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Publicado em 9/09/2011 as 12:00am

Brasileiros se arrependem e voltam para os EUA

Ao desembarcarem no Brasil, brasileiros se arrependem com as dificuldades de se adaptar ao país natal e retornam aos EUA

Há exatamente um ano, a paulista Clécia foi embora para o Brasil, depois de viver 14 anos na América. Recém-saída de um divórcio, ela sentia-se fragilizada e achava que voltar para o Brasil e rever a família e os amigos, depois de tanto tempo, era a melhor maneira de recomeçar a vida. Na semana passada, Clécia que é de natureza reservada e só aceitou dar entrevista na condição de não tirar fotografias e de não ter seu sobrenome publicado -- desembarcou em Boston, com a filha Gabriela,   para recomeçar tudo de novo.

Para viver bem no Brasil é preciso muito dinheiro, diz, ainda assustada com os preços brasileiros. O custo de vida é muito caro, tudo custa um absurdo, reclama, lembrando que pagava R$ 945 de celular  e R$ 600, a cada 15 dias, de supermercado para ela, o marido e a filha.  Ir para o Brasil foi um erro que me custou muito caro, lamenta, acrescentando que qualidade de vida a gente tem é aqui.

Para o mineiro Alcemir Goncalves, popularmente conhecido como Baiano, a qualidade de vida está no Brasil. Fiquei um ano no Brasil sem fazer nada, só gastando dinheiro na praia, com a mulherada, admite, sem nenhuma ponta de remorso por ter torrado 80 mil dólares em pouco mais de um ano. Segundo Baiano, hoje com 36 anos, o problema é que no Brasil as mulheres caem em cima, o que dificultou sua intenção de investir o dinheiro que guardou em algum projeto. E é tudo menina nova, fica difícil, explica.

Baiano voltou para a América no final do ano passado, sem um tostão no bolso e com uma dívida de 30 mil dólares. Trabalhador esforçado da construção civil, ele já quitou a dívida e prepara uma nova investida no Brasil para daqui a dois anos. Só que, desta vez, ele promete ser mais comportado e investir o dinheiro que ganha aqui em algum empreendimento no Brasil.

Clécia e Baiano fazem parte do grupo cada vez maior de pessoas que, depois de viver muito tempo na América, decidem voltar para o Brasil. Ao chegar lá, no entanto, se decepcionam porque não conseguem manter o mesmo padrão de vida americano. No final, acabam voltando. 'Tem muita gente indo embora, mas também tem muita gente querendo voltar, reconhece Mauricéia da Luz, da Mendes Travel, agência de passagens aéreas. sem citar números.

Karina Domingos, dez anos de América, está com passagem comprada para dezembro, mas tem medo de voltar. Gosto daqui, da vida, do estilo... Se fosse possível escolher, eu ficava, admite, lembrando do preço dos produtos e serviços no Brasil e da violência. Karina está indo para se encontrar com o noivo, Ricardo, em Curitiba. Os dois pretendem montar um bar na capital paranaense com o dinheiro e a experiência adquiridos em Boston. Embora relutante, Karina admite que a América não é mais a mesma. Antes tinha muita oferta de trabalho, hoje mudou muito e quem quer escolher fica desempregado.

Para José Carlos dos Santos, mineiro de Governador Valadares (MG), está mais do que na hora de voltar.  Não estou fazendo dinheiro e quero curtir a vida, revela. Mas não é fácil voltar. José Carlos, hoje com 49 anos, está há 14 anos nos Estados Unidos e tem passagem comprada para dezembro. Vou sentir saudade da América e estou indo embora com o coracão partido, confidencia. José Carlos tem  planos de viver em Juiz de Fora (MG) e comprar um caminhão assim que chegar. Sua esposa, Nilma, segue no início do ano, com economias suficientes para montar uma lanchonete. Ele reconhece que poder voltar para o Brasil e investir na compra de um negócio próprio é um antigo sonho. Ir para lá para trabalhar para os outros é fria.

Para Valdevir Camargo Júnior, paulista de 35 anos, voltar para o Brasil é uma questão de sobrevivência. Não aguento mais isso aqui. Tenho que ficar até dezembro mas, se pudesse, ia embora antes. Valdevir está há 14 anos nos Estados Unidos e reconhece que compras, segurança e dinheiro são melhores na América. Porém, não são exatamente essas as coisas que ele vai buscar no Brasil. Divorciado no início deste ano de uma americana, com quem esteve casado oito anos, ele sente que precisa de novos ares. Nunca tive amigos de verdade aqui, estou sentindo falta de calor humano.

Fonte: (da redação)

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