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Publicado em 14/10/2015 as 12:00am

Brasileiro chora e diz que não queria ter matado ex-namorada

"Ela disse que não me amava mais e que estava com outro homem. Eu perdi a cabeça e comecei a furá-la", afirmou Marcelo em seu depoimento

DA REDAÇÃO

Na sexta-feira (09), Lucas Ferreira falou para o júri que ouviu os gritos de sua amiga Patrícia Froes do lado de fora do apartamento, em Marshfield  (Massachusetts). Em seguida ele correu para o corredor do prédio e desceu a escada e encontrou a brasileira caída ao chão, sangrando.

A arrepiante e emocionante descrição aconteceu durante o quinto dia de testemunhas do julgamento do de Marcelo (Branco) Almeida, acusado pelo assassinato da sua ex-namorada Patrícia. Ele foi preso no dia 26 de setembro de 2011, por homicídio premeditado.

“Foi mais do que um grito”, disse Lucas que testemunhou em português com a ajuda de um intérprete. Ouvindo estes detalhes, Marcelo, muitas vezes afastou os óculos, baixou sua cabeça e pressionou sua face em sua mão esquerda.

Sharon Donatelle, Promotora-assistente do Condado de Plymouth, perguntou se Patrícia disse alguma coisa enquanto gritava. “Ela disse para Branco, para Branco”, relatou Lucas.

A testemunha também disse que dividiu apartamento com Marcelo  no mesmo condomínio onde ele cometeu o crime, o Fox Run Apartments, na Plain Street. “Uma noite antes do crime, ele me disse que queria fazer algo louco com Patrícia que havia rompido o relacionamento com ele há algumas semanas”, continuou.

Donatelle pressionou por mais detalhes. “Ele disse o que queria fazer”, indagou. Lucas, a vigésima testemunha desde que o julgamento começou, na segunda-feira, dia 05, disse que naquele momento, Marcelo disse para ele que “sentia-se matando Patrícia”.

Na manhã seguinte, Patrícia foi esfaqueada dez vezes com uma grande faca de cozinha. Ela sofreu perfurações nas mãos, no peito, torso e no pescoço, disse Donatelle.

Lucas testemunhou por mais de cinco horas no Tribunal Superior de Brockton (Massachusetts). Ele disse ao júri, formado por nove mulheres e cinco homens, que ele viu Marcelo ensanguentado caminhando para longe do corpo.

O advogado de defesa, Jack Atwood, pressionou Lucas para alterações de comportamento de seu cliente e se Marcelo frequentemente ficava sob o domínio da maconha. A testemunha disse que sim.

No primeiro dia de julgamento, Atwood disse que foi um crime passional e não premeditado. “Ele não não estava comendo? Apenas bebendo álcool e chorando o tempo todo”, perguntou novamente para a testemunha.

“Sim”, disse Lucas, concordando que Marcelo estava abalado porque Patrícia tinha ido a um rodeio com outros homens.  O acusado foi chamado para depor nesta terça-feira (13), quando o julgamento chegou ao sexto dia.

Em seu depoimento, Marcelo disse ao Júri, através de um intérprete, que tinha paixão por Patrícia. "Paixão, dar a louca e enfiar uma faca em alguém?", Perguntou Donatelle. "Isso é paixão, senhor?", indagou.

Marcelo e Patrícia iniciaram o relacionamento no Brasil, quando ele tinha 35 anos de idade e ela apenas 19. Em 2006 ele se mudou para os Estados Unidos, deixando a namorada grávida no Brasil. Mas depois, ela também se mudou, deixando o filho com a mãe. Os dois fixaram residência em Massachusetts e queriam ganhar dinheiro para mandar para o filho Bruno.

Marcelo disse que ganhava semanalmente US$400 como entregador de pizza, US$600 em construção de cercas e US$500 a cada duas semanas, entregando jornais. Patrícia trabalhou na área de limpeza de casas e no Wendy. Os dois viveram juntos em Marshfield por quatro anos, quando o relacionamento começou a ter problemas e o dinheiro era a principal discussão entre eles.

Em 2011, Patrícia decidiu terminar o relacionamento, e foi viver com uma tia na cidade de Quincy por algumas semanas. Mas depois voltou para o mesmo complexo de apartamentos que vivia com Marcelo, mas desta vez foi morar com alguns amigos.

A promotora disse que testemunhas alegaram que Marcelo fez ameaças à Patrícia, bem como a mãe dela e o filho no Brasil se ela o deixasse. Mas o réu negou as acusações e disse que não tinha raiva da ex-namorada e que apenas “queria e precisava dela”.

Danatelle continuou pressionando o réu e perguntou “se ele amava Patrícia quando a chamou de prostituta e cobra” e mandou ela sair do apartamento. O brasileiro disse que passou um dia antes do assassinato se embriagando com amigos e admitiu fumar maconha diariamente. Ele também disse que comprou US$300 em cocaína naquele dia e que não dormiu a noite antes do crime.

A promotora disse que Marcelo pegou uma faca de cozinha e emboscou a ex-namorada quando ela estava saindo para o trabalho. "Ela disse pra mim 'eu não te amo mais, eu estive com outro homem'", soluçou o acusado. "Comecei a furá-la", afirmou.

O brasileiro disse que após esfaquear a ex-namorada correu para a floresta e esfaqueou-se ao longo do caminho. Ele disse que queria morrer. A polícia o encontrou em um galpão desativado na Street School, quatro horas depois de terem encontrado Patrícia.

Várias vezes, ao longo interrogatório, Marcelo soluçou. Donatelle disse que ele se mostra arrependido agora porque está preocupado apenas em si mesmo. "Você se arrepende de um monte de coisas agora, certo senhor?", indagou.

O julgamento está previsto para terminar quarta-feira (14 de outubro) com as deliberações do júri.

Fonte: Brazilian Times

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