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Publicado em 10/12/2012 as 12:00am

Site busca apoio para estudantes nos EUA

Empresa foi criada por adolescentes de 17 e 18 anos de São Paulo

Empresa foi criada por adolescentes de 17 e 18 anos de São Paulo

da redação

No ano letivo 2011/2012 do hemisfério norte, as universidades dos Estados Unidos registraram cerca de 765 mil matrículas de estudantes internacionais, mas brasileiros representavam pouco mais de 1% desse total. Segundo três adolescentes de São Paulo que se especializaram nos processos seletivos das instituições americanas, o motivo não é a falta de interesse nem o domínio do inglês, mas a dificuldade financeira. O grupo, então, decidiu criar o EduqueMe, uma plataforma online para unir estudantes com vagas nas universidades dos EUA e empresas interessadas em investir em futuros talentos.

Com aporte inicial de US$ 50 mil (cerca de R$ 100 mil), a startup dos jovens Anderson Ferminiano, de 18 anos, Gustado Haddad, de 18, e Henrique Dubugras, de 17, foi uma das cerca de 25 empresas
selecionadas para a Conferência de Venture Capital das Americas, (AVCC, na sigla em inglês), um evento que apresenta empresas em estágio inicial para investidores americanos.

Segundo Anderson, o grupo --o mais jovem entre os selecionados-- terá apenas dois minutos e três slides de Powerpoint para apresentar sua ideia para empresários
por trás de marcas como Skype, Telefônica e Bloomberg.

"Os maiores investidores
globais ficam te olhando e depois fazem perguntas", explicou ele. A conferência acontece nos dias 13 e 14 de dezembro em Miami, e os adolescentes esperam sair de lá com mais US$ 350 mil (cerca de R$ 700 mil) para o desenvolvimento da plataforma --Anderson e Henrique são os programadores, e Gustavo fica responsável pelo contato com estudantes.

Eles contam com os conselhos do empresário brasileiro Marcelo Ballona. Co-fundador do site de vendas Submarino, Ballona vive nos Estados Unidos e atualmente investe em startups de tecnologia. Ele chegou até os três jovens por meio da rede social LinkedIn, e acabou virando mentor do projeto.

R$ 20 milhões em bolsas
Para as bolsas de estudos, o objetivo é mais ambicioso: "Nosso objetivo é conseguir levantar bastante dinheiro, o valor, temos previsões mas nada oficial. Nossa previsão é R$ 20 milhões", afirmou Anderson.

As empresas interessadas em patrocinar estudantes poderão abater o dinheiro do imposto de renda, e, como contrapartida, os jovens poderão trabalhar para a empresa durante as férias e depois da graduação. A plataforma também vai oferecer um sistema de crowdfunding: quem conseguiu vaga em uma instituição pode cadastrar seu currículo e perfil e buscar pequenas doações de um grande número de pessoas físicas ou jurídicas para ajudar a pagar o curso, que, segundo Anderson, podem custar cerca de R$ 10 mil por mês.

Os primeiros a receberem bolsas por meio do site devem ser brasileiros que já estão matriculados em universidades americanas --segundo o Instituto de Educação Internacional, ONG dos EUA, pouco mais de 9 mil brasileiros estavam nessa condição no ano letivo de 2011/2012. Esse número exclui os pouco mais de 2 mil bolsistas do Ciência sem Fronteiras no país.

A partir do ano que vem, a plataforma já poderá ser usada por quem está participando do processo seletivo (que tem início no fim do ano e vai até o primeiro semestre do ano seguinte). O EduqueMe também pretende chegar aos demais países da América Latina ainda em 2013.

A previsão do grupo é que o EduqueMe recebe 9% do valor das transações realizadas por meio da plataforma.

Os três podem ser os mais jovens na conferência, mas já têm experiência na área de empreendedorismo em tecnologia. No primeiro semestre, eles criaram o Estudar nos EUA, um site com dicas para brasileiros interessados em um vaga em universidades americanas, que inclui um aplicativo e um jogo virtual para quem quer treinar para o Scholastic Assessment Test (SAT, Teste de Avaliação Escolar).

Em pouco mais de seis meses, o site já tem mais de 2.500 usuários, segundo Anderson. Ele afirma que foi justamente uma análise dos Estudar nos EUA que inspirou o EduqueMe.

"Durante o desenvolvimento do Estudar nos EUA, percebemos que um dos maiores problemas dos brasileiros, às vezes, não é o inglês, matemática ou o processo seletivo em si, é a dificuldade financeira", disse o programador. "Enquanto alunos brasileiros não têm dinheiro para estudar nos EUA, o mercado de trabalho sofre pra encontrar talentos."

Fonte: Brazilian Times

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