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Publicado em 20/07/2011 as 12:00am

Brasileiros da Construção dizem que crise não atrapalhou

Muitos afirmam que não sentiram efeitos da crise, relatando que o mercado está mais aquecido do que nunca

Por Larissa Gomes

Contrariando as expectativas, os efeitos da recuperação da crise econômica parecem não ter atingido muito o setor da construção civil nos EUA, pelo menos para os brasileiros. Segundo o indicador Construction Spending, os gastos no setor subiram bastante nos últimos tempos. O índice mede os gastos públicos e privados na área, e concluiu que 5% do GDP (o PIB- Produto Interno Bruto americano) é decorrente da Construção Civil.

José Filho, 37 anos, natural de Ipatinga (MG), chegou recentemente aos EUA, há pouco mais de duas semanas. Segundo ele, ele decidiu sair de Londres na Inglaterra, onde estava morando há 13 anos, para vir para os EUA, dada a crise na Europa, e a diminuição na oferta de emprego. "Aqui eu ganho menos, mas os gastos com moradia, comida e transporte são menores também, então compensa morar e trabalhar aqui. Ganho, em média, U$ 600,00 por semana aqui, em Londres ganhava £826,50, mas meus gastos eram muito maiores. O transporte público lá é muito eficiente, aqui você precisa ter carro, mas a gasolina é mais barata, compramos em galão e não em litro como na Inglaterra. Na Europa, trabalhei como cozinheiro por oito anos, e cinco anos como entregador na empresa de logística TNT, mas a ‘fonte secou’ por lá” revela José.

José Filho conta ainda que foi à Portugal e morou lá por três meses, mas que o país estava economicamente fraco e arrasado pela crise econômica que atingiu todo o continente europeu. Segundo José, muitas pessoas foram mandadas embora de seus empregos e a situação é ainda mais crítica na Grécia, Espanha e Irlanda, países mais afetados pela crise.  "Por causa da crise, o governo baixou o imposto VAT (Value Added Tax), que é o imposto aplicado na maioria das transações comerciais que envolvem a transferência de serviços ou produtos em todos os países da União Européia (UE), incluindo o Reino Unido (UK) e é equivalente ao ICMS no Brasil. Antes da crise ele estava em 17,5% e para impulsionar a economia e incentivar o consumo, mas  diminuíram para 15%. Hoje o índice está em 20%, o que desacelera a economia. Países como Alemanha e Reino Unido são os que mais contribuem na arrecadação desse imposto, e por isso é mais difícil de se manter financeiramente por lá", comenta José, que atualmente trabalha para uma empresa de Construção em Massachusetts.

Wellington Damasceno, natural de Ji-Paraná (RO), residente em Somerville (MA) há 6 anos, não tem do que reclamar sobre trabalho. "Está melhor agora, não passei pela crise. Hoje tenho mais contratos em obras, nunca tive obra cancelada, e ganho mais também. Antes da crise ganhava bem menos que agora. Não tenho medo de uma nova crise, talvez por eu não saber o que é isso," revela Wellington.

Segundos os trabalhadores do setor, não falta emprego para quem tem mão-de-obra qualificada. Já para aqueles que não se especializam, fica mais difícil encontrar trabalho em construção. Carpinteiros, pedreiros e pintores, por exemplo, não se queixam da oferta de emprego e dizem que a única época do ano que as oportunidades de trabalho diminuem é no inverno, mas que com a chegada do verão, o mercado volta a se aquecer.

Flávio da Silva, carpinteiro nos EUA, natural de Ji-Paraná (RO) e há 10 anos residente em Medford (MA), conta que sentiu os efeitos da crise econômica, mas que nunca deixou de trabalhar. "Cheguei a ficar alguns dias sem trabalho, sem emprego, mas eu fiz o contrário de muitos, que quando ficam sem emprego, não sabem o que fazer. Meu ganho mensal durante a crise diminuiu, porque eu trabalhava menos, diminuindo as horas de trabalho, consequentemente, meu ganho no fim do mês ficou menor, mas nada que fosse tão prejudicial à minha renda mensal, não precisei fazer "part-time", até porque minha esposa também estava trabalhando na época, como ‘housecleaner’ e não teve corte em horas ou salário", comenta Flávio.

Ainda segundo Flávio, atualmente a oferta de trabalho não está tão favorável como antes da crise econômica, ele diz que tem trabalho garantido até o fim do ano, e que chega a ter quatro casas para construir ao mesmo tempo. "A expectativa de emprego é boa durante o verão. É nessa época que as pessoas querem construir casas, reformar telhados ou pintar, no inverno ninguém quer mexer com construção e alguns setores chegam a paralisar totalmente, como é o caso da pintura. No inverno não tem como pintar a casa por fora, porque a tinta não seca, a umidade é muito grande”  conta Flávio, que se diz esperançoso que as coisas vão melhorar ainda mais com a recuperação completa da economia.


Fonte: (da redação)

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