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Publicado em 26/11/2015 as 12:00am

Acusado de corrupção no Brasil, advogado fica ilegal nos EUA

A Polícia Federal confirmou nesta quinta-feira (26) que o governo dos EUA cancelou o visto concedido a Ribeiro

Com autorização do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki, foi feita a inclusão no alerta vermelho da Interpol do nome do advogado Edson Ribeiro, que trabalhava com o ex­-diretor da Petrobras Nestor Cerveró e que, segundo a acusação, negociou venda do acordo de delação premiada dele com o senador Delcídio do Amaral (PT­MS).

Sua foto e nome já constavam no site da instituição na manhã desta quinta (26). Ribeiro, que viajou para os Estados Unidos, teve a prisão decretada pelo STF nesta quarta-­feira (25) junto de um servidor do Senado acusados de atrapalhar as investigações do esquema de corrupção da Petrobras. Esse é o aviso máximo de busca em todo o mundo, e atinge 190 países. Zavascki, relator da Operação Lava Jato no STF, atendeu a um pedido da Polícia Federal.

A Polícia Federal confirmou nesta quinta­-feira (26) que o governo dos EUA cancelou o visto concedido a Ribeiro – medida padrão adotada pelo governo norte­-americano em casos de brasileiros contra os quais há mandado de prisão expedido pela Justiça brasileira.

Morador do Rio, o advogado está nos EUA desde a semana passada, mas a cidade não foi divulgada pela PF para não atrapalhar sua prisão.  Como ele viajou antes da ordem de prisão, não é formalmente considerado foragido pela PF. A polícia não dispõe até o momento de provas de que ele "tenha viajado com o intuito de fuga". Mesmo assim, seu nome foi incluído na difusão vermelha da Interpol.

Segundo a polícia, Ribeiro já foi localizado e está sendo monitorado pela polícia, mas ainda não havia sido preso porque restam detalhes burocráticos sobre os documentos que embasam a prisão. O procedimento administrativo está "em estágio avançado". Procurado pela Folha em seu telefone celular desde a quarta-­feira (25), o advogado Edson Ribeiro não foi localizado para comentar o caso.

De acordo com áudio captado pelo filho do ex-­diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró e tornado público nesta quarta­-feira (25), o advogado e o senador discutiram uma forma de retirar Cerveró da prisão por meio de influência política no STF e, depois, retirá­lo do país pelo Paraguai.

Cerveró está preso em Curitiba (PR) por decisão do juiz federal Sergio Moro, responsável pela condução dos processos e inquéritos relativos à Operação Lava Jato. Na semana passada, integrantes do grupo de trabalho da Operação Lava Jato na Procuradoria Geral da República receberam um telefonema de outra advogada de Nestor Cerveró, Alessi Brandão. Na conversa, ela contou que havia a gravação da reunião com o senador tentando impedir a delação premiada do ex­-diretor.

A gravação fora feita pelo filho de Cerveró, Bernardo, por estar desconfiado que Edson Ribeiro delação de seu pai para ganhar dinheiro de um acordo com Delcídio e excluir nomes da delação. Os procuradores se interessaram pelo material. No mesmo dia, a advogada Alessi Brandão pegou um avião e foi a Brasília encontrá­-los, levando a gravação. Chegou por volta das 21h. Conversaram e ouviram a gravação, de uma hora e meia. Naquele dia, o expediente só se encerrou após a meia­-noite na PGR.

A conversa havia sido gravada por Bernardo no último dia 4 de novembro, em um quarto de hotel em Brasília. Contou com a presença do advogado Edson Ribeiro, do senador Delcídio e do seu chefe de gabinete, Diogo Ferreira, todos alvos de prisão. Antes da reunião, todos guardaram os celulares, para evitar gravações. Mas Bernardo havia levado um aparelho extra para conseguir gravar.

No dia seguinte ao encontro na PGR (19), procuradores saíram de Brasília e foram até o Rio de Janeiro para obter um depoimento de Bernardo e até Curitiba para ouvir Cerveró. Ambos confirmaram a história. Depois, os procuradores passaram a preparar os pedidos de prisão.

 

Fonte: Brazilian Times

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