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Publicado em 16/05/2014 as 12:00am

ENQUETE: Brasileiros falam sobre racismo em Massachusetts

ENQUETE: Brasileiros falam sobre racismo em Massachusetts

Luciano Sodré

O assunto sobre racismo ganhou o mundo depois que o jogador brasileiro Daniel Alves comeu uma banana atirada contra ele em um jogo de seu time, o Barcelona. A intenção de quem jogou a fruta era afirmar que o atleta era um macaco. Mas a atitude de Dani foi elogiada, pois ao comer a banana, ele mostrou que não se importa para o racismo.

A equipe de reportagem do jornal Brazilian Times conversou com alguns brasileiros, que moram em Massachusetts, para saber a opinião deles sobre a existência de racismo na comunidade brasileira neste estado.

 

A enfermeira Irenilda Alvernaz, que reside nos Estados Unidos há 10 anos, afirma que em todos os segmentos existem racismo. Ela, que mora na cidade de Framingham (Massachusetts) e é natural de São João do Oriente (Minas gerais), explica que mesmo diante de tantas lutas contra o preconceito, existem muitas pessoas dentro da comunidade que não vivem o que pregam. “É só prestar atenção ao nosso dia-a-dia que veremos muitos casos de racismo”, disse.

A radialista Fabiana Miranda, que mora na cidade de Dudley (Massachusetts), pensa da mesma maneira que Irenilda. Ela, que mora há 18 anos nos Estados Unidos, acrescentou que o racismo e preconceito não é apenas um problema de cor. Ela qualifica outros pontos que acredita fomentar o racismo e preconceito na sociedade

Entre eles, Fabiana cita os três que mais lhe incomodam. O primeiro é a competição entre as igrejas, “onde um quer ser melhor e mais santo que o outro”. O segundo exemplo de preconceito engloba os imigrantes que vivem há mais tempo nos Estados Unidos e querem fazer disso um suporte para humilhar e explorar os imigrantes recém-chegados

O terceiro exemplo citado pela radialista é a competição “de mentiras” de brasileiros. Ela explica que existe na comunidade um jogo onde um tenta ser melhor que o outro. “Quantas vezes ouvi conversas tipo: no Brasil eu era isso, tenho aquilo, fiz aquilo outro”, acrescenta.

A mineira de Ipatinga, Aggnes Karine, já pensa diferente e disse que nunca presenciou e nem soube de casos de racismo na comunidade brasileira em Massachusetts. Ela defende que os brasileiros sabem como é sofrer preconceito por ser imigrante. “Então eles não querem passar adiante aquilo que os machucou um dia”.

Mesmo assim, ela não descarta a possibilidade de existir racismo e preconceito, “pois isso faz parte da comunidade mundial”. Para a mineira, é preciso que as pessoas se conscientizem de que todos são iguais e merecem o mesmo tratamento. “Não importa a cor religião, poder aquisitivo ou a situação imigratória. Somos todos filhos de um mesmo Deus”, finaliza.

O empresário e presidente da CDLE, João Arruda de Melo, afirma que sempre haverá racismo e preconceito na sociedade. Ele cita como exemplo o fato de algumas pessoas se acharem melhor que outras. “Mas isso se deve à educação que recebemos de nossos pais, o fato de sermos criados em determinadas regiões e por isso não gostamos das demais”, disse.

Para Arruda, a falta de informação também é um ponto importante para o crescimento do racismo e preconceito. “Se uma pessoa não recebe instrução adequada e fica alienada do mundo, vivendo apenas o que acontece à sua volta, ela com certeza vai crescer com uma mente limitada e bloqueada a aceitar outras culturas”, conclui.

 

Para o ativista Sidney Pires, o racismo existe na comunidade brasileira em Massachusetts. Ele citou uma história recente que presenciou e prova a sua afirmação. “Eu fui à uma festa, acompanhado de amiga de cor escura. Ela estava filmando as pessoas no restaurante e resolveu filmar ela também. Um senhor de pele clara e mais um grupo disse: macacos fora da jaula, além de engraçados são inteligentes”, disse ressaltando que o grupo riu muito da piada infame.

Sidney cita que entre os brasileiros o racismo é social também. “O pobre é discriminado, os menos favorecidos são humilhados, etc”, disse. Para ele, este problema é cultural, pois as pessoas jogam uma calúnia contra você, uma grande maioria acredita e não dá chances para a vítima se explicar. Depois disso, as pessoas se afastam e criam o seu próprio círculo.

Ele explica que cresceu vivenciado e sofrendo casos de racismo e preconceito e já não se incomoda mais. “A sociedade super valoriza as aparências e deixam de lado a inteligência das pessoas.

Fonte: (da redação)

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