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Publicado em 17/08/2011 as 12:00am

Produtos perigosos são vendidos em lojas brasileiras

Um dos medicamentos proibidos, embora bastante comercializado em lojas brasileiras em Massachusetts, é o Pai You Gou, um produto chinês

As pílulas para emagrecer foram proibidas de serem comercializadas no mercado em 2009, devido ao conteúdo composto por elementos químicos perigosos. Mas ainda é grande a comercialização delas em Massachusetts, principalmente entre as mulheres brasileiras. Os dados foram divulgados através de uma pesquisa feita por pesquisadores da Harvard Medical School.

Estas pílulas foram proibidas pela agência reguladora do comércio de medicamentos dos Estados Unidos, a qual afirma que elas podem aumentar riscos de ataques cardíacos, derrames e câncer entre seus usuários. Mas os avisos de proibição e alertas sobre os perigos não impediu a continuidade de sua comercialização, segundo aponta a pesquisa.

Segundo as informações apresentadas pelos pesquisadores, nenhuma das brasileiras entrevistadas conhecia a proibição. “Elas apenas querem lutar para emagrecer e experimentam de tudo que são oferecidos para combater a gordura”, disse o líder do grupo de pesquisadores, Dr. Pieter Cohen.

Um dos produtos proibidos, mas que tem sido bastante comercializado em lojas brasileiras em Massachusetts é o Pai You Gou, um produto chinês que traz na embalagem uma mulher bonita com um belo corpo e promessas de emagrecimento com saúde. “As pessoas o consomem pensando que se trata de medicamento natural, mas isso não é verdade”, acrescenta o pesquisador.

O Food and Drug Administration – FDA, anunciou em 2009 o recall do produto porque foram encontradas  algumas substancias nocivas à saúde, tais como sibutramina e fenolftaleína.

Os pesquisadores, encabeçados por Cohen e com publicações no Journal of General Internal Medicine, conversaram com 565 brasileiras entre outubro do ano passado e janeiro deste ano. As entrevistas aconteceram em uma clínica e em várias igrejas da grande Boston. Cerca de 25% das entrevistas assumiram que tomaram o Pai You Gou e a maioria delas usou algum suplemento para emagrecer nos últimos dois anos.

Cohen explicou que foram escolhidas as brasileiras para participar da pesquisa devido o assunto de emagrecimento ser comum nesta comunidade. “Falar de dietas e indicar produtos é um assunto sempre comentado entre elas”, salientou.

Segundo a pesquisa, 30% das brasileiras utilizaram produtos comprados em lojas brasileiras e 9% em lojas na internet. Dois terço das brasileiras disseram que adquiriram o medicamento através de um amigo. A maioria delas assumiu ter sofrido algum efeito colateral depois de usar o remédio, tal como boca ligeiramente seca, ansiedade e insônia.

Algumas delas relataram problemas de saúde mais graves, incluindo palpitações cardíacas, depressão, desmaio, náuseas e vômitos.

Luciana Rodrigues, 27 anos de idade, reside em Allston, em uma entrevista para o jornal Boston Globe, disse que nunca ouviu falar da proibição destes produtos. A brasileira tomou comprimidos por várias semanas, no início deste ano. “Tive vômitos e diarréia por três dias”, falou acrescentando que comprou o produto através de uma indicação de uma amiga. “Ela me disse que perdeu muitos quilos, mas eu não pedir nada”, continua.

Ao longo dos últimos anos o FDA emitiu um alerta aos consumidores que pelo menos 300 produtos para emagrecer estavam contaminados. Mesmo assim o comércio de suplementos e medicamentos destinados ao emagrecimento continua crescendo. Em 2010 foi registrado um faturamento de US$23 bilhões em vendas, em todos os Estados Unidos. Este tipo de medicamento é vendido sem supervisão médica, baseado em uma lei de 1994.

O diretor de pesquisas de saúde do Public Citizen, Dr. Sidney Wolfe, disse que o FDA tem sido omisso nestes casos. “É preciso maior agilidade para fiscalizar a comercialização de produtos para emagrecer, pois mesmo depois de constatado ingredientes nocivos à saúde, as lojas continuam com os suplementos em suas prateleiras”, fala.

Ele acredita que a falta de fiscalização aumentará, pois o ex-chefe da associação de suplementos dietéticos agora é chefe de divisão da FDA, departamento que analisa os produtos. Daniel Fabricant, vice-presidente da Associação de Produtos Naturais, tornou-se regulador-chefe da divisão no início deste ano.

O porta-voz do FDA, Siobhan DeLancey, disse que o órgão esta agindo regulamente na fiscalização e punição de quem comercializa produtos proibidos. “É um absurdo a afirmação de Wolfe, pois combater este tipo de medicamento é uma prioridade nossa”, acrescenta.

Glauciane Silva, 30 anos, também foi entrevistada pelo jornal e citou que queria comprar o Pai You Gou para perder os quilos que adquiriu após a gravidez. Mas o seu marido não permitiu, pois ela já tinha enfrentado problemas de saúde por ter tomado o Superslim, outro produto para emagrecer e comercializado em lojas brasileiras. “Eu tive cálculos renais, sentia muita dor no estômago e sentia falta de ar”, fala. “Depois que parei de tomar o medicamento fiquei melhor”, conclui. ( Texto por Luciano Sodré)

Fonte: (Texto por Luciano Sodré)

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