados seguirem esta decisão, como já o fizeram Nova York e Ilhinóis, a reforma sairá antes do que muitos pensam.

A não aprovação da lei “Secure communities”, depois de seis rodadas de discussão foi um passo importante na questão imigratória, uma vez que gerou grande espaço na mídia e direcionou os holofotes da opinião pública para o tema. Esta crescente onda de leis anti-imigrantes, apesar de causar muita preocupação em todas as comunidades imigrantes, pode acabar gerando a tão esperada solução definitiva.

Fonte: (da redação)

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