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Publicado em 4/06/2012 as 12:00am

Policia se une para acalmar imigrantes em MA

O programa Secure Communities, que promove a troca de informações sobre presos locais com o FBI e ICE, foi implantado em Massachusetts dia 15 de maio. Assim que sua ativação foi noticiada, um alvoroço tomou conta da comunidade e o medo foi assunto princip

Da redação

O programa Secure Communities, que promove a troca de informações sobre presos locais com o FBI e ICE, foi implantado em Massachusetts dia 15 de maio. Assim que sua ativação foi noticiada, um alvoroço tomou conta da comunidade e o medo foi assunto principal de praticamente todos os jornais comunitários destinado à comunidade imigrante.

Muitos boatos surgiram e os programas de rádio tornaram-se alvos de vários comentários que espalhou o medo. As pessoas ligavam para relatar que viu ou ficou sabendo de uma blitz em tal lugar para, exclusivamente, coletar a identificação das pessoas ou checar se ela tem "Green Card". Mas nada disso era verdade. Pelo menos é o que garante os chefes de polícia que se uniram para tranquilizar os imigrantes.

O locutor de rádio, Ilton Lisboa, recebeu em seu programa de rádio a tenente Patrícia Grigas. Durante a entrevista, os dois procuraram mostrar aos ouvintes que o programa foi criado para identificar e retirar de circulação apenas imigrantes criminosos. "Há muito medo em nossa comunidade, mas temos que entender que o Secure Communities é para os marginais e não para trabalhadores", fala.

Lisboa, que recentemente recebeu no programa o chefe de polícia de Marlborough, Mark Leonard, tem procurado orientar as pessoas. "Nosso trabalho não é provocar medo e sim orientar e explicar como tudo funciona", relata.

Patrícia disse que existe uma reação automática quando se fala do programa, mas que devido à falta de informação, as pessoas estão apenas agindo com medo. "O que deveria acontecer era justamente o contrário, pois o Secure está atrás apenas de criminosos e isso proporciona segurança tanto para comunidade norte-americana quanto para as comunidades imigrantes", fala.

Ela ressalta, ainda, que a aplicação deste programa não alterou em nada as atividades que os policiais vêm realizando nos últimos 10 anos. "Nenhum policial irá parar uma pessoa na rua para checar se ela está vivendo ilegalmente no país", afirma acrescentando que qualquer história deste tipo é mentira.

Mark Leonard disse que ouviu várias histórias de que pessoas estão com medo de irem aos hospitais ou à uma delegacia para denunciar um crime."Quando os crimes não são denunciados isso beneficia apenas os criminosos e jamais vamos perseguir uma testemunha pelo fato dela estar vivendo ilegalmente no país", fala.

O porta-voz do escritório da Imigração, Ross Feinstein, disseque que o "Secure Communities" foi criado apenas para identificar criminosos violentos e reincidentes de infrações imigratórias (ser deportado e retornar ao país ou dever corte de Imigração). "O programa ajudou remover mais de 135 mil imigrantes criminosos condenados, incluindo cerca de 50 mil por crimes violentos (assassinatos, estupros e abuso de crianças)", explica.

O programa teve inicio, com um piloto, na cidade de Boston, em Massachusetts, no ano de 2006, mas a sua adoção em todo o estado foi barrada pela força dos ativistas pró-imigrantes, incluindo o governador Deval Patrick e o prefeito Thomas Menino. Mas na semana passada, o "Secure Communities" foi ativado em todo o país, tendo sido Maine o último estado a aceitar o programa.

Mas o medo ainda permanece nas comunidades, de acordo com Eva Millona, diretora-executiva do Massachusetts Immigrant and Refugee Advocacy Coalition (MIRA). Ela salienta que centros de combate à violência doméstica relataram que algumas vítimas estão com medo de denunciarem a agressão por medo do "Secure Communities".

Millona destaca ainda sua preocupação em relação ao fato de que muitos pais estão com muito medo de matricularem seus filhos nas escolas. "Apesar dos chefes de policias e da imprensa em geral tentar tranquilizar as pessoas, não é isso que está acontecendo", fala salientando que recebe diariamente dezenas de telefonemas relatando o medo das pessoas.

Alguns centros médicos registraram um grande número de cancelamento de consultas de imigrantes motivado pelo medo. "O impacto é estadual e os temores sobre este programa está interferindo profundamente na vida das pessoas", conclui.

A American Civil Liberties Union of Massachusetts (ACLU) se colocou contra o "Secure Communities" desde o início e sempre alertou que este tipo de reação iria acontecer. O porta-voz da entidade, Christopher Ott, fala que apesar do nome "comunidades seguras", o programa acabou tornando as "comunidades inseguras".

O chefe de polícia de Milford, Thomas O´Loughlin, realizou reuniões com as comunidades brasileira e equatoriana no sentido de explicar como está sendo aplicado o Secure Communitires e tranqulizar as pessoas que não devem nada para a justiça. Ele ressaltou que desde a ativação em Massachusetts, apenas um caso foi registrado em seu departamento. "Dia 17 de maio encaminhamos a impressão digital do mexicano Tigoberto Orellano-Alonso, 25 anos, e como ele já havia sido deportado anteriormente, foi encaminhado de novo para deportação", fala. (texto: Luciano Sodré)

Fonte: Brazilian Times

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