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Publicado em 28/10/2013 as 12:00am

Brasileiro luta para recuperar pertences deixados para trás após deportação

Brasileiro luta para recuperar pertences deixados para trás após deportação

da redação

O sonho de viver nos Estados Unidos acabou quando Elquias Cavalcante foi pego dirigindo sem carteira de motorista, no começo de setembro, encaminhado ao Centro de detenção Krome, em Miami, e deportado um mês mais tarde. Agora, instalado de volta no Brasil, ele tenta recuperar seus pertences de longe, mas o dono da casa onde vivia diz que vendeu seu carro para pagar aluguel não pago.

O drama vivido por Elquias é comum entre muitos imigrantes deportados. Este mês, o número de indocumentados deportados, desde que o presidente Barack Obama assumiu a presidência, chegou ao recorde de 2 milhões de pessoas, em menos de cinco anos.

Quando teve a oportunidade, Elquias ligou para Marcelo Brito,  o dono da casa em que morava, há mais de um ano, em Deerfield Beach, para pedir ajuda em relação a seus pertences e, inclusive para vender sua caminhonete, uma F150 Fort 2002. No entanto, segundo ele, vários de seus pertences sumiram, como tablets, óculos de sol, e mesmo dinheiro que tinha guardado, entre outros objetos, e sua caminhonete foi vendida.

Elquias diz que isso foi roubo, mas o dono da casa, Marcelo, diz que isso serviu para cobrir nove meses de aluguel atrasado.

No ano passado, Marcelo e Elquias fizeram um acordo de que, em troca do aluguel, ele poderia fazer o reparo do piso da cozinha. “Fiz o trabalho e ele me diria quantos meses eu teria sem pagar. Passaram-se uns quatro meses até que eu perguntei se já era hora de voltar a pagar o aluguel e ele me disse que eu já estava devendo uns três meses, portanto, $1,5 mil dólares”, relata Elquias, que disse que mais tarde pagou o devido e não faltou nenhum mês. Elquias está de volta em Pernambuco, onde está retornando a seu cargo como comissário de Polícia Civil.

Já Marcelo alega que a história não foi bem assim e que Elquias devia nove meses de aluguel no momento de sua deportação e a venda da caminhonete, cujo título, segundo ele, Elquias tinha assinado caso fosse deportado, serviu para cobrir parte dessa dívida, que chegava a $4 mil dólares.

Marcelo aluga cinco quartos de sua casa a brasileiros e já precisou lidar com situações parecidas, de pessoas se mudarem da casa durante a noite e sem pagar pelo aluguel. “Eu não ia ficar no prejuízo”, disse Marcelo, que é do Rio de Janeiro. “Moro aqui há mais de 30 anos e já levei muito calote”.

 

Indocumentados e seus pertences

Um estudo deste ano do Centro para Estudos Latino-Americanos da Universidade do Arizona (“In the Shadow of the Wall: Family Separation, Immigration Enforcement and Security”) informou que aproximadamente 40% dos deportados disseram que perderam seus pertences no processo de deportação, incluindo dinheiro, identificação e telefone celular.

 

Planejamento

Embora muitos imigrantes não gostem de pensar no assunto, o planejamento em caso de uma deportação pode evitar muita dor de cabeça.

Entre as dicas dadas por alguns especialistas no assunto, estão:

Em primeiro lugar, procure eleger alguém de extrema confiança para ajudar caso precise;

Se tiver filhos, combine com alguém de sua confiança para cuidar de seus filhos caso você não esteja, que saiba o endereço da escola e lugares onde as crianças frequentam e assine uma autorização para a escola deixar que esta pessoa as busquem;

Informe esta pessoa sobre bancos nos quais você tem conta, incluindo o número da conta;

Caso seja casado ou tenha filhos, faça com que eles tenham acesso à sua conta bancária.

Fonte: Brazilian Times

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