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Publicado em 5/01/2016 as 12:00am

Brasileiro adapta planos e investe em Miami

Edson Ramuth, dono da Emagrecentro, rede especializada em serviços de estética e emagrecimento, planeja entrar no primeiro trimestre de 2016 no mercado americano.

O dólar mais caro pode ter pesado no bolso dos empresários, mas não inviabilizou os planos de abrir franquias brasileiras nos Estados Unidos, uma alternativa para fugir da crise doméstica e atingir um mercado consumidor bem maior. A porta de entrada no mercado americano é Miami.

Edson Ramuth, dono da Emagrecentro, rede especializada em serviços de estética e emagrecimento com 150 unidades no Brasil, planeja entrar ainda no primeiro trimestre de 2016 no mercado americano. “Um dos objetivos é sair da crise brasileira”, afirmou ele, que começou a pensar em investir fora do país após ter registrado recuo de 20% no faturamento em 2014, que somou R$ 40 milhões.

Ele espera mais uma queda este ano, desta vez de 15%. A Emagrecentro atende 100 mil clientes no Brasil por ano. Nos EUA, a expectativa é tratar 2 mil pessoas, mas num tíquete médio até quatro vezes maior. A rápida desvalorização cambial encareceu o investimento e exigiu adaptações, como a redução do tamanho da unidade.

A primeira a ser instalada em Miami custará US$ 100 mil. Inicialmente, o público alvo são latino-americanos, principalmente brasileiros. Alexandre Martins, responsável pela expansão internacional da Fábrica de Bolos Vó Alzira, sabe que estudar como funciona o mercado consumidor americano é fundamental.

No Brasil, nenhuma das 151 lojas da rede produz muffins ou cupcakes ­ doces tradicionais nos EUA que devem entrar na linha de produção da franquia internacional. “A ideia é começar bem simples, vamos ajustar o modelo de negócio, testar produtos e sabores e, quem sabe, expandir”, afirma.

No Brasil, o crescimento da Fábrica de Bolos Vó Alzira impressiona: o primeiro bolo foi produzido em 2007, num negócio que começou de forma improvisada na casa da mãe de Alexandre Martins, enquanto a avó dele estava doente. Hoje, são fabricados mais de 250 mil bolos por mês. Martins pretende abrir a primeira loja nos EUA no primeiro semestre do ano que vem, num bairro residencial próximo a Boca Ráton. A unidade também funcionará como fábrica de bolos.

Depois, o plano é procurar investidores para ampliar a rede, focando o público americano. “É um perfil diferente [do brasileiro], mas se conseguirmos acertar, há um mercado consumidor absurdo.”

O investimento inicial deve ser de US$ 150 mil. No horizonte da Espetto Carioca, especializada em comida em espetinhos, está abrir três lojas ­ duas em Miami e uma em Las Vegas até junho. Para isso, Bruno Gorodicht, sócio fundador da rede que tem 23 pontos no Brasil, contratou uma consultoria americana para estudar o público local.

O perfil dos restaurantes nos Estados Unidos deve ser um pouco diferente, com lojas menores que as do Brasil, em que o consumidor passará menos tempo nas mesas. Para o pontapé inicial o investimento soma US$ 200 mil.

O dólar mais caro, porém, pode ser uma barreira para um plano maior. Segundo Gorodicht, o projeto previa seis unidades, mas foi reduzido à metade. A crise que derrubou a economia americana em 2008 e jogou para baixo o preço dos imóveis provocou o primeiro boom de investidas brasileiras nos Estados Unidos.

Agora, um relatório do TMF Group, consultoria especializada em comércio exterior, mostra que companhias nacionais buscam a internacionalização para fugir da crise e do aumento da concorrência no país.

Em 2014, segundo o estudo, Estados Unidos e Argentina eram os destinos mais procurados. A rede de fast­food Giraffas participou dos dois momentos. Abriu sua primeira unidade internacional em 2011 em Miami, chegou a cinco lojas próprias e quatro franquias geridas por brasileiros residentes nos EUA, e agora preparasse para acelerar a expansão: quer abrir 150 lojas até 2020.

O diretor de expansão do Giraffas, Eduardo Guerra, contratou um executivo americano para chefiar o projeto e demonstrou disposição para mexer nas características do negócio para adaptação local. No Brasil, são 410 lojas e um faturamento de R$ 800 milhões por ano.

Atualmente, segundo Guerra, 94% dos clientes das dez lojas na Flórida são americanos. Não contar apenas com brasileiros para vencer nos Estados Unidos é essencial, segundo o diretor internacional da Associação Brasileira de Franchinsing (ABF), André Friedheim. “Vender para a comunidade brasileira pode ser uma porta de entrada, mas não sustenta um business no longo prazo. É preciso atender o mercado americano”, diz. Segundo a ABF, há 31 redes de franquias brasileiras nos EUA, com 73 unidades ao todo.

Alexandre Reigia, sócio da Maison Esmell, salão de beleza de luxo com duas unidades na zona sul do Rio, decidiu investir em um estabelecimento em Miami após ouvir muitas clientes dizerem que iriam comprar casa ou passar temporadas na cidade.

O empresário diz que vê vantagens lá, como aluguel mais barato e uma legislação trabalhista menos burocrática. Ele abriu uma empresa que será a gestora dos investimentos nos EUA e busca um local para abrir seu primeiro salão. Mesmo com a desvalorização do câmbio é possível reduzir o impacto da moeda americana no investimento inicial. “Algumas adequações ao conceito podem baratear em até 50% a implantação de uma unidade lá, levando em consideração a referência Brasil”, segundo o diretor da Global Franchise, Wagner D’Almeida.

A rede de restaurantes Madero, com 62 unidades no Brasil, estreou nos EUA em novembro, na badalada Ocean Drive, em Miami Beach. Junior Durski, dono do empreendimento, investiu US$ 1,8 milhão no restaurante de 107 lugares. Ele sentiu menos o impacto da forte desvalorização cambial de 2015 porque começou a empreitada antes, ainda com o dólar abaixo de R$ 3.

A próxima etapa da expansão internacional prevê buscar parceiros já residentes na América do Norte, que conheçam o mercado em detalhes. O plano prevê ainda o lançamento de ações em bolsa em 2018, usando um estilo de administração semelhante ao da rede Outback. No Brasil, a companhia deve fechar o ano com faturamento ao redor de R$ 280 milhões.  (Texto: Robson Sales) 

Fonte: braziliantimes.com

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