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Publicado em 10/02/2016 as 12:00am

Seis meses depois, ex-clientes de agência da FL ainda esperam receber o dinheiro de volta

As vítimas especulam que agentes estariam vendendo passagens em Boston atualmente, através de outra agência

Seis meses após denúncia contra as agências de viagens Abroad Travel e Multimilhas Brasil, que supostamente não teria emitido as passagens vendidas, um grupo de 12 pessoas ainda espera ressarcimento pelos seus prejuízos. A esperança foi acesa novamente com a especulação de que Jeferson Alvan Oliveira estaria de volta aos EUA, atuando em Boston. “Ele tinha falado que ia vender um terreno no Brasil e voltaria para pagar todo mundo, mas não nos pagou. Em janeiro, vimos uma pessoa fazendo denúncia contra ele no Facebook. Temos informações de que está atuando em Boston. Pessoas assim não podem ficar impunes”, afirma revoltada Osdene Costa, de Pompano Beach.

Ela e Mariete Rodrigues encabeçam o grupo de 12 pessoas que ainda tem esperança de serem ressarcidas, embora Jefferson, em resposta ao BT-FL afirma que só deve para cinco delas.

 

O início do drama

A saga de Osdene começou em julho, quando ela viu o anúncio no Facebook de uma vendedora oferecendo passagens a custo bem baixo. Ela entrou em contato interessada em comprar duas passagens para o Brasil. Viajaria ela e o esposo, no dia 25 de Julho, voltando dia 03 de Agosto. “Falei pelo telefone com a Daniela (Berger, funcionária da agência) e ela me passou a reserva em menos de 5 minutos após eu conversar com ela”, conta Osdene. Apesar de estranhar a rapidez e a pressa em emitir os bilhetes, ela comprou os dois tickets, pelas quais pagou $1,598.00.

“Ela me pediu que pagasse antes das 3:00 p.m., para a mesma não ser cancelada. Assim eu fiz. Fiz o depósito em cash na conta da Multimilhas Brasil, no Bank of America”, relata.

“Após o depósito, mandei um SMS pra ela com a foto do depósito e pedi que ela mandasse a passagem pra mim. Esperei até o dia do embarque e a passagem nunca chegou. Ela me disse que era só apresentar o número da reserva no balcão da Azul que estaria tudo certo”, conta.

Na hora do embarque, já no aeroporto, com todas as malas, Osdene e seu marido descobriram que as passagens não existiam. “Liguei para Daniela e ela disse que resolveria e que eu embarcaria no dia seguinte. Nos dias seguintes o Jeferson, dono da agência, assumiu a conversa e passou a negociar com Osdene. Afirmava que resolveria ou devolveria o dinheiro, o que nunca aconteceu”, segundo ela.

 

Outros casos

História parecida viveu Mariete Rodrigues, de Boca Raton, que teve prejuízo maior. Ela viu o mesmo anúncio no Facebook, em março de 2015. “Eu me interessei e passamos a conversar. Ela se identificou como funcionária da Adriana Stryker e que o nome da agência era Abroad Travel. Eu pesquisei na internet e vi que a empresa realmente existia”, conta Mari, que fez reserva de 4 tickets para viajar em julho de 2015, pagando somente $2,000.

“Também conversei com a Adriana sobre a minha passagem. Em nenhum momento me falaram que eram (passagens negociadas com) milhas; só quando a Adriana veio na minha casa me entregar o recibo e disse que eram milhas, e que a agência dela ainda não tinha licença e que eu depositasse o dinheiro na conta da Multimilhas, porque ela era sócia. E afirmava que eu podia confiar. Eu não suspeitei de nada porque ela veio com a filhinha dela aqui (em casa), me passou credibilidade”, afirma.

Mari viajaria no dia 19 de julho, com o marido e dois filhos. Um dia antes resolveu fazer check-in online, para se adiantar, e descobriu que as reservas não existiam. A partir daí, apesar das promessas de Adriana em resolver, ela não confiou e resolveu comprar as passagens em outra agência. Recebeu de Adriana a promessa de que iria reaver seu dinheiro, o que nunca aconteceu, conforme afirma.

Mari e Osdene recorreram às mídias sociais para denunciar a empresa quando descobriram outras pessoas que tiveram o mesmo problema com o Jeferson e as empresas Abroad Travel e Multimilhas BRasil

Conseguiram reunir um grupo de 30 pessoas com o mesmo problema e, em grupo, passaram a pressionar Jeferson por ressarcimento, segundo relatam. Das 30 pessoas, restam apenas 12 que afirmam que não receberam seu dinheiro de volta e ainda esperam alguma solução. Como Jeferson não reside nos EUA, elas não conseguem formalizar uma denúncia contra ele na Corte, apesar de terem em mãos todas as conversas, por mensagem de texto ou e-mail, entre as partes envolvidas, que endossam os relatos das ex-clientes.

Outros dez esperam ressarcimento de montantes que variam entre $767 e $2,000, cada. A dívida passa de 10 mil dólares. No Facebook as vítimas também encontraram perfis diferentes, com nomes diferentes e fotos de Jeferson, oferecendo pacotes de viagens.

 

Agente se defende

A reportagem do BT-FL contatou Jefferson Oliveira, por e-mail, e ele contesta a versão de que as passagens foram canceladas após emitidas. Ele afirma que: “…As passagens não foram emitidas pois o vendedor, na ocasião, nos passou os dados para emissão muito em cima da hora e como era época de férias em Julho, não havia vagas nos voos”.

Sobre o ressarcimento ele diz: “Todas as pessoas foram ressarcidas, exceto cinco pessoas que fizeram ofensas de cunho pessoal a minha pessoa não sabendo distinguir a empresa da pessoa que a gerenciava; essas pessoas estão sendo processadas e por orientação do advogado não foi feito o estorno para essas 5 pessoas; as outras 40, todas receberam. Isso você pode constatar ligando ou mandando e-mail para as mesmas”.

Quanto ao fato de estar atuando outra vez nos Estados Unidos, sob outra razão social, ele nega: “Não foi aberta outra agência aí nos USA e nem será aberta. E como eu disse anteriormente, essas cinco pessoas não serão ressarcidas devido a ofensas que fizeram a minha pessoa na época do acontecido”.

Ele ainda disse, por e-mail, que “A Adriana Stryker não vendeu nenhuma passagem para essas pessoas e não tem nada a ver; ela revendia meus bilhetes com milhas na época, como qualquer outro vendedor, e a mesma parou de trabalhar comigo em abril de 2015”. Mas uma das ex-clientes, Mariete, afirma que a Adriana esteve na casa dela e recebeu o pagamento pelas passagens, em mãos.

 

 

Fonte: Vanuza Ramos

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