Publicado em 12/11/2014 as 12:00am
Brasileiro fala sobre participação na guerra do Iraque
No dia 11 de Novembro comemora-se nos Estados Unidos, o "Dia dos Veteranos de Guerra", Nesta data acontecem desfiles, cerimônias e homenagens.
Em conversa com a redação do jornal Brazilian Times, ele fala da “importância e honra de estar entre os bravos homens e mulheres que serviram protegendo a liberdade do cidadão estadunidense”.
Bruno ressalta que ter participado destas guerras lhe fez aprender muito e amadurecer em muitas maneiras. “Aprendi a ser parte de algo muito maior que eu”. O brasileiro aconselha a geração mais jovem que o primordial é obter a educação. “Deus tem um caminho e um plano para todos e devemos aproveitar as oportunidades que surgem pelo caminho”, disse. “Não temam, pois as coisas ficam ruins antes de melhorar. O importante é olhar para trás, quando você tem 30, 40, 50 ou 80 anos de idade, e ver que você fez parte de algo muito importante”, continua.
Brazilian Times - Quando você entrou para o Exército, tinha certeza de que poderia ser convocado para uma guerra?
BRUNO SARAIVA - Inicialmente, eu me entrei para o exército como reservista em um tempo de paz. Eu fui o primeiro da minha família a servir as forças armadas e realmente não sabia o que esperar. Eu estava em um treinamento avançado individual quando fomos atacados no "11 de Setembro"
BT - Qual foi sua reação ao ser convocado para a guerra no Iraque?
BS - Bem, o processo de transição da reserva para o campo de batalha durou cerca de um ano. Quando recebi a ordem de ir para o Iraque eu sabia que seria difícil, mas estava orgulhoso de poder servir o meu país EUA.
BT - Qual foi os seus maiores aprendizados nesta guerra?
BS - Existem muitas lições que podemos aprender em uma guerra. Eu amadureci muito, aprendi que o próprio tempo é um dom precioso e que não podemos desperdiçá-lo, aprendi a ser grato por tantas coisas. Fui a Bagdá (capital do Iraque) e percebi que gostava de ser um soldado e um médico em combate e que eu poderia fazer uma carreira no Exército dos EUA.
BT - Quantas vezes você voltou ao Iraque?
BS - Eu fui ao Iraque duas vezes.
BT - Hoje você vive em uma base militar. É muito diferente de viver numa área civil?
BS - Atualmente, vivo em um posto militar e é como uma da cidade. Existem áreas de formação, áreas de escritórios, escolas, serviços religiosos, comerciais, postos de gasolina, hospitais, farmácias, Starbucks, Burger King, centro de educação, faculdades, creches, etc.
BT - Agora a sua ida é para o Afeganistão. Você acha que será igual ao Iraque ou não tão ameaçador?
BS - Não será, mas eu jamais irei subestimar o inimigo. No Iraque eu servi ao lado da Polícia Militar e agora vou ao Afeganistão servindo em uma unidade de infantaria.
BT - Qual a razão dos EUA ainda estar em ação no Afeganistão?
BS - Prefiro não comentar este assunto
BT - Quando você está no meio de uma guerra, quais lembranças vem à sua mente? Família, infância no Brasil ou você só focaliza na missão?
BS - Quando você está em um campo de batalha, por diversos momentos pensamos na família. Não foi diferente comigo. Ficava olhando as fotografias, até mesmo o telefone e Skype a espera de notícias e de dar notícias. Mas quando estou em uma missão, é preciso ficar ficado e ciente do que nos rodeia.
BT - Muitos jovens brasileiros têm vontade de estar no Exército dos Estados Unidos. O que você falaria para eles?
BS - Eu incentivo a todos a participar. Gostaria de convidar a todos para servir pelo menos três anos no exército. Por causa disso, hoje sou um homem bem melhor. Eu aconselharia aos meus filhos para ir à faculdade e depois adoraria que eles servissem ao exército.
BT - Servir o exército foi algo que você sempre quis?
BS - Não. Eu fui o primeiro da minha família a servir e era ignorante sobre assuntos militares.
BT - Deixe uma mensagem para todos os brasileiros e pessoas de outras nacionalidades que ficarão aqui orando por você e pela segurança de todos e por um retorno são e salvo:
BS - Eu gostaria de agradecer o apoio contínuo deste jornal e acrescentar que acredito no poder da oração. Sou muito grato por ter tanto apoio da família, amigos e até pessoas que não me conhecem, mas se lembram de mim em suas preces.
Fonte: Da Redação do Brazilian Times | Texto de Luciano Sodré