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Publicado em 8/06/2012 as 12:00am

Chefe de Polícia de Brighton está surpreso com o medo na comunidade

"Nós não estamos aqui para pegar inducumentados, esta não é a tradição de Boston", disse o Chefe de Polícia de Brighton, Capitão James Hussey, a um grupo de líderes comunitários durante reunião organizada pelo Grupo Mulher Brasileira para expressar a preo

"Nós não estamos aqui para pegar inducumentados, esta não é a tradição de Boston", disse o Chefe de Polícia de Brighton, Capitão James Hussey, a um grupo de líderes comunitários durante reunião organizada pelo Grupo Mulher Brasileira para expressar a preocupação das lideranças com a implementação do Comunidades Seguras. O programa foi implantado em toda Massachusetts e em estados vizinhos em 15 de maio último mas já estava em vigor em Boston desde 2006. Na verdade, Boston era a única cidade de Massachusetts a usar o Comunidades Seguras, embora tanto o prefeito Tom Menino como o Comissário Davis, sejam críticos dele.

As lideranças relataram sobre o medo existente na comunidade, ressaltando o que significa em termos de insegurança e abuso. "Estamos informadas de um caso aqui mesmo em Allston em que uma cliente de uma organização que ajuda inquilinos, vítima de violência doméstica e atualmente com um visto U não teve coragem de recorrrer à polícia quando o marido abusador voltou para casa", disse Heloisa Maria Galvão, do Grupo Mulher brsileira. "Nada está mais longe da verdade", reagiu o Capitão. "Mas é a verdade", disse a organizadora de campanhas da MIRA, Cristina Aquilera: "O medo das pessoas é racional".

Além de Heloisa e de Cristina Aquilera, também estavam presentes ao encontro Alessandra Gomes, defensora dos direitos de vítimas de violência doméstica da MAPS, Nair Rocha, do Centro de Saúde Joseph Smith, Roseclay Martins, do Centro Comunitário de Allston-Brighton, e Schuyler Pisha, advogado de imigração e Arunima Mekala, voluntária, ambos do Centro do Imigrante Brasileiro.

Hussey frisou que "nada mudou (após 15 de maio), nós não recebemos nenhuma orientação diferente da direção dizendo que a partir de agora vocês vão fazer a, b e c". Uma a uma as pessoas presentes à reunião flaram de suas experiências: "Nós temos vários casos de pessoas que estão faltando às consultas médicas e quando, finalmente, procuram o médico, sua saúde já está comprometida. Quando perguntamos por que não vieram antes, respondem que têm medo de serem entregues à imigração", disse Nair que atende centenas de brasileiras e brasileiros no Joseph Smith.

Cristina Aquilera relatou a queda no número de fiéis em sua igreja, na Market St., aos domingo: "É visível depois do dia 15 de maio". Roseclay, da Igreja Santo Antônio, na Holton Street, confirmou notar o mesmo e relatou casos de pessoas levadas à Corte "sem nem saber porque. É injusto, policial que não gosta de imigrante parece se sentir com o direito de fazer qualquer coisa".

Cristina endossou e pediu ao chefe de polícia de Brighton para não honrar os detainers da imigração (ordem de prisão e retenção) se a pessoa presa não tiver antecedentes criminais. "Eu não posso criar normas, isto está acima da minha autoridade. Nós somos parte do sistema de Boston. Isto tem de vir do alto", disse Capitão Hussey, acrescentando: "Eu posso dizer que em dois anos e meio, nunca houve uma ordem de prisão do ICE em Brighton, que eu saiba". Ele ficou surpreso ao ver artigo publicado no jornal The Boton Globe em julho do ano passado sobre três brasileiros vítimas do comunidades seguras em Boston. Um deles, foi pego e entregue à imigração por causa de uma simples violação de trânsito. Quando parado, os policiais viram que não tinha carteira e ele foi engregue ao ICE. Nenhum dos três tinha antecedentes criminais.

Ao final da reunião, que durou quase duas horas, o Chefe de Polícia disse que iria partilhar o que tinha ouvido com sua equipe e com a direção da Polícia de Boston e que voltaria a entrar em contato com o grupo. "Eu entendo o que vocês estão dizendo e posso ver porque as pessoas estão com medo, mas nós não estamos por ai atrás de indocumentados", garantiu, acrescentando que ninquém deve ter medo de denunciar um crime, violência ou abuso, "nunca vamos entregar uma vítima à imigração, nós não checamos o status de pessoas que nos procuram para denunciar crimes ou que são testemunhas de crimes’.

O advogado Schuyler lembrou, porém, que isto acontece muitas vezes e que a decisão sobre o que fazer com a pessoa fica totalmente a critério do policial.

Para Cristina Aquilera, a reunião foi um grande examplo de como estes encontros devem ser. Este incluiu residentes e grupos sediados em Brighton/Allston, que puderam falar pela comunidade, pelas igrejas, por vítimas de violência doméstica. Cada opinião acrescentou muito à conversa".

Fonte: Brazilian Times

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