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Publicado em 17/06/2015 as 12:00am

Estudantes imigrantes sofrem com falta de ajuda do governo

Brasileiro Gabirel Parreira se destacou em suas notas, mas os planos para o futuro são limitados

Da Redação

     Como a maioria dos estudantes de sua classe na High School de Somerville (Massachusetts), o brasileiro Gabriel Parreira gasta boa parte do seu tempo pensando sobre qual faculdade vai ingressar no próximo ano. Mas não importa quão bom ele se gradue, pois terá opções limitadas. “Não é uma coisa difícil ingressar na faculdade, mas é difícil para um imigrante conseguir pagar as despesas porque não temos ajuda do governo estadual nem federal”, disse.

     Parreira se mudou do Brasil para Somerville em dezembro de 2013 para escapar das dificuldades econômicas daquele país, por preocupação com a segurança e para ficar com seus pais que se mudaram para os EUA quando ele tinha cinco anos. Ele entrou para a lista de um número desconhecido de estudantes que são imigrantes indocumentados em escolas públicas, que permite que todos os alunos participem de equipes esportivas, clubes e atividades extracurriculares.

     Mas enquanto eles têm muitas opções na teoria, o “status” imigratório impõe limites na prática. Para muitos estudantes indocumentados, depois da escola eles se dedicam a horas de trabalho para ajudar nas contas familiares, segundo a conselheira do Somerville High’s English Language Education (ELE), Anne Herzberg. “E o ensino superior pode ser comprometido por falta de auxílio infantil”, acrescenta.

     Para alguns estudantes indocumentados, a decisão para se inscrever no ensino médio não é fácil. Isso porque eles precisam cortar um tempo que estão trabalhando para restaurantes e empresas de construção, na maioria das vezes em situação precária. A afirmação é de Sarah Davilla, administradora do ELE.

     Segundo Herzbwerg, muitos indocumentados se inscrevem no sistema escolar apenas para ganhar café da manhã, almoço, aconselhamento e ajuda gratuita, além de outros fatores que o ajudam a sobreviver.

      

      

      

     Oportunidades limitadas

     As horas longas de trabalho também afetaram muitos estudantes indocumentados de se habilitarem para organizações sem fins lucrativos como o “Teen Empowerment”.

     Segundo Danny McLaughlin, diretor desta entidade, cada ano entre 60 e 80 jovens aplicam para uma organização que pagam $10 a hora para jovens que querem trabalhar, cerca de 12 horas por semana. “Há um ou dois adolescentes entre os candidatos para jovens trabalhadores que estão em situação irregular e incapazes de trabalhar legalmente nos EUA e não podem conseguir um emprego com a organização”, disse ele.

     McLaughlin acrescentou que a entidade incentiva os adolescentes a se voluntariarem na organização e, muitas vezes, indicam para eles outras organizações de imigrantes como o “Welcome Project”, mas que não oferece a mesma oportunidade de ganhar US$ 10 por hora pelos serviços.

     Apoio das escolas

     Davila disse que a cidade tem tomado medidas para ajudar estudantes imigrantes que não falam Inglês. Ela disse que a escola oferece cursos bilíngues chamados classes “English Language Education”, as quais são destinadas a alunos seus tutores que não falam inglês.

     A escola também oferece um centro de recursos para imigrante chamado “Welcome Center”, com coordenadores e equipe que vão ajudar os alunos sem-abrigo a encontrar emprego, habitação, apoio social e serviços de saúde mental. “O distrito também tem parceria com organizações externas que ajudam imigrantes e estudantes sem teto, como “Youth Harbors” e o “Welcome Project”, disse.

     Davila disse os administradores da escola estão agora discutindo formas de tornar mais fácil para os estudantes que precisam se dividir entre o trabalho e a escola, incluindo a criação de um horário flexível que permita que alguns alunos comecem o dia na escola um pouco mais tarde para se adaptar melhor aos seus horários de trabalho.

     Apesar de lutar contra a barreira da língua, quando ele se mudou para Somerville, Parreira conseguiu ganhar A+ para se graduar em todas as suas classes. Mas entrar em uma universidade privada também é difícil. Matricular-se em uma faculdade estadual está fora de questão uma vez que ele está no país com um visto de estudante e não é elegível para ajuda financeira.

     A Tufts University prometeu recentemente que vai recrutar estudantes imigrantes e dar eles ajuda financeira quando for necessário. Mas Luis Gomez, líder e organizador da organização de jovens indocumentados Student Immigrant Movement (SIM) disse que a promessa de uma universidade não vai resolver o problema. Seu grupo está empenhado em defender um projeto de lei que permitiria que estudantes que cursaram a escola desde o seu segundo ano e vão se graduar em uma high school de Massachusetts tenham acesso a taxas do “in-statetuition” para as universidades e faculdades públicas.

Fonte: Brazilian Times

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