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Publicado em 27/06/2012 as 12:00am

Comunidade perde pioneira em Massachusetts

Nesta semana, a comunidade brasileira de Massachusetts, ficou de luto. O motivo foi a notícia da morte da pioneira e uma das cozinheiras mais populares no estado, Olinda Tomich, a Mainha. Ela estava no Brasil visitando a família, e no domingo (24), morre

Luciano Sodré

Nesta semana, a comunidade brasileira de Massachusetts, ficou de luto. O motivo foi a notícia da morte da pioneira e uma das cozinheiras mais populares no estado, Olinda Tomich, a Mainha. Ela estava no Brasil visitando a família, e no domingo (24), morreu vítima de embolia pulmonar.

Mainha, com 34 anos de idade, chegou aos estados Unidos em 1973, como todos os imigrantes que lutam por um ideal, com apenas US$100.00 e sem conhecer ninguém e nenhum ponto de referência. Afinal, nesta época a comunidade brasileira quase dava para se contar nos dedos das mãos.

Na época a imigração era bastante rígida e dar trabalho para um imigrante indocumentado era a mesma coisa que cometer um crime. Mesmo assim ela não desistiu e para se aventurar nesta jornada, Mainha deixou para trás os filhos Maria, Wolfgang, Deborah e Ingrid.

Em 1976, Mainha casou-se com Lamartine Britto, também brasileiro, e ficou grávida de Lamartine Junior. O casal criou seu filho, no início, em uma pequena comunidade onde não havia mídia brasileira, poucas informações sobre a imigração no país e os governos não se posicionavam sobre o assunto.

O apoio que eles recebiam era de Adão Cézar, o qual tornou-se o primeiro policial brasileiro em Boston. Ao conhecer a Mainha, com um bebê de colo, e saber de seu "status" ilegal nos Estados Unidos, e logo os ajudou a conseguir o Green Card baseado em uma extinta lei que dava legalidade a pais que tivessem filho em solo norte-americano. Desta forma, o pequeno Lamartine, legalizou os pais e os meio irmãos deixado no Brasil.

Em 1980, Mainha conseguiu colocar toda a sua família, que estava no Brasil, dentro dos Estados Unidos, de maneira legal. Matriculou todos em uma escola e a partir de então prosseguiu a sua vida de forma mais tranquila.

Wolfgang Tomich graduou-se no Madson Park High School, e hoje atua como um dos colunistas sociais brasileiros mais respeitado nos Estados Unidos.

A filha Maria mudou-se para Connecticut e atualmente está casada com o norte-americano Tony. Já a Deborah, depois de um certo período, descobriu que sua paixão era mesmo a fazenda. Casou-se com o fazendeiro Romário Oliveira, receberam a Cidadnia dos EUA, e voltaram a morar no Brasil, em Galiléia (Minas Gerais).

Ingrid Tomich graduou-se com honras e casou-se com Rocco Fermo, com o qual teve dois filhos, Milena e Matthew Fermo. Milena trabalha como agente federal no Transportation Security Administration (TSA), que junto com a agência do Homeland Security, faz a proteção dos EUA por ar e terra.

O filho Lamartine, que proporcionou a legalização de todos, casou-se com Maria Dutra, e tem uma pequena filha que acabou de completar um ano de vida.

Em 1995, Mainha abriu, no centro de Framingham (MA), o restaurante Cantinho da Mainha, que passou ser onde todos, "filhos e filhas", saboreavam uma comidinha e os quitutes preparado por ela, lembrando o gostinho da comida brasileira. Na época eram poucos os restaurantes especializados nesta culinária.

Mas, nos últimos dez anos, a saúde de Mainha começou a ficar ruim e ela comprou uma casa na cidade de Conceição da Barra, litoral do Espírito Santo, pois tinha como sonho viver os últimos dias de sua vida, ao lado dos amigos e em terra brasileira.

No dia 19 deste mês, ela viajou para o Brasil e passou por Belo Horizonte, onde ficou dois dias na fazenda. Depois seguiu para o seu cantinho, na praia, e no domingo (24), estava conversando com uma amiga. Em determinado momento da conversa, ela colocou a mão na testa e disse:

- Só Jesus pra dar um jeito.

A amiga respondeu:

- Só Jesus mesmo.

Neste momento Mainha fechou os olhos e morreu de forma tranquila sem sentir dor. O corpo foi levado ao Instituto Médico Legal (IML) e o laudo constatou que a causa da morte foi embolia pulmonar e que ela não sofreu se quer um segundo de dor.

laudo constatou que a causa da morte foi embolia pulmonar e que ela não sofreu se quer um segundo de dor.

O enterro aconteceu na cidade onde ela pretendia terminar os últimos dias de sua vida. No dia 21 de julho, data em que ela completaria 73 anos de idade, os filhos realizarão uma cerimônia em homenagem à sua memória, na Igreja Vineyard de Hopkinton, em Massachusetts. O local é no 84 da School Street e mais informações serão divulgadas nas próximas edições do Brazilian Times.

Fonte: Brazilian Times

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