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Publicado em 6/04/2015 as 12:00am

Brasileiro atende a comunidade na polícia de Marlborough (MA)

Agora, na metade do seu terceiro ano no Departamento, Rafael conta como se sente desempenhando esta função.

Em 2000, o brasileiro Rafael Faria não tinha intenção de se tornar um policial. Um jovem de 16 anos de idade, tinha acabado de chegar aos Estados Unidos. No início, se tornou um gerente de restaurante até conhecer o Bridge Program, projeto para melhorar as relações entre o Departamento de Polícia de Marlborough (Massachusetts) e a comunidade brasileira. Desta forma, surgiu um canal para que as pessoas pudessem falar, em português com um oficial.

Agora, na metade do seu terceiro ano no Departamento, Rafael conta como se sente desempenhando esta função. "Não é só falar o idioma em si, é a compreensão da cultura. Entender que eles não querem denunciar os crimes", disse Faria. "Sem falar que a polícia militar (no Brasil), é muito agressiva e existem muitos corruptos no meio, o que cria uma tradição de afastamento entre comunidade e os policiais", disse Faria.

Os oficiais bilíngues e até trilíngues tornam-se um ponto muito importante entre a comunidade e as autoridades de sua cidade. Isso torna mais fácil para um brasileiro denunciar um crime ou abordar qualquer outro assunto.

Um dos problemas mais comuns nas comunidades imigrantes é a violência doméstica, o que segundo Rafael “é um problema que se tornar maior quando a vítima hesita em denunciar”. Ele cita a história de uma mãe que não quis relatar às autoridades que um agressor estava molestando o seu filho. A mulher não denunciou porque tinha medo do seu status imigratório. "As pessoas que cometem estes crimes usam isso como uma vantagem. Eles dizem: 'se você relatar para a polícia, vai ser deportado", disse Faria. "Eles vão utilizar a imigração como uma ferramenta e uma tática de medo", continua.

Mas o brasileiro explica que, “a menos que alguém é procurado pela Immigration and Customs Enforcement (ICE), essas ameaças são infundadas”. Ele explica que existe uma diferença entre a imigração e o departamento de polícia local.

O ativista e radialista Ilton Lisboa disse que o programa que promove a aproximação das comunidades imigrantes e as autoridades locais é muito importante, pois “cria mais confiança e afasta o medo das pessoas em relação à polícia”.

O chefe do Departamento de Polícia de Marlborough, Mark Leonard, disse que um grupo de intérpretes pode ser chamado quando necessário, mas que ter um funcionário que fala um idioma diferente do Inglês é muito valioso. "Quando contratamos estas pessoas, nós estamos pensando nas pessoas que falam a língua do contratado", disse. “Mas nós não vemos candidatos para atender a comunidade brasileira", continua ressaltando que "esse é um grande obstáculo".

Fonte: Da Redação

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