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Publicado em 2/12/2015 as 12:00am

Brasileiros falam sobre falsas campanhas solidárias

Alguns afirmam que o fato da mídia denunciar a existência destes aproveitadores, prejudica as campanhas sérias

O jornal Brazilian Times publicou na edição anterior uma denúncia de que algumas pessoas estariam se aproveitando da crescente onda de campanhas solidárias para “arrancar dinheiro” da comunidade. Um denunciante que pediu para não ser identificado, afirmou que conhece falsas campanhas que foram divulgadas e que muita gente participou. “O dinheiro levantado não foi usado para ajudar ninguém e sim para custear as regalias destes estelionatários”, disse. “Tenho certeza de que outras armadilhas parecidas também foram realizadas”, continua.

Depois da publicação desta matéria, a redação do BT recebeu alguns telefones de leitores, sendo que alguns elogiaram a matéria, mas alguns criticaram alegando que isso pode prejudicar as campanhas sérias. “As pessoas podem achar que todas as campanhas são falsas e isso prejudicará aquelas que são verdadeiras”, disse alguém que se identificou apenas por José Paulo e que mora em Medford (Massachusetts).

Por isso o jornal decidiu conversar com alguns brasileiros para saber a opinião deles e até onde usar as páginas deste noticioso para divulgar o que é errado pode atrapalhar o que é certo.

Natural do Recife (Pernambuco), o ativista comunitário Dário Galvão, que mora em Stoughton (MA), disse que é preciso ter muito cuidado quando surgirem campanhas pedindo dinheiro, “porque em algumas vezes não sabemos se a pessoa que precisa de ajuda vai realmente receber o que foi arrecadado”. Ele afirma que no mundo atual, surgiram muitos aproveitadores que vivem de enganar as pessoas e usar a boa fé da comunidade para fazer dinheiro. “Por isso, é muito importante termos cautela ao fazer uma doação e não agir somente com a emoção, mas também com a razão”, continua.

Para basear a sua afirmação, ele ficou o caso do menino Felipe Wolf, que comoveu a comunidade, e várias campanhas foram realizadas para ajudá-los. “Realmente a criança precisa de ajuda, mas muitas pessoas tiraram proveito da situação do pobre garoto e criaram falsos eventos solidários”, disse ressaltando que uma destas armadilhas foi uma rifa de um iPad. “Mas ninguém da família nem chegou perto do dinheiro arrecadado nesta campanha”, disse.

Em relação à mídia divulgar a existência de falsas campanhas, Dario afirma que atrapalha o andamento de campanhas sérias. “Mas o jornal está fazendo o papel dele, que é informar e ajudar a comunidade a se proteger de aproveitadores assim”, fala. “Já pensou se ninguém denuncia, a bandidagem continua solta e prejudicando as pessoas. Mas é preciso citar os nomes”, conclui.

Já fotógrafo mineiro José Roberto, que mora em Boston (MA), acredita que denunciar os estelionatários que se aproveitam da doença do próximo e da boa fé das pessoas, jamais vai prejudicar uma campanha séria. Para ele, uma falsa campanha é percebida logo no início, pois os verdadeiros organizadores quase nunca aparecem. “O meu conselho é sempre identificar quem está por trás de uma campanha, saber como é, checar o máximo de informação possível. Pode ser pouca a sua doação, mas junto com as demais, ela encherá o bolso deum aproveitador”, afirma.

Ele defende que campanhas solidárias e que envolvem dinheiro deveriam ser comandados por alguma ong ou algum departamento do governo e não por pessoas. Isso traria mais transparência e veracidade da história. “Mas infelizmente nosso mundo está cheio de pessoas sem coração que usam a doença de uma para arrancar dinheiro da outra”, disse.

Para ele, a mídia denunciar não é o problema, “porque se tem pessoas fazendo campanhas para ter lucro em cima dela, ninguém pode aceitar isso”. Roberto finalizando, dizendo que quanto mais falsas campanhas surgirem, mas as pessoas ficaram com medo de ajudar as que são sérias.

Outro que sempre participa das enquetes do BT e gosta de estar a par dos assuntos da comunidade é o Pastor evangélico Walter Mourisso, que mora em Abington (MA). Assim que leu a matéria, ligou para a redação e pediu para comentar sobre o assunto. Um ativista sempre ligado às causas sociais, ele também realiza campanhas para ajudar pessoas no Brasil. “Mas jamais envolvi dinheiro nas doações e o que eu peço são roupas, brinquedos ou coisas do gênero, que de certa forma vai ajudar uma família necessitada”, fala.

Ele afirmou que realmente existem campanhas falsas que estão prejudicando a comunidade e minando a confiança de quem gosta de doar. “O meu conselho é para que todos ajam com o coração e a mente na hora de entregar dinheiro para alguma campanha, pois é preciso saber quem está por trás dela, quem será beneficiado, se tem contato da família para se comunicar com eles”, continua.

Mourisso, que é natural de Galiléia (MG), entende que denunciar a existência de falsas campanhas pode prejudicar as que são sérias. Segundo eles, muitas pessoas podem achar que todas são armações e não ajudar mais. “Mas o jornal jamais deve se privar de alertar a comunidade e fazer o seu papel na comunidade”, finaliza.

Outra que se mostrou revoltada com a existência de falsas campanhas é a ativista carioca Lídia Souza. Ela mora em Stoughton (MA) e disse que uma pessoa que levanta uma campanha sem fundo verdadeiro é um “charlatão” e merece todo rigor da justiça. Diretora do grupo Solidariedade, que ajuda pessoas com depressão e doenças do gênero, ela afirma que para uma ser verdadeira é necessário a presença do necessitado, com documentação que prove o pedido.

Para a ativista, o meio mais tranquilo e seguro de se arrecadar dinheiro para alguém que precise, é abrindo uma conta nestes sites criados para este tipo de trabalho. “Mas a pessoa deve se tornar responsável pelo destino do dinheiro e a transparência de tudo, inclusive informado meios de contatos, tanto com o necessitado, quanto quem está ajudando na campanha”, disse.

Lídia explica que nestas situações, o jornal tem dois lados, pois é responsável em levar até a comunidade uma campanha verdadeira, em busca de mais doadores, mas também tem o papel importante de denunciar o que é fraude para proteger as pessoas. “Mas quando alguém cita que existem falsas campanhas, temos que tentar entender alguns pontos: o que o editor ou o jornalista quer por trás de cada manchete, quais são as reais intenções e quais são os conceitos em ajuda ao próximo”, disse. “Caráter mais transparência mais amor ao próximo é o caminho para ajudar. Resultado: missão cumprida com dignidade e respeito”, finaliza.

A empresária Francisca Melo, natural de Sabinópolis (Minas Gerais), defende os jornais que fazem o seu papel e denunciam este tipo de crime. Para ela, isso evita que mais pessoas sejam enganadas pelos estelionatários e protege as campanhas verdadeiras. “Já pensou se a imprensa fosse proibida de denunciar o que está errado. Imagina parar de publicar notas sobre companhias de mudanças que lesam as pessoas, porque isso pode prejudicar as que trabalham de maneira séria? Com certeza os aproveitadores continuariam agindo”, disse.

Para ela, até mesmo os membros da comunidade que descobrirem crimes assim, devem denunciar para que os responsáveis sejam punidos com o rigor da lei.

 

 

Fonte: Redação

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