Chegou o Classificado do Brazilian Times. Divulgue ou busque produtos e serviços agora mesmo!

Acessar os Classificados

Publicado em 24/01/2014 as 12:00am

Justiça pode conceder guarda de filha para casal dos EUA

Justiça avalia conceder guarda de filha de brasileira para casal dos EUA

A Justiça norte-americana determinou, nesta quinta-feira (23), que representantes do Department of Children and Families (DCF), espécie de conselho tutelar dos EUA, avaliem a possibilidade de um casal amigo da pernambucana Karla Janine Albuquerque, 41, ficar com a guarda da filha dela, de apenas 6 anos. A brasileira acusa o ex-marido de ter cometido crime sexual contra a menina e está presa no Texas por ter descumprido uma ordem judicial. Sem comunicar o Poder Judiciário, ela mudou-se da Flórida para o Texas com a criança, impedindo que o pai visitasse a garota, conforme determinação da Corte. A audiência desta quinta foi acompanhada pela tia da menina, Karine Santos. Ela contou que Karla pôde rever a filha, que teria chorando muito durante a sessão. Desde 16 de janeiro, quando a pernambucana foi detida, a menina está morando em um abrigo. O pai, que é investigado pelo suposto crime, também compareceu ao local com dois advogados. Segundo a família de Karla, ele está na lista de "sexual offenders" (criminoso ou transgressor sexual), mantida pela polícia da Flórida. "Eu sou favorável que a criança fique com o casal. Eles são educadores cristãos. Eu os conheci, convivi com eles. É uma alternativa", comentou a avó da criança, Kátia Sarmento Martins, defensora pública aposentada que mora no Recife. Nesta quinta, ela participou de audiência na Associação dos Defensores Públicos do Estado de Pernambuco (Adepepe) e foi comunicada que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) vai entrar no caso. "Tenho uma reunião na próxima segunda (27) com os dirigentes da regional de Pernambuco. Eles vão entrar em contato com órgão semelhante nos EUA para tentar ajudar a minha filha", acrescentou. Ainda conforme a família, uma nova audiência foi marcada para a próxima quarta (29) pela Justiça norte-americana, que deve se pronunciar, após receber a análise do Department of Children and Families, sobre quem ficará com a guarda da garota. O Itamaraty acompanha o caso. O G1 entrou em contato com o escritório de advocacia contratado pela pernambucana, mas a advogada responsável informou que não poderia se pronunciar. A reportagem não localizou os advogados de defesa do pai da criança para comentar o assunto. A família de Karla criou um site para arrecadar fundos e pagar os custos do processo judicial. Entenda a história A atendente da central telefônica da Delegacia da Flórida informou que o pai da criança foi condenado por um crime em 1996, mas não chegou a ser preso ? passou cinco anos em liberdade condicional e atualmente não cumpre nenhum tipo de pena. O site da polícia explica que o "sexual offender" fica naquela lista por ter apresentado comportamentos inadequados, sem ter necessariamente consumado um estupro. A atendente explicou ainda que o nome do suposto marido de Karla não consta em uma segunda relação mantida pela polícia, a dos predadores sexuais. Para fazer parte desta, é preciso que a pessoa tenha sido declarada como predadora pela Justiça. Isso normalmente acontece quando o infrator cometeu um crime mais grave ou foi condenado por diversos delitos menores, todos de teor sexual. Nem o Itamaraty nem a polícia da Flórida informaram o nome do homem envolvido no caso. Karine Santos mora na Flórida e diz que os problemas conjugais da irmã são antigos. "Minha irmã pediu ajuda ao consulado quando separou-se do marido pela primeira vez, mas foi informada que, por se tratar de um processo civil e não criminal, o consulado não poderia fazer nada". O Itamaraty disse que o Consulado Brasileiro em Houston vai primeiro procurar saber o tipo de ajuda que Karla está precisando e garantiu que ela terá assistência, pelo fato de ser uma cidadã brasileira. Segundo a mãe, Karla está nos EUA desde 2004 e conheceu o pai da filha dela em 2005. Durante boa parte do tempo em que viveu no país, a situação dela como imigrante era irregular, de acordo com Kátia. Além disso, o relacionamento dos dois era instável. "Ela conheceu esse rapaz em Palm Beach. Ele é sedutor, um manipulador nato, só soubemos tarde demais quando ela já estava casada. Ele cometeu atos libidinosos com uma enteada, já tinha uma história. Eu não percebi nada de errado, convivi muito pouco". Karla teria casado grávida em 2006. "Durante a gravidez, ele tentava bater nela, é um homem de quase dois metros de altura. Ele tentou vários tipos de agressões, ela tinha tudo isso gravado, mas ele confiscou o celular que tinha as agressões verbais. Em fevereiro de 2007 eles se separaram. Ela foi para um abrigo para mulheres que sofrem violência doméstica", relatou a mãe da brasileira. Em novembro de 2010, uma publicação feita para brasileiros que vivem nos EUA, Brazilian News, veiculou uma entrevista com Karla onde ela pedia ajuda para encontrar um advogado que defendesse sua causa. Na ocasião, ela contava sua versão da história e detalhava as dificuldades que estava sofrendo para compreender as leis do país e proteger a filha.

Fonte: (G1)

Top News