Maria Rita fala ao BT sobre turnê nos EUA

Prestes a desembarcar nos EUA para uma extensa turnê de divulgação do seu mais recente álbum, "Redescobrir", a cantora Maria Rita falou com exclusividade ao BT sobre as expectativas para as apresentações e também sobre o novo formato de seu show, que mescla canções de sucesso de sua carreira, com versões que ficaram famosas na voz de mãe, Elis Regina. Maria Rita se apresenta no dia 2 e 3 de Fevereiro no City Winnery em Nova Iorque, e no dia 9 de Fevereiro faz apresentação no Zeiterion Theatre, em New Bedford ? MA. 1- Os shows nos EUA serão apenas com voz e piano. De onde veio a ideia de seguir nesse formato? Apresento esse show, nesse formato, em algumas ocasiões especiais aqui pelo Brasil há algum tempo. De fato, não é uma turnê nos seus moldes mais comuns, ou como o público está acostumado a me ver fazer. No entanto, é um formato do qual gosto muito ? pela intimade com o público, pela intimidade, no palco, entre os instrumentos, piano e voz. Eu e Tiago (pianista) temos uma afinidade musical total e isso fica muito gritante nesse formato. Sem contar que é um imenso desafio, essa "desnudez" diante do público, e disso eu também gosto muito, vivo desses desafios. 3 - Você já fez shows fora do país em outras ocasiões. Quais as principais diferenças em relação ao público estrangeiro e o brasileiro? Difícil comparar qualquer público com o público brasileiro, por várias razões que começam com a afinidade com a língua e palavras cantadas e vão até o entendimento do seu contexto dentro de um momento específico. Acho que cantar para um público estrangeiro talvez seja mais mágico, porque não existe nada entre mim e eles, que não a música, a harmonia o ritmo das palavras. Já me apresentei muito pelo mundo todo: Europa, Japão, África, Estados Unidos, América Latina e o que eu posso dizer, é que em cada uma dessas ocasiões, o encontro com o público foi especial e diferente. 4- Como você vê o atual momento da MPB no Brasil? Viu alguma mudança de popularidade desde a época do seu primeiro álbum e agora? O Brasil está passando por um momento, politica e historicamente, que é um grande ponto de interrogação, onde tudo pode acontecer, e entendo que com a cultura como um todo, o mesmo seja verdade. Há muita coisa interessante acontecendo, os processos criativos, os movimentos de entrega dos artistas, a distribuição da arte ? muito em função da internet e da indústria, que está se reiventando. Acho complexo falar desse momento numa resposta tão curta, mas eu mesma oscilo momentos de otimismo e pessimismo. Ainda não tenho uma opinião formada. Torço, sempre, pela tradição excelente da Música brasileira. 5 ? Como você vê a recepção do público brasileiro que mora no exterior e te surpreende como eles conhecem as canções que você interpreta mesmo com muitos morando fora do país e sem contato com a cultura brasileira? Vou confessar que me surpreendo sempre, onde quer que eu esteja. Esse movimento do público que vai ao show por livre e espontânea vontade me toca de uma maneira muito forte, muito profunda. É muito bonito, isso. Me sinto realizada e, além, abençoada por viver de música, com esse carinho do público ? que, mesmo que não conheça a canção, está lá! É muito forte, em mim, essa relação. 6 ? Alguma surpresa exclusiva para os shows nos EUA? Além de ser a primeira vez que faço piano e voz, algumas... não fechei o repertório 100%, ainda, mas... Espero que o público se emocione! Mas prefiro não falar porque senão deixa de ser surpresa, né? E em Los Angeles, vou ter a honra de receber no palco alguns dos maiores músicos do mundo: Don Grusin, Alexa Acuña e Brian Bromberg que comigo farão uma homenagem a Oscar Castro Neves. Confira a agenda de shows de Maria Rita 31 JAN Scottsdale, AZ Scottsdale Center for the Performing Arts 02 FEV Nova York, NY City Winnery 03 FEV Nova York, NY City Winnery 05 FEV Chicago, IL City Winnery 06 FEV Chicago, IL City Winnery 09 FEV New Bedford, MA Zeiterion Theatre 10 FEV São Francisco, CA San Francisco Miner Auditorium 14 FEV Los Angeles, CA Disney Concert Hall