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Publicado em 3/10/2012 as 12:00am

Brasileiro relata que vítima implorou pela vida

Na semana passada teve início o julgamento dos três mineiros que são acusados de assassinar a família Szczepanik (Pai, mãe e filho) há dois anos na cidade de Omaha, em Nebraska. Um dos réus, que tornou-se te

da redação

Na semana passada teve início o julgamento dos três mineiros que são acusados de assassinar a família Szczepanik (Pai, mãe e filho) há dois anos na cidade de Omaha, em Nebraska. Um dos réus, que tornou-se testemunha fundamental, Valdeir Gonçalves dos Santos, sentou-se diante do júri, cabisbaixo, mãos trêmulas e a 20 metros do amigo de infância, José Carlos Coutinho.

Valdeir estava iniciando o seu testemunho contra o amigo. Em dado momento, ele cobriu os olhos vermelhos, baixou a cabeça e explodiu em gritos e começou a falar desde sua saída da cidade de Ipaba até a vida em Omaha. O mineiro disse que se mudou para os Estados Unidos para trabalhar como pintor e acabou tornando-se um assassino.

Usando um macacão laranja fornecido pelo presídio onde ele está detido, Valdeir explodiu em lágrimas quando ouviu a promotoria citar os nomes das vítimas. Durante três horas de testemunho, ele falou da frustração de Coutinho com o seu chefe, Vanderlei Szczepanik. Também relatou com detalhes como aconteceu o assassinato e como limparam e tentaram esconder a cena do crime, que aconteceu no interior de uma escola.

Valdeir deve retornar para depor, pois os advogados de Coutinho afirmaram que existem diversas inconsistência em seu testemunho. Em troca da confissão de culpa pelo assassinato em segundo grau da família Szczepanik, ele poderá receber uma pena de 20 anos de cadeia, o que pode ser reduzido para 10 anos conforme a legislação do estado.

Valdeir disse, ainda, que foi Coutinho que o convenceu a ir para os EUA e trabalhar para a família Szczepanik, na área de construção civil. "Vir para este país sempre foi um sonho e com o incentivo do meu amigo, esta vontade ficou maior", disse.

Segundo o testemunho, Coutinho sempre dizia para Valdeir que queria matar Vanderlei e pedia a ajuda do amigo. Falando em português, com a ajuda de dois intérpretes, ele testemunhou como foi o assassinato, deixando as pessoas abaladas.

 

O CRIME

No dia do assassinato, Coutinho teria entregado para Valdeir uma barra de ferro e para Elias Lourenço (terceiro acusado que está no Brasil), um taco de beisebol. O trio estava pronto para cometer um dos assassinatos que mais chocaria a comunidade de Omaha.

Quando eles chegaram na escola, foram direto para o quarto de Coutinho, onde ele ligou o seu computador e conferiu o seu extrato bancário. "Olha aqui, basta dar uma olhada. Eu não tenho dinheiro", teria dito Coutinho aos amigos.

Em seguida, ele reiterou o seu desejo de matar o patrão Vanderlei e o trio se deslocou até a porta de entrada da escola para o esperar. Eles se esconderam atrás de uma escada e ficaram aguardando o retorno do chefe. O que segue abaixo é o relato feito por Valdeir diante do juiz e do júri:

"Vanderlei está vindo", disse Elias.

O patrão abriu a porta, Elias desceu as escadas como um gato e atingiu Vanderlei na cabeça. A vítima caiu ao chão e quando conseguiu sentar-se, foi acertado por Valdeir com a barra de ferro. Em seguida, Elias o atingiu novamente com o bastão de beisebol e ele morreu.

Jaqueline Szczepanik escutou os gritos do marido e correu para a escada para ver o que estava acontecendo. Os homens a agarraram e junto com o menino Christopher os levaram para o quarto de Coutinho, o qual exigiu que ela lhe desse a senha do cartão de crédito e da conta bancária da família.

Valdeir e Coutinho foram até uma agência bancária para checar se a senha estava correta. Eles conseguiram efetuar dois saques de US$300.00. Depois retornaram para a escola e viu que Elias havia desamarrado a mãe e o filho.

Coutinho mandou amarrá-los novamente, advertindo que ela poderia atacar um deles. O trio cobriu a cabeça da mãe com uma fronha e a levou para um outro lado da escola.

A mãe implorava: "Por favor, pelo amor de Deus, não me mate, não me mate".

Mesmo assim eles a enforcaram próximo à uma escada.

Neste momento Valdeir deu um grito desesperado e ao ser interpelado pelos promotores, disse que não sabia se conseguiria descrever a cena da morte do menino. Um casal, na plateia, estava em lágrimas chocados pela brutalidade do assassinato. Os jurados ouviam atentamente, com a mão na boca, em um misto de espanto e revolta.

Valdeir estava com a respiração ofegante quando relatou o assassinato do menino. Ele cobriu o rosto do menino com uma fronha e durante todo o caminho ficou conversando com ele. O menino apela pela vida, em inglês e Valdeir disse que não conseguia entender. Foi então que o amarrou pelo pescoço e empurrou para fora da escada.

Depois que os dois estavam mortos, o trio cortou a corda e viu que o coração do menino ainda estava batendo. Valdeir disse que ouviu os batimentos da criança irem parando lentamente. Depois colocou o corpo ao lado do corpo da mãe.

Depois eles decidiram cortar, com um estilete, os corpos e jogá-los no rio. Apenas o corpo do menino foi encontrado até o momento.

 

Mergulhador fala sobre como encontrou corpo de menino brasileiro

O mergulhador Kevin Young, 48 anos, relatou como encontrou o corpo de Christopher Szczepanik, de apenas sete anos de idade. Em seu depoimento, no julgamento que poderá condenar três mineiros em Nebraska, ele disse que não queria acreditar que estava diante dos pedaços do corpo do menino. "Nós buscávamos os corpos e ficamos assustados quando encontramos os restos mortais daquela criança", relatou.

No início de outubro de 2011, Young e cerca de uma dúzia de mergulhadores voluntários foram orientados para procurar o corpo da família Szczepanik. Os acusados teriam assassinado o pai, a mãe e o menino. Depois cortado os corpos em pedaço e jogado no rio Missouri.

Com base nas informações fornecidas pela polícia, os mergulhadores iniciaram a busca pelo local. Os meses foram se passando e 22 meses depois que o crime foi cometido, eles encontraram o corpo do garoto. "Eu pensava que não iríamos mais encontrar nada", disse Young.

O corpo só foi encontrado porque um dos acusados, José Carlos Coutinho, informou aos policiais em que parte do rio o trio havia jogado os corpos. Valdeir Gonçalves Santos, outro réu, forneceu à polícia várias informações em troca de uma pena mais branda.

O mergulhador relata que depois de encontrar o saco plástico, o levou até à margem e o abriu. Ele ficou chocado quando viu os pedaços do corpo do menino, inclusive o crânio. Os testes de DNA provaram que se tratava de Christopher. A promotoria perguntou se Young queria ver as fotos do dia em que ele encontrou o corpo. Ele se recusou e disse que "Não foi isso que ele escreveu para a sua vida. Eu torcia para ser apenas uma bola e não a criança", se emociona.

Fonte: Braziliantimes

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