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Publicado em 1/11/2013 as 12:00am

Brasileiro deportado luta para recuperar pertences

Brasileiro deportado luta para recuperar pertences que ficaram para trás

O pernambucano Elquias Cavalcante alega ter perdido seus bens adquiridos nos EUA

 

Da redação

A saga do pernambucano Elquias Cavalcante, morador em Deerfield Beach (FL), começou em setembro, após ser preso por dirigir sem carteira de motorista no sul do estado. Como não tinha documentos, ele foi transferido para o centro de detenção do Departamento de Imigração (ICE) Krome, localizado na cidade de Miami, e deportado no mês seguinte. Uma vez de volta ao Brasil, ele tentou recuperar seus bens deixados nos Estados Unidos, quando descobriu que o dono do apartamento em que morava vendeu sua caminhonete F150 Fort 2002, alegando que o dinheiro compensaria aluguéis atrasados, publicou o Gazeta News.

Segundo o jornal Brazilian Voice, indignado, Elquias ligou para o carioca Marcelo Brito, o proprietário do imóvel em que morava, e, segundo ele, vários de seus bens “desapareceram”, entre eles um computador estilo Tablet, óculos de sol e até economias. Além disso, a sua caminhonete havia sido vendida. O pernambucano alega que foi vítima de roubo, mas Brito insiste que a venda serviu para pagar 9 meses de aluguel atrasado.

Brito aluga vários cômodos do seu imóvel a imigrantes brasileiros e alegou que já foi vítima de indivíduos que se mudam na calada da noite sem pagar o aluguel do mês. “Eu não ia ficar no prejuízo. Moro aqui há mais de 30 anos e já levei muito calote”, defendeu-se.

Quanto a Elquias, que retornou ao cargo de comissário da Polícia Civil em Pernambuco, ele continua a luta de longe para reaver alguns itens adquiridos durante os vários anos em que viveu nos Estados Unidos.

O drama vivenciado por Cavalcante tornou-se cada vez mais comum entre os imigrantes indocumentados que são deportados. Impossibilitados de retornar aos EUA, inúmeros deles são forçados a deixar seus bens para trás, pois saem direto do centro de detenção para o aeroporto. Em 2012, o Departamento de Imigração (ICE) deportou 409.849 pessoas, muitos deles através do “Comunidades Seguras”, um programa lançado em 2008 que obriga as autoridades locais incluírem as impressões digitais de detentos estrangeiros em um arquivo federal para determinar o status migratório do suspeito. O órgão federal alegou focalizar em criminosos reincidentes e “os criminosos mais perigosos e violentos”. O ICE informou que ao longo do ano fiscal de 2012, 55%, ou 225.390 dos deportados, eram criminosos condenados. Entretanto, há indicações que muitos deles não foram responsáveis por crime nenhum e sim delitos pequenos, por exemplo, infrações de trânsito.

Em 2011, 26% dos estrangeiros deportados haviam violado as leis de imigração, mas não tinham cometido nenhum crime ou delito. Em condados onde as leis migratórias são aplicadas de forma mais rígida, a porcentagem poderá ser ainda maior. Em 2010, 54% dos estrangeiros detidos pelo ICE através do “Comunidades Seguras” no Condado de Maricopa, Arizona, jurisdição do Xerife Joe Arpaio, nenhum deles possuía antecedentes criminais.

Os ativistas denunciaram os índices recordes do Presidente Obama com relação às deportações. Em 2012, o congressista Luís Gutierrez (D-Ill.), um dos políticos mais vocais sobre o assunto entre os líderes democratas, disse que as 409.849 deportações ocorridas no ano “não eram motivo de orgulho” e cerca de 90 mil pessoas que contribuem para a melhoria de suas comunidades e não cometeram nenhum crime “são deportadas anualmente”.  Com a aproximação do final do ano e com ela, a possibilidade de que a reforma migratória seja adiada para 2015, uma vez que as eleições primárias de 2014 tendam a evitar a abordagem de um tema tão polêmico, ativistas se preparam para realizar um protesto gigante no National Mall em Washington-DC, entre 5 e 8 de outubro, na esperança de pressionar os legisladores republicanos da Câmara a votarem em uma proposta migratória ampla.

Fonte: Brazilian Times

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