Publicado em 3/04/2015 as 12:00am
Criciúma Imóveis é processada no Brasil
A Criciúma Imóveis é acusada de não cumprir o contrato e não entregar os bens no prazo programado
O MPSC ingressou com uma Ação Civil Pública em 2014 contra a empresa e os seus proprietários. Através da 7ª Promotoria de Justiça de Criciúma, o órgão identificou 8.801 consumidores lesados pela construtora. A empresa não cumpriu os prazos de entrega dos imóveis que vendeu.
Em 2011, a família de Cinthia Goulart de Godoi trocou a casa onde morava por um apartamento na planta, em Tubarão, onde vivem. Até fevereiro, a construtora pagava o aluguel da família, mas parou de bancar a despesa.
Para tentar resolver a situação, Cinthia, o marido e os dois filhos, de 8 e 10 anos, passaram a tarde e a noite de terça-feira (31), na sede da empresa em Içara, mas só conseguiram ser atendidos na manhã desta quarta (1). "Conversamos com o dono da empresa e ele disse: não coloquem o processo porque vocês não tinham conversado comigo ainda. Agora conversaram. Não posso resolver o problema hoje, mas me deem 30 dias para eu resolver”, conta Cinthia. "Se passaram seis meses e estou de novo na mesma situação e nada se resolveu. Estou aqui e me aconselham a procurar a Justiça”, desabafa a compradora.
Após a entrevista para a RBS TV, a família foi recebida e na negociação informou que uma reunião com o administrador judicial da empresa será realizada e que a situação deles terá prioridade. A empresa ficou de retornar para a família na quinta-feira (2).
Recorrer à Justiça
De acordo com o Ministério Público, há quase nove mil casos em que a empresa vendeu o imóvel e não conseguiu entregar. Segundo o assessor jurídico da associação que foi criada pelos credores para tentar resolver o problema, o melhor caminho para quem comprou os imóveis e não recebeu ainda é entrar na Justiça.
"O contrato na gaveta vai continuar ali e no judiciário vai ter um andamento. Ainda que ele fique por último para receber, ele ainda vai ter uma perspectiva de recebimento. A nossa perspectiva é tentar mostrar ao judiciário que o credor é dono do seu imóvel. Ele não pagou cimento, não pagou empregado, ele não tem nada a ver com outros credores da empresa. Ele é proprietário de um imóvel e pagou por isso”, afirma o assessor Marcos Rinaldo Fernandes.
Em outubro do ano passado foi a última vez que o Rogério Cizeski, dono da construtora, conversou com a equipe de reportagem. Na época, ele informou que a inadimplência foi o motivo de tantos atrasos e descumprimentos de prazos. Segundo ele, a empresa estava negociando com os compradores e aos poucos passaria a escritura dos imóveis aos clientes para que eles mesmos pudessem terminar as obras.
A empresa fez várias campanhas nos Estados Unidos, principalmente em Massachusetts, onde vendeu vários imóveis. Acredita-se que os compradores também estão passando o mesmo problema que a família de Cinthia Goulart de Godoi.
Alguns brasileiros utilizaram as redes sociais para expor a situação e alertar a comunidade para evitar este tipo de problema.
Fonte: Da Redação