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Publicado em 10/08/2011 as 12:00am

Conheça um pouco da vida dos entregadores de pizza

O BT inicia série de reportagens abordando o dia-a-dia dos brasileiros em diversas profissões exercidas pelos imigrantes nos EUA

Por Larissa Gomes

Uma das profissões mais comuns entre os imigrantes brasileiros, a entrega de pizza é também conhecida por sua flexibilidade de horários e altos e baixos nos rendimentos, que se baseiam prioritariamente nas gorjetas dos clientes ( ‘tips’ em inglês). O BT inicia série de reportagens abordando o dia-a-dia dos brasileiros em diversas profissões exercidas pelos imigrantes do país.

Saulo Justen, natural de Petrópolis (RJ), residente há 5 anos em Mount Vernon (NY), trabalhou por um ano como gerente de uma rede de pizzaria, mas depois decidiu ser entregador de pizza. Segundo ele, o trabalho, apesar das dificuldades econômicas que o país enfrenta, rende um ganho mensal que possibilita pagar todas as despesas e com o que sobra, investe em projetos no Brasil.

O entregador trabalha de segunda a sexta, 11 horas por dia. Os rendimentos, segundo Saulo, chegam a U$ 1.000,00 por semana. "As dificuldades da minha profissão são os perigos de acidentes de trânsito, estar sempre atento com crianças nas ruas, principalmente nesta época de verão, fazer entregas em dias de chuva também é bastante desagradável, e é preciso também cuidado para não levar multas de trânsito, pois elas não são baratas", avalia Saulo. Ele diz ainda que a profissão ‘não gera satisfação pessoal e que é só uma forma de ganhar o pão de cada dia’.

Segundo ele, optar por ser ‘delivery driver’ não foi uma opção. "Aqui nos EUA você não tem muita escolha quando não tem os documentos para trabalhar legalmente na América. Quando viemos não temos opção, mas temos que nos adaptar àquilo que você se sente melhor fazendo” aconselha Saulo. Ele conta ainda que tem boa relação com o seu chefe e que o mais importante em uma relação empregado-patrão é a sinceridade e responsabilidade com as tarefas.

Saulo planeja voltar ao Brasil no fim do ano, porque a saudade da família é grande e ele quer estar pertos dos entes queridos. Diz que sente, também, falta da cultura e hábitos brasileiros e que por mais que o imigrante se absorva os costumes do país, jamais deixará de ser brasileiro. "Cidadão americano ou não, você nunca deixará de ser o que você é e sempre foi. Cheguei à conclusão que o Brasil é o meu lugar, com todas as dificuldades que nosso país passa ou passou, temos muitas oportunidades para crescer no Brasil, nos

resta ter força de vontade", conclui Saulo.

Viviane Oliveira, natural de São Paulo (SP), residente há 5 anos em Everett (MA), diz que antes de ser "delivery" fez de tudo um pouco. Foi babá, garçonete e housecleaner, mas escolheu entregar pizza, embora diga não ser muito compensador. Viviane ganha U$ 300,00 por semana. "Eu pago gasolina do carro do meu bolso, se o carro quebra, eu pago também. O carro sempre tem que estar em ótimas condições, afinal é o meio de transporte que acaba sendo uma ferramenta de trabalho", diz.

Segundo Viviane, quando não tem entrega para fazer, ela lava pratos, função dos entregadores na sua pizzaria. Diz que nunca fica parada e reclama que ganha pouco por tudo o que faz e que não tem qualquer tipo de reconhecimento profissional. E que tem de pagar até pela água que bebe. "Sou mal remunerada e nem as gorjetas valem a pena. Uma vez entreguei pizza para uma cliente, tive que dirigir durante 15 minutos, quando cheguei lá ela me deu apenas U$ 1.00. Fiquei chateada, pois a gorjeta é o nosso principal rendimento", diz Viviane.

Mayrinch Silva, natural de Barra de São Francisco (ES), residente em Medford há 10 anos, também ganha o pão de cada dia entregando pizza. "Sempre fui delivery, não quero outra vida, há oito anos trabalho na mesma pizzaria, ganho em média $1.000,00 por semana. Trabalho todos os dias, 12 horas por dia e só tenho folga três vezes ao ano, domingo de Páscoa, Dia de Ação de Graças e Natal", diz o entregador.

Mayrinch conta ainda que planeja voltar ao Brasil em dois anos, pois lá ele tem criação de gado, e plantação de café. "Tenho 38 funcionários trabalhando pra mim, além de casas alugadas também. A vida no Brasil hoje está bem melhor do que quando sai do país, quem era classe média, hoje é classe alta", conta Mayrinch.

O entregador de pizza dá uma dica para quem quer ser delivery e diz que ‘se dirigir corretamente, respeitando as leis de trânsito e andando com atenção, não tem o que dar errado, nunca terá problemas com a Imigração’.

Fonte: (da redação)

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