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Publicado em 19/05/2014 as 12:00am

Interpol no Rio está à procura de 19 foragidos em outros países

Interpol no Rio está à procura de 19 foragidos em outros países

O drama de um pai que perdeu contato com a filha há sete anos, quando a mãe viajou para o Japão com a garota e não voltou mais. A busca pela extradição da mulher acusada de matar o marido nos Estados Unidos e fugir para o Brasil. Histórias como essas estão por trás da lista de 19 pessoas nascidas no Estado do Rio procuradas pela Interpol. O grupo cruzou a fronteira do país onde cometeu crimes em busca de impunidade.

No ano passado, a Interpol no Rio, ligada à Polícia Federal, prendeu oito foragidos e incluiu outras dez pessoas na lista da chamada ‘difusão vermelha’ — alerta expedido por autoridades de um país-membro. O órgão tem conexões em 190 países, que compartilham informações sobre procurados pela Justiça. O objetivo é divulgar fotos e dados, para obter a extradição de fugitivos.

A medida não valeria para Carla Vanessa Fuziyama, que viajou nas férias ao Japão com a filha, há sete anos, e não voltou. Na época, ela morava com o pai da garota, na Baixada Fluminense.

Embora esteja foragida para a Justiça brasileira, ela não pode ser capturada porque o país asiático não assinou a Convenção de Haia de 1980, que trata de casos de sequestro internacional de crianças. Carla só poderá ser presa e deportada ao Brasil se viajar para algum país onde haja atuação da Interpol.

Um outro crime, envolvendo um militar, criou polêmica entre autoridades no Brasil e Estados Unidos. Em março de 2007, Carl Hoerig, ex-combatente da Força Aérea Americana em missões no Iraque e Afeganistão, foi morto a tiros em Newton Falls, no Estado de Ohio.

Claudia Hoerig, mulher dele, confessou o crime, alegando ser vítima de agressões. Antes da morte do marido, ela comprou uma pistola, uma passagem aérea para o Brasil e transferiu dinheiro para a sua conta. 
Após o homicídio, as autoridades americanas pediram a extradição de Claudia. Mas isso não é permitido pelas leis brasileiras. A tranquilidade para viver em território brasileiro durou até julho do ano passado, quando Claudia passou a ser tida como foragida, ao perder a nacionalidade.

“Os procurados pela Interpol são pessoas que trocam de país para fugir da aplicação da lei pelo crime que cometeram. O importante, nesses casos, é que haja cooperação e troca de informações entre a polícia brasileira e a polícia do exterior”, analisa um delegado que já atuou pela Interpol.

Número de procurados cresce 20% a cada ano 

A lista de brasileiros procurados na ‘difusão vermelha’ no exterior cresce 20% a cada ano, segundo o Escritório Central da Interpol no país. Em sua página na internet, o órgão divulga informações de 160 brasileiros — 11,87% dos procurados são do estado do Rio de Janeiro. Entretanto, há mais de 350 casos de procurados pela Justiça em outros países. Segundo a Polícia Federal, uma limitação de casos divulgados no site por país impede a localização de todos os registros na internet.

O índice de brasileiros procurados pela Interpol aumentou nos últimos quatro anos, quando o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) expediu instrução normativa determinando que os juízes brasileiros incluíssem observação no mandado de prisão caso houvesse suspeita de fuga do suspeito para o exterior.

Foi o que ocorreu com Monique Chedier Fernandes e Gláucio Garcia Torres, de acordo com mandado de prisão preventiva expedido em 2010 pela 1ª Vara Criminal de Petrópolis, na Região Serrana do Rio, acusados de estelionato por lesar pelo menos 12 vítimas em uma agência de viagens.

Entretanto, embora tenham sido localizados em Orlando, no Estado da Flórida, nos EUA, onde também trabalham no ramo de turismo, eles só poderão ser extraditados se forem condenados, segundo despacho assinado pela juíza Mônica Ribeiro Teixeira, em maio de 2012.

Outro caso de foragido procurado no exterior é de Ajax Nunes, que exercia a chefia no Setor de Aposentadoria do INSS. Em outubro do ano passado, ele foi condenado a 5 anos e nove meses de prisão pela 8ª Vara Criminal Federal por oito crimes de peculato. Segundo a acusação, ele tinha 48 anotações criminais.

FORAGIDOS

Uma dívida milionária 

Assim como Claudia Hoerig, Bernardo Katz buscou refúgio no Brasil após cometer crimes nos EUA. Ele deixou um rombo de cinco milhões de dólares — cerca de R$ 11 milhões — na cidade de Pittsburgh, no Estado da Pensilvânia.

Violoncelista renomado, Katz se mudou para Pittsburgh nos anos 90 e começou a investir em imóveis, restaurantes e lojas. Voltou ao Brasil em meio a execuções de hipotecas e está sendo procurado pela Justiça americana por fraude.

Outro caso é o de Sandro Alberto Borba de Lima, apontado como o homem de confiança de Haylton Escafura, filho do bicheiro José Caruzzo Escafura, o Piruinha. Há dois anos, ele foi indiciado em operação da Polícia Federal que desarticulou um esquema de contrabando de carros e lavagem de dinheiro, ligando contraventores do Rio à máfia israelense. Segundo a investigação, Sandro era responsável pelos novos negócios e por instalar bingos.

Amilton Pessoa de Carvalho entrou na lista da Interpol por ser acusado de matar um cabo do Exército e deixar cinco pessoas feridas ao atirar contra a multidão em uma briga em Florianópolis, Santa Catarina. O militar foi baleado no pescoço enquanto estava no ponto do ônibus.

Fonte: g1

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