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Publicado em 3/08/2015 as 12:00am

Compra e venda de "schedule" de faxinas ainda gera polêmica

Poucas são as pessoas que conseguem formar um volume de clientes americanos

Por Marisa Abel

A compra e venda de “schedule” de faxinas é um negócio que existe há muitos anos na América. Quem trabalha no ramo sabe que para iniciar no lucrativo trabalho de limpeza de casas terá de enfrentar uma longa jornada até poder conseguir uma boa clientela.

Não há muito segredo neste mercado, ou você inicia trabalhando para alguém ou uma companhia, que poderá não ser tão lucrativo quando se esperava, ou compra seu próprio schedule e assim tem sua clientela quase que garantida, porém vai gastar uma boa quantia como investimento.

Poucas são as pessoas que conseguem formar um volume de clientes americanos (ou mesmo brasileiros) fixos sem ter comprado o schedule ou mesmo trabalhado para outras companhias, pois, tentar a sorte de bater porta em porta e oferecer seu trabalho pode ser que dê certo se a pessoa tiver um bom marketing pessoal, disposição, conhecimento, indicações e boas oportunidades.

O que tem gerado polêmica e desgosto neste ramo são as arbitrariedades envolvidas. Tendo em vista o grande volume de comentários recentes nas redes sociais sobre a compra e venda destas “casas”, consultamos o advogado Kevin Glory para informar se este tipo de transação é ou não ilegal. Ele nos disse que a compra e venda de “schedules” de faxinas não é ato ilegal desde que todas as partes envolvidas no processo estejam cientes desta transação. Tanto a cliente (patroa), quando quem está vendendo e comprando, tem de concordar com a nova situação. “É necessário que a pessoa que esteja vendendo informe a dona da casa que está passando seu negócio para outra pessoa, apresentar essa nova pessoa e se todo mundo estiver de acordo, pode sim fazer o negócio. O que se caracateriza como Representação Fraudulenta e pode até gerar um processo cível é se a pessoa que que está vendendo não informe a dona da casa do negócio, e esta pode negar a receber a nova faxineira. Isso sim é tratado como processo civil e pode ser levado à corte”, explica o advogado.

Outro ponto que dr. Glory explica é que esse negócio pode ocorrer mesmo que a pessoa não tenha empresa registrada. Se tudo estiver em acordo entre todas as partes não há nenhum impedimento para a concretização do desta transação.

Segundo as informações enviadas por estas pessoas que trabalham no ramo da limpeza de casas, o valor do “schedule” geralmente é baseado no dobro dos ganhos mensais obtidos. Ou seja, se você trabalha fazendo faxinas isso lhe gera U$ 2,000.00 por mês o valor médio de seu negócio será de U$ 4,000.00, porém muitas brasileiras tem vendido pelo triplo do valor mensal, o que tem gerado muita insatisfação entre as pessoas da comunidade.

Confira abaixo a opinião de brasileiras sobre este tipo de negócio:

 “Partindo do princípio onde todo trabalhador autônomo tem compromisso de fazer seu business crescer, e mantê-lo, assim tem também o direito de vendê-lo. Ainda que o profissional da limpeza não tenha uma empresa aberta, ele tem o direito de passar sua ‘carteira de clientes’ a outra pessoa, ou seja,  vendendo ou doando para alguém. O importante é que os clientes para quem presta serviço, saibam dessa transfêrencia de responsabilidade assim como devem saber da venda deixando claro que não há mais nenhuma responsabilidade pelo trabalho que será realizado pelo novo dono do business. E isso é POR LEI de direito de qualquer proprietário vender seu business. Há empresas que empregam pessoas para limpeza de vários estabelecimentos (pagando por porcentagem), e há um volume razoável de funcionários que são substituídos sem nem mesmo o dono do local onde tem seu local limpo saiba (limpeza de fábricas, bancos, supermercados e etc). Então porque seria diferente com limpeza de casas já que a prestação de serviço é a mesma? Todavia, o que acontece inúmeras vezes é que o dono(a) do schedule comunica ao cliente que está passando o trabalho para outra pessoa sem informar da venda e o cliente quando fica sabendo se sente ‘traído’ ou de alguma forma ‘lesado’. Outro problema é quando o cliente diz que não vai ficar com a nova pessoa muito tempo, ainda assim o dono do Schedule cobra o valor dessa casa sem comunicar ao novo comprador que seus dias já estão contados. Ainda há aqueles que vendem o schedule e depois querem pegá-lo de volta da pessoa que comprou. ‘Agem de má fé’ ou seja tomam vantagem em cima de outra pessoa sendo desonestos, algo que é bastante comum entre os brasileiros, mas esse já é um outro assunto. Na minha opnião o que é preciso deixar claro para os Clientes é que você é um profissional da limpeza, que você possui outros clientes, que você paga seus impostos e que portanto essa é SUA Companhia e qualquer business pode ser vendido. Ainda que a pessoa não tenha empresa aberta ou seguro da mesma vale ressaltar que há o direito de venda. Tem vários meios de conseguir casas para limpar sem ter a necessidade de comprar um Schedule, entretanto quando há o interesse por compra, tudo tem que ser esclarecido e se possível passar por escrito essa venda.

Marla Sarubbi, Connecticut

“Bom eu sou contra a venda e compra de schedule. Eu acho que você não pode fazer negócio com algo que na realidade não te pertence! E na maioria das vezes que isso acontece (compra ou venda de casas) alguém se dá mal. Por exemplo: Você vende uma casa que você na realidade não gosta muito ( a patroa e chata, implicante, mal pagadora, cancela muito). Esses são alguns dos motivos pra venda. Você não vai vender algo que está sendo bom pra você. Acredito que haja exeção, mas na maioria você vende ou dá aquilo que não tem mais valor pra você! Dai a pessoa compra a casa, paga um absurdo, e de repente a patroa (verdadeira dona da casa) te cancela porque também não gostou do seu serviço, ou outro motivo qualquer. Você perdeu seu dinheiro sem antes mesmo muitas vezes haver ter terminado de pagar pra pessoa que te vendeu. Sou faxineira, vivo da faxina, mas jamais compraria ou venderia casas que limpo. Passaria, com certeza, se não for mais conveniente pra mim!”

Sandra da Silva, New Jersey

“Não faço faxinas mas acho super normal este negócio de compra e venda, contanto que a patroa ou patroas em questão saibam da transação, porque não é um negócio como outro qualquer informal, mas mesmo assim é um negócio, você batalhou pra ter suas casas por anos e por motivo, que não nos vem ao caso, tem que sair do business e vai abandonar tudo, acho que tem que vender mesmo mas com o conhecimento dos consumidores (patroas) em questão”.

Vi Vissima, New York

“Bom, eu acredito que a venda de schedule de casas nos Estados Unidos é mais que normal, uma vez que os imigrantes também de certa forma conseguem as casas mediante a compra de casas de terceiros, ou seja, business gera business, acho errado o fato de não colocarem as patroas a parte da situação e simplesmente introduzir um estranho qualquer como novo housekeeper, muitos têm o bom senso, apresentam e treinam as pessoas mas muitos realmente somente olham o lado financeiro o que deixa tudo complicado para aqueles que fazem tudo certinho. Deixo um recado pra quem tem maldade e até mesmo criticam e julgam as pessoas que vendem os schedules "devemos chamar de criminosos quem rouba, quem passa os outros pra trás, quem derruba o outros, quem tem preguiça de levantar cedo para trazerem o leite para as crianças, enfrentar 3,4,5 casas por dias e até mesmo passar o dia sem um tempo determinado para o almoço, quem está aqui trabalhando de forma digna limpando as casas diariamente tem total direito de fazer o que quiserem com as casas e quem somos nós para criticarmos, sou feliz hoje por ter minha housekeeper e minha casa foi um dos investimentos dela, ela comprou e honra com todas as responsabilidades e não a troco por nada. Acho que muitas brasileiras deveriam apoiar os imigrantes que ganham dinheiro limpando, mas como sempre isso não acontece com facilidade quando se trata da venda do próprio negócio.”

Cristhiany Vicent Andrade, New Jersey

“Nem sei o que dizer, cheguei aqui 20 anos atrás sempre teve schedule para comprar muitas das vezes quem compra que passa também o que mais me incomoda é o fato de sermos brasileiros quererermos entra em uma polêmica que não irá ajudar em nada. Quem somos nós?? Por que julgar? Cada um que aqui chegou tem sua história, cada um veio à procura de oportunidades.  Já fiz faxina, hoje sou estetista mas tenho histórias. Sou legalizada no País e gostaria que todos tivessem a chance que eu tive. Vamos ajudar uns aos outros, mas não julgando e sim respeitando.  Para uma comunidade crescer é necessário apoio e não julgamentos”.

Bia Rosa, New York

Fonte: Brasileiros nos Estados Unidos

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