Publicado em 28/05/2014 as 12:00am
FBI cadastra vítimas da Telexfree em website
FBI cadastra vítimas da Telexfree em website
Finalmente, uma luz no fim do túnel para os
brasileiros vítimas da Telexfree. Depois do escândalo que tomou conta da empresa,
o Federal Bureau of Investigations (FBI, a polícia federal americana) começou
na quinta-feira (22) a cadastrar as possíveis vítimas do esquema. Essa seria
uma maneira de encontrar as pessoas que foram lesadas pela pirâmide financeira
organizada de que a empresa foi acusada, na maioria brasileiros, tanto no
Brasil quanto nos Estados Unidos.
O FBI lançou uma página no seu website na quinta-feira (22) (https://forms.fbi.gov/telexfree-inc-customer-questionnaire)
a fim de cadastrar possíveis vítimas da Telexfree. Os residentes no Brasil,
onde o negócio chegou a atrair 1 milhão de pessoas, também podem preencher o
formulário, disponível em português.
Quem se cadastrar será atualizado a respeito do andamento das investigações
sobre a Telexfree e poderá ser beneficiado por um eventual ressarcimento que
Justiça Federal americana obrigue a empresa a fazer, segundo o Departamento de
Justiça dos Estados Unidos. Cerca de 1,4 mil pessoas já entraram em contato com
o órgão desde 9 de maio, quando um dos donos da Telexfree foi preso.
No dia 14 de maio, brasileira Katia Wanzeler, mulher de Carlos Wanzeler, de 45
anos, sócio-proprietário da Telexfree, foi presa quando tentava embarcar no
aeroporto internacional JFK, em New York, com passagem só de ida para o Brasil.
O marido dela está foragido desde abril, e suspeita-se que esteja no Brasil.
Ela tentou um acordo com a Justiça americana para responder o processo em
liberdade, mas o pedido foi recusado. Kátia é considerada uma testemunha
material no golpe que pode ter movimentado $1 bilhão.
FBI
Na ficha, os divulgadores, como são chamadas as pessoas que investiram na
Telexfree, deverão informar quanto receberam da Telexfree e de que forma – se
por transferência eletrônica ou cartão de crédito, por exemplo – e quantos
pacotes de telefonia VoIP comprou e ou vendeu.
As pessoas que já se registraram no cadastramento, aberto em abril pela
Secretaria de Estado de Massachusetts – onde fica a sede da empresa – também
devem preencher a ficha do FBI, segundo o Departamento de Estado americano.
No Brasil, TelexFree começou a ser investigada em janeiro de 2013. A
investigação resultou na descoberta de “evidências de crime” cometidos pela
companhia. Meses depois, uma juíza do estado do Acre conseguiu impedir a
operação no país, congelando cerca de $350 milhões de reais da companhia. Nos
Estados Unidos, a empresa Telexfree entrou com um pedido de falência em Las
Vegas, no dia 14 de 16 de abril.
O Ministério Público do Acre (MP-AC) tenta obrigar o braço da Telexfree no País
a ressarcir os divulgadores. O processo ainda não foi julgado pela 2ª Vara
Cível de Rio Branco. A empresa foi multada por atrasar o andamento da ação.
Apresentada como um negócio de venda de pacotes VoIP por meio de marketing
multinível, a Telexfree foi acusada de ser uma pirâmide financeira que
arrecadou $1,2 bilhão (cerca de R$ 2,7 bilhões) em todo o mundo, segundo a
Securities and Exchange Comission (SEC, a Comissão de Valores Mobiliários
americana).
Segundo a SEC, apenas 1% do faturamento da Telexfree veio da venda de VoIP. O
restante era decorrente dos investimentos feitos pelos divulgadores para
entrarem no negócio.
A Telexfree foi fundada nos EUA em 2002 por James Matthew Merrill, americano, e
Carlos Nataniel Wanzeler, brasileiro. Merrill foi preso em 9 de maio.
Fonte: (da redação)