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Publicado em 10/10/2012 as 12:00am

Professor brasileiro em MA explica diferença entre eleições

No domingo (07), milhões de brasileiro foram às urnas para escolher os prefeitos e vereadores de suas cidades. Ao mesmo tempo em que corria o processo eleitoral no Brasil, nos Estados Unidos acontece a campanha presidencial. Mas será que existe diferença

No domingo (07), milhões de brasileiro foram às urnas para escolher os prefeitos e vereadores de suas cidades. Ao mesmo tempo em que corria o processo eleitoral no Brasil, nos Estados Unidos acontece a campanha presidencial. Mas será que existe diferença entre os dois países, tanto na maneira de pedir o voto quanto na maneira de votar?

O brasileiro e professor de política pública na Harvard, Filipe Campante, afirma que a maior diferença é que nos EUA, a eleição é indireta (electoral college). Segundo ele, isso significa que existem estados onde um dos dois partidos (Democrata e Republicano) é dominante e em outros a opção da maioria é ser independente. "Eles são chamados de swing states", complementa.

Filipe, que vive em Massachusetts, um estado Democrata, explica que o único motivo pelo qual as emissoras de televisão transmitem, raramente, anúncios relacionados à campanha eleitoral, é porque algumas cidades de New Hamphsire recebem o sinal.

Já em relação aos eleitores, o professor explica que a diferença está na identidade partidária. "Nos EUA, a identificação do eleitor com o partido é muito forte, por isso a proporção de eleitores que votam em candidatos de outro partido é bem inferior a do Brasil", disse. "A maioria dos eleitores norte-americanos permanece fiel ao partido", continua.

Por outro lado existem pessoas que discordam da existência de apenas dois partidos nos Estados Unidos. Especialistas afirma que isso torna os eleitores reféns de dois grupos fechados e acabam escolhendo aquele que apresenta menor ameaça.

Uma das maiores diferenças apontadas é que no Brasil os eleitores votam porque são obrigados, enquanto que nos EUA somente os interessados é que vão às urnas. "Não existe uma obrigação para que o norte-americano vote, mas há uma forte campanha para incentivá-lo a participar do processo", explica o professor.

Ele acrescenta que isso torna o eleitorado dos Estados Unidos mais consciente do que está fazendo. "Quem vota, vota porque tem interesse verdadeiro pelos resultados das eleições", complementa.

Devido a não obrigatoriedade do voto faz com que o Governo dos EUA invista em campanhas de orientação para conscientizar o eleitor a ir às urnas e desta forma garantir uma participação maior da população nas eleições. "E no dia da eleição, mesmo a presidencial, é um dia normal de trabalho", fala ressaltando que as campanhas são baseadas mais na mobilização do que no convencimento.

Durante o tempo em que morou em New York, a professora de inglês Romina Vasconcelos, presenciou três eleições presidenciais. Ela explica que os norte-americanos são mais preocupados com as questões sociais e políticas do que os brasileiros, na hora de eleger o seu candidato.

Romina destaca a atenção que os norte-americanos dão às propostas e procuram votar em quem apresenta um programa de trabalho que realmente possa ser colocado em prática.

No Brasil, já não acontece isso e a maioria do eleitor vota baseado na amizade que tem com o candidato, por indicação de amigos ou por algum beneficio recebido. Desta forma as questões sociais, políticas e culturais são deixadas de lado e o eleitor brasileiro não consegue citar nenhum projeto que o levou a votar no candidato.

Outro ponto levantado por Romina é que nos EUA existem muitas pessoas trabalhando de forma voluntária nas campanhas, enquanto que no Brasil isso é quase impossível de se ver. "Em nosso país os períodos eleitorais são considerados um passo para o emprego tanto antes quanto depois das eleições", fala ressaltando que os "cabos eleitorais" trabalham em troca da promessa de um emprego com um bom salário e não porque acredita nas propostas de seu candidato.

Nos EUA, as pessoas doam dinheiro para as campanhas, participam intensamente e se interessam pelos debates. É mais fácil se engajar quando se tem uma proposta, uma idéia e um planejamento", conclui.

Fonte: Brazilian Times

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