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Publicado em 12/08/2013 as 12:00am

Brasileiro deportado luta para contatar filha menor nos Estados Unidos

Brasileiro deportado luta para contatar filha menor nos Estados Unidos

Donizete Machado não vê pessoalmente a filha, Ava, nascida em Massachusetts, desde que a criança tinha 3 anos de idade

 

da redação

O drama vivido pelo catarinense Donizete Machado, de 32 anos, parece estar longe de acabar. Apesar de ter sido casado com uma cidadã e ter tido uma filha norte-americana, ele foi deportado dos Estados Unidos em 2010 por não possuir a residência permanente (green card). Machado, natural de Criciúma, não vê a filha pessoalmente desde que ela tinha 3 anos de idade e se comunicava com ela através da internet ou por telefone. Em maio desse ano, ele pensou ter a oportunidade de finalmente se reencontrar com a pequena Ava. Donizete pagou as passagens aéreas da filha e de Shauna, sua ex-esposa, para irem ao Brasil e passarem 3 semanas com a família do ex-imigrante em Criciúma. Entretanto, Shauna, de 33 anos, mudou o destino da viagem e com a filha rumou para Fortaleza, onde ficou hospedada na residência de amigos. Inconformado, o brasileiro entrou com uma ação judicial que culminou no confisco dos passaportes de Ava e Shauna, em 6 de junho. O incidente ganhou repercussão internacional e culminou na liberação dos passaportes de mãe e filha para que ambas pudessem retornar aos Estados Unidos.

Entretanto, o drama ainda não terminou, pois, mesmo com o retorno de Ava a Massachusetts Donizete ainda não perdeu as esperanças de reencontrar a filha.

“Vou fazer de tudo para poder abraça-la. Agora só quero, pelo menos, voltar a falar com a Ava. Não quero tira-la da mãe, só quero ter o direito de ser pai”, disse ele.

O brasileiro acrescentou que falava com a filha em média 3 vezes por semana através do Skype, entretanto, desde o incidente ele perdeu completamente o contato com Ava.

“A Shauna me excluiu do Skype e das redes sociais. Ela também não atende aos meus telefonemas”, afirmou.

A ex-esposa do brasileiro rebateu as alegações dizendo que a menina simplesmente não quer falar com o pai. “Ela não quer falar com ele pela internet e nem por telefone. Acho que é coisa da idade”, argumentou. Ela acrescentou que, antes do incidente, pai e filha se comunicavam em média 2 a 3 vezes por mês. “Ela não pede por ele, talvez pela distância. Mas ele sempre será o pai e eu não vou atrapalhar esse relacionamento”, afirmou Shauna.

Durante o processo de divórcio ocorrido em 2009, Donizete, instruído por seu advogado, abriu mão legalmente da guarda da criança e não registrou a filha como cidadã brasileira nascida no exterior no Consulado em Massachusetts. Entretanto, ele pode entrar com um pedido na justiça dos EUA para garantir o contato com Ava pela internet ou por telefone.

“O magistrado estipula os horários e a quantidade de vezes por semana. O menor não escolhe se quer ou não falar com o pai. A mãe precisa abrir o canal nem que seja para a criança dizer oi”, explicou ele.

Apesar de ser mais difícil, Donizete pode requerer na justiça norte-americana que Ava, acompanhada do guardião, o visite no Brasil, entretanto, o responsável pela criança pode argumentar em seu país o temor e a possibilidade de sequestro no exterior.

Entenda o drama vivido pelo brasileiro:

Segundo a mãe da norte-americana, Linda Hadden, mãe e filha haviam desembarcado no Rio de Janeiro rumo à Florianópolis, quando Shauna recebeu a ligação telefônica de uma amiga do ex-casal alertando que Donizete pretendia pedir judicialmente a guarda da criança. Em virtude disso, ao invés de embarcar no avião para Florianópolis, Shauna mudou a conexão para Fortaleza, onde possui amigos, segundo a agência de notícias The Associated Press.

Em virtude da ação movida na Justiça Federal, Donizete conseguiu que os passaportes fossem confiscados pela polícia, o que impediria que a ex-mulher e filha voltassem aos EUA e daria tempo para que Machado brigasse judicialmente pela visita da criança. O desencontro gerou uma batalha judicial e até uma página eletrônica no Facebook, intitulada “Trapped in Brazil” (Presa no Brasil), na qual Shauna alega ter caído em uma armadilha. O drama atraiu a atenção da mídia norte-americana e até do pai de Sean Goldman, David, que lutou durante vários anos para que o filho, levado pela mãe ao Brasil, fosse retornado aos Estados Unidos.

Shauna alegou que a filha teve os passaportes, brasileiro e norte-americano, confiscados pelas autoridades locais. Em 28 de junho, a advogada de Donizete, Isabel Feijó, confirmou o confisco dos documentos, entretanto, negou que seu cliente quisesse a custódia legal de Ava. Segundo ela, Donizete solicitou a apreensão dos passaportes em 27 de maio basicamente porque a mãe de sua filha não compareceu à visita planejada.

“Ele quer ver a filha e que ela conheça a sua família, conforme o programado”, detalhou Feijó.

Assim que chegassem a Florianópolis, Donizete as buscaria para leva-las à sua cidade natal, Criciúma, entretanto, o encontro nunca ocorreu. A última vez em que ele viu pessoalmente a filha foi quando ela tinha 3 anos de idade, em um parque em Springfield (MA). O brasileiro, que vivia nos EUA de forma indocumentada, conheceu a ex-mulher quando trabalhava na manutenção de um restaurante e ela atendia no bar. Donizete foi deportado após a separação do casal, depois de uma denúncia que Shauna fez à polícia local.

Apesar da tumultuada separação, a norte-americana disse que incentivava o contato entre o pai e a filha, pois ambos se falavam constantemente através da internet.

Fonte: Brazilian Times

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