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Publicado em 28/04/2014 as 12:00am

Egito condena à morte 680 ligados à Irmandade Muçulmana

Egito condena à morte mais de 680 ligados à Irmandade Muçulmana

O líder da Irmandade Muçulmana, Mohamed Badie, e outros 682 réus islamitas considerados leais ao presidente destituído Mohamed Morsi foram condenados à morte nesta segunda-feira (28) por um tribunal egípcio. Todos foram acusados de atos de violência.

As sentenças serão encaminhadas à Mufti, a autoridade religiosa mais alta do Egito, que irá confirmar ou não a decisão do Tribunal. A decisão final deve ser divulgada em 21 de junho.

Os condenados foram julgados por participação em manifestações violentas em Minya em 14 de agosto de 2013, mesmo dia em que mais de 700 partidários de Morsi morreram em protestos violentamente reprimidos no Cairo.

Várias mulheres que aguardavam o veredicto nas proximidades do tribunal desmaiaram ao tomar conhecimento da sentença.

Entre os 683 condenados nesta segunda-feira, apenas 50 estão detidos. Os demais estão em liberdade sob fiança ou são considerados foragidos.

Mohamed Badie, líder da Irmandade Muçulmana, tem outros julgamentos abertos, nos quais também pode ser condenado à pena de morte.

Também nesta segunda-feira, um tribunal do Cairo declarou a proibição do Movimento de 6 de Abril, o principal grupo de jovens que liderou a revolta contra o presidente Hosni Mubarak, destituído em 2011.

O grupo critica atualmente o regime comandado pelo exército. As forças de segurança mataram 1.400 manifestantes desde o golpe de Estado de 3 de julho que destituiu o presidente islamita Mohamed Morsi, o único eleito democraticamente na história do Egito.

A turbulência no Egito se aprofundou desde julho de 2013, quando o Exército depôs Morsi. As forças de segurança já mataram centenas de manifestantes da Irmandade nas ruas e prenderam milhares de outros - atualmente, mais de 15 mil partidários de Morsi e militantes da Irmandade Muçulmana estão detidos.

Condenações confirmadas
Em outra decisão nesta segunda, o Tribunal de Minya confirmou a sentença de morte para 37 outros integrantes da Irmandade que foram condenadas em março.

Neste julgamento, 529 integrantes da organização foram condenados. A sentença de morte foi recomendada para todos. Entretanto, 492 sentenças foram transformadas em prisão perpétua.

Os 37 condenados à morte do primeiro julgamento devem aguardar agora que o grande Mufti do Egito, a principal autoridade religiosa do país, confirme ou anule a sentença, como determina o procedimento jurídico egípcio.

A decisão judicial de condenar à morte esse número tão elevado de pessoas não tem precedentes na história do Egito e despertou a críticas de países ocidentais e de organismos de direitos humanos.

Irmandade Muçulmana
A Irmandade Muçulmana, um grupo fundamentalista muçulmano, foi fundada há 85 anos no Egito, e atuou na clandestinidade até o início de 2011, quando houve a queda do ditador Hosni Mubarak. O grupo logo se organizou em um partido e venceu as primeiras eleições seguintes, colocando Mohamed Morsi no poder.

A plataforma do partido político da Irmandade convoca o Egito a ser um "estado civil democrático, com uma base islâmica", dizendo que aceita os preceitos da democracia liberal, como a existência de eleições livres, a transferência de poder e a soberania dos órgãos eleitos no estabelecimento de leis. Mas o grupo, juntamente com outros muçulmanos, colocou cláusulas na Constituição pós-Mubarak prevendo que as leis aprovadas pelo parlamento não deve contradizer a sharia, ou lei islâmica.

Um ano após sua eleição, entretanto, Morsi foi retirado do poder pelos militares, por ele "não ter cumprido as expectativas" do povo. Desde então, seus seguidores passaram a ser perseguidos e centenas de integrantes da Irmandade Muçulmana foram presos e julgados.


Fonte: (g1)

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