Publicado em 14/09/2011 as 12:00am
Programa deporta 150 mil imigrantes em 7 anos
O pesquisador Marc Rosenblum afirma que os ataques terroristas de 11 de Setembro marcaram uma reviravolta na política de Imigração nos EUA
Segundo pesquisa realizada pelo pesquisador Marc Rosenblum para o Instituto de Políticas de imigração, em Washington, juntamente para o Woodrow Wilson Center, os ataques terroristas de 11 de Setembro marcaram uma reviravolta na política para imigração nos EUA, trazendo estagnação no tratamento do tema.
Segundo Rosenblum, até o momento do ataque, em 2001, o presidente George W. Bush tratava a imigração como fonte de benefícios para o país e defendia um programa amplo para atrair trabalhadores temporários. Para o pesquisador, após o ato terrorista, Bush cancelou as negociações com o México, que acumulavam nove encontros com o presidente Vicente Fox em cinco meses para políticas mais amigáveis de Imigração, e atuou na via contrária, com o Congresso aprovando medidas para dificultar a entrada de imigrantes e facilitar a deportação dos que estavam em situação ilegal.
Entre as medidas mais claras, Rosenblum menciona a mudança que colocou o serviço de Imigração (ICE) sob supervisão do Departamento de Segurança Nacional, além também da dificultação das regras para permitir a entrada de imigrantes, especialmente aqueles que não tinham vínculos fortes com o país de origem. "Essas medidas, principalmente depois de 2008, levaram as remoções de imigrantes do país a uma alta recorde", escreve Lee.
De acordo com a assessoria de imprensa do Serviço de Imigração americano e o jornal Folha de São Paulo, o 11 de setembro não afetou a disposição americana em receber estrangeiros. "O país continua acolhendo imigrantes legais", afirmou.
Para os pesquisadores Michelle Mittelstadt, Burke Speaker, Doris Meissner e Muzaffar Chishti, que assinam juntos artigo para o mesmo instituto de pesquisa em Washington, o ponto central que ligou a ideia de terrorismo à imigração foi o fato de que terroristas envolvidos no ataque haviam entrado no país legalmente.
De acordo com esse trabalho, as deportações de imigrantes indocumentados avançaram 134% de 2002 a 2010, atingindo o maior número em 10 anos (387.242) no ano passado.
Fracasso em aprovar a Reforma
O pesquisador defende que Obama igualmente fracassou em reformar a política de imigração americana. Para ele, a estagnação econômica e a profunda divisão política no Congresso contribuíram para que não houvesse avanço, mesmo com a crescente influência dos eleitores hispânicos. Mesmo que os latinos tenham se transformado no principal motor de crescimento da população americana na última década e tenham se tornado mais importantes na disputa entre democratas e republicanos, esse grupo populacional ainda tem menos participação política, segundo o relatório. "Latinos têm menor renda, menor nível educacional e menor participação em eleições que outros grupos."
Pesquisa recente publicada pelo Instituto Nacional para Políticas Latinas mostrou que 62% dos latinos com idade para votar nos EUA em 2009 tinham cidadania americana. O percentual era de 66% para os asiáticos e 95% para afro-americanos, segundo o pesquisador Angelo Falcón.
Fonte: (da redação)