Publicado em 16/08/2013 as 12:00am
"Trabalhar ilegalmente é fácil, difícil é visitar o Brasil", diz paulistana que mora nos EUA
"Trabalhar ilegalmente é fácil, difícil é visitar o Brasil", diz paulistana que mora nos EUA
Reforma imigratória nos EUA é esperança de vida melhor para 11 milhões de ilegais
da redação
A brasileira Rose Silva, que mora fora do País, sonha com o dia em que poderá visitar seus parentes no Brasil. Rose não está presa, não é acusada de nenhum crime nem está proibida de viajar. Ela só não embarca em um avião rumo a São Paulo porque vive, há oito anos, ilegalmente nos Estados Unidos.
Para poder novamente pisar em sua terra natal — e depois retornar aos EUA para tocar a vida que tanto ama —, Rose aposta todas as fichas na reforma da lei de imigração norte-americana, uma das promessas que levaram Barack Obama à reeleição em 2012.
O sonho de Rose está cada dia mais próximo, mas caminha a passos lentos. A chamada reforma imigratória dos Estados Unidos conquistou uma vitória importante na última semana de junho, quando foi aprovada pelo Senado norte-americano. O projeto ainda tramitará pela Câmara dos Representantes (Deputados), onde o texto poderá sofrer modificações ou mesmo ser rejeitado.
Atualmente, estima-se que 11,5 milhões de pessoas vivem de forma ilegal nos Estados Unidos. Se aprovado, o projeto poderá mudar a vida de muitos imigrantes, inclusive de alguns brasileiros, como Rose.
A paulistana viajou de férias aos Estados Unidos há oito anos, e resolveu permanecer no país após o vencimento do seu visto. Rose, que hoje trabalha como diarista em Nova York, contou que foi demitida da empresa onde trabalhava em São Paulo, pouco antes da viagem, e que não teve problemas em encontrar trabalho nos Estados Unidos.
"Não estar legalizada não significa que não iremos conseguir trabalho. Ao contrário, o mercado da faxina, babá, construção, é onde tem mais pessoas assim", afirma.
Aos 46 anos, casada com um brasileiro que também está nos Estados Unidos ilegalmente e com um filho de cinco anos, Rose diz que não pensa em voltar ao Brasil porque se sente segura e livre no país. Mas reconhece que as mudanças que Barack Obama quer implantar na lei irão melhorar sua vida.
"Para mim o que muda é poder ir ao Brasil. (...) Fazemos nosso imposto todos os anos e talvez isto também já vá contar positivamente [para a legalização], mas até o momento ainda não saiu nada", continua.
Fonte: Brazilian Times