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Publicado em 16/09/2011 as 12:00am

Brasileiras revelam as vantagens do programa 'Au Pair'

Experiência internacional e oportunidade de aprimorar o Inglês são motivos para brasileiras optarem pelo programa

Por Larissa Gomes


Estudar, trabalhar, conhecer novas culturas e aprimorar o inglês são alguns dos motivos que levam brasileiras a escolher o programa de intercâmbio ‘Au Pair’. Para se inscrever no programa nos EUA é preciso ser maior de 18 anos, ter completado o ensino médio, falar inglês e estar disposta a enfrentar situações diferentes do cotidiano de uma família brasileira. As candidatas poderão cuidar de até quatro crianças, ou adolescentes, de 0 a 18 anos, o salário médio é de U$ 200 por semana, mas que inclui também despesas como alimentação, moradia, estudos e transporte. O programa tem duração mínima de um ano e pode ser estendido por dois, atuando na mesma família ou não.

Segundo as entrevistadas pelo BT, para fazer parte do ‘Au Pair’ tem que gostar de cuidar de crianças, suportar a jornada de 40 horas semanais de trabalho e estar disposta a superar diferenças culturais. A ideia de uma ‘Au Pair’ convivendo sob o mesmo teto da família americana é como ser tratada como membro da família e não como uma Babysitter somente. Os direitos e deveres são esclarecidos à candidata antes do embarque para os EUA. As candidatas passam por um treinamento com duração de uma semana antes de chegarem à família. Durante o curso são ensinadas práticas de primeiros socorros, cultura americana, hábitos alimentares e leis de trânsito.

Lunara Silva, natural de Brasília (DF), residente em White Plains (NY), completou os dois anos do programa no mês passado e agora é Babysitter. Segundo ela, a ideia de ser ‘Au Pair’ veio com a vontade de estudar e trabalhar nos EUA e optou pelo programa por ser de baixo custo, aproximadamente U$ 500,00, já que despesas com passagens são de responsabilidade dos pais das crianças. "No primeiro ano do programa morei na Pensilvânia e ‘depois fui para Nova Iorque. Atualmente, estou fazendo faculdade e sou babysitter, mas continuo morando com minha ‘host family’, até eu encontrar um cantinho para mim", diz.

Segundo Lunara, a experiência foi boa, a fez melhorar o inglês, fez amigos e conheceu lugares diferentes. "Amadureci muito e tive oportunidades que não esperava nunca ter nos EUA. A minha sorte é que eu não vim para o país achando que ia viver um conto de fadas, como muitas. Eu sabia que ia trabalhar para uma família e que, provavelmente, as crianças seriam mimadas. A cultura é bem diferente, mas ao mesmo tempo somos todos seres humanos, entendendo isso, ajuda muito. Ao mesmo tempo em que você começa a morar na casa do seu chefe sem ter tido nenhuma convivência anterior, dá para esperar que coisas negativas irão acontecer,” acrescenta.

Lunara admite que pensou em desistir, mas o objetivo de cumprir o programa e os benefícios a fizeram continuar até o fim, embora o salário fosse baixo e não tivesse muita liberdade. É comum a ‘Au Pair’ ter hora para chegar em casa e isso pode ser um problema para quem não está acostumado a seguir regras. "Indico o programa, mas para pessoas que procuram uma carreira internacional e que tenham acabado de sair do segundo grau. Ser ‘Au Pair’ não é um conto de fadas" , ensina Lunara.

Cinthia Moreira, natural de Sobral (CE), residente em Wayland (MA), está completando o programa de dois anos e será Babysitter quando terminar. "Tive muitas experiências boas no programa, como o fato de poder aperfeiçoar meu inglês, de fazer amizade com pessoas de vários  países, de aprender a lidar com sentimentos extremos, de ter que me virar sozinha nos momentos de necessidades", conta.

Segundo Cinthia, o fato de morar no ambiente de trabalho é o que mais a incomoda, além da falta de liberdade e de espaço. "Algumas situações desagradáveis aconteceram, mas no geral foi uma experiência única na minha vida. Não indicaria o programa para qualquer pessoa, ela tem que estar disposta a encarar a barra de participar da vida da família americana como um membro dela, como se fosse uma irmã mais velha", ensina. "O programa de ‘Au Pair’ nada mais é do que uma opção de mão de obra barata para as famílias americanas. Mesmo não tendo despesas de moradia e alimentação, é muito difícil poupar dinheiro com o salário de uma ‘Au Pair’. As famílias têm um gasto anual de quase U$ 15 mil por ano, mas é mais em conta do que contratar uma babysitter por U$ 18,00 por hora", diz. Para Cinthia, o mais difícil são os primeiros meses de adaptação, pois a ‘Au Pair’ se depara com muitas diferenças culturais e isso acaba deprimindo, seja pela ausência da família no Brasil ou pelo choque de costumes.

Mônica Alves, residente em São Paulo (SP), já está de volta ao Brasil, após um ano de intercâmbio em Nova Iorque. A experiência internacional a ajudou a conseguir um emprego de professora em uma escola bilíngue em São Paulo, uma vez que é formada em letras. "Morei no Colorado quatro meses, depois entrei em um período de transição para encontrar uma outra família, já que não consegui desenvolver um bom relacionamento com a menina que cuidava. No entanto, na minha segunda família, eu simplesmente amava as crianças", lembra.

Segundo Mônica, o programa não traz recompensa financeira. Quem quer ser ‘Au Pair’ deve estar disposta a enfrentar desafios, como cuidar de filhos de outras pessoas e se adaptar à forma com a qual os pais educam os filhos. "Pensei em desistir quando estava com a minha segunda família, brigava muito com a mãe das crianças, apesar de me relacionar super bem com as meninas e o pai delas, mas no final conseguimos nos entender", conta Mônica.

Renata Perez, residente em Sete lagoas (MG), retornou ao Brasil após completar um ano do programa de intercâmbio em Massachusetts. "A minha paixão e encantamento pelos EUA vem de muito tempo! Desde pequena tinha o sonho de morar na terra do 'Tio Sam'. Sempre fui apaixonada pelo idioma, o que fez meus pais me matricularem em um curso de inglês aos 10 anos. Após graduar-me em Letras resolvi que era a hora de fazer Intercâmbio. Sou de uma família simples, filha única, mas que me apóiam em todas as minhas decisões", diz Renata.

Renata diz que aprendeu a valorizar a cultura brasileira e que por muitas vezes reclamou com a mãe de não ter nada "diferente" nas refeições. Segundo ela, o que mais valeu a pena foi a oportunidade de poder estudar em uma das mais renomadas universidades dos EUA, Harvard, o que a ajudou a achar um bom emprego quando retornou ao Brasil. "Tem dias que o que mais queremos é ficar sozinhos, quietinhos no nosso canto, mas morando com uma ‘host family’ nem sempre isso era possível. Barulho das crianças, jogos eletrônicos, brinquedos espalhados pela casa. Tudo isso cansa e eu começava a ter saudade dos meus trabalhos anteriores” afirma.

Para quem deseja mais informações sobre o programa ‘Au Pair’ , acesse os sites www.ci.com.br e  www.stb.com.br.

Fonte: (da redação)

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