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Publicado em 1/03/2016 as 12:00am

"Papai Noel brasileiro" completa 82 anos

Francisco da Silva ficou conhecido por incorporar o bom velhinho durante as festas natalinas nos EUA

Francisco Rodrigues da Silva que ficou conhecido pela comunidade brasileira nos Estados Unidos como o “Papai Noel da Confiança” completou 82 anos de idade no dia 12 deste mês. Ele, que morou muitos anos em Massachusetts, há algum tempo retornou para a Flórida, onde segue a sua vida.

Apesar de não estar mais na empresa de mudanças, ele continua sendo o Papai Noel brasileiro que encanta e emociona as pessoas durante as festas natalinas. Atualmente Francisco mora na cidade de Pompano Beach e trabalha como vendedor de uma empresa especializada em granito e decoração de ambientes, principalmente de banheiros.

Desde maio de 2008 ele tem dupla cidadania e divide a sua vida entre os dois países que ama – o Brasil e os Estados Unidos. Quando jurou a Bandeira e se tornou um cidadão norte-americano, ele considerou o momento como um dos presentes que recebeu ao longo dos seus anos de vida.

Nascido em um seringal na cidade de Tarauaca, em no Acre, Francisco teve uma infância pobre e sem nenhum presente de natal e talvez por isso, ele se dedique tanto ao personagem de Papai Noel que se transforma no final de ano. Em uma entrevista ao jornal Brazilian Times, ele contou quais foram os seus sonhos e suas conquistas.

Francisco lembra a educação que recebeu de Zilda Rodrigues, sua mãe, o permitiu que criasse ânimo para lutar pelos seus objetivos, "Ela, era analfabeta, mas sabia da importância dos estudos, por isso cobrava meu rendimento nas aulas e fazia questão de que eu aprende-se todas as matérias. Ela cortava pedaços de papel e testava meus conhecimentos, ela insistia para que fizesse as lições corretamente. Aos oito anos de idade tive a minha primeira aula de inglês." disse Francisco.

A boa postura e a apresentação pessoal foi aprendida pouco a pouco no convívio com os comerciantes árabes ao redor da calábria, (ponto de comércio de ferragem, tabaco e outros artigos à margem do rio). Aproximou-se dos árabes e aprendeu a se comportar no meio dos burgueses. Elegância aliada a sua boa educação, Francisco descobriu como ser agradável e despojado.

Aos 16 anos de idade julgou estar pronto para deixar o seringal e mesmo sobre choro e apelo de sua mãe, Francisco foi até o aeroporto e tentou embarcar de graça numa aeronave militar, "Eu convenci o sargento que precisava ir para o Rio de Janeiro. Ele achou a minha atitude audaciosa, hesitar, mas concordou. Quando dei por conta, estava sentado ao redor das famílias dos militares, dentro de um velho avião que dividia espaço com as bagagens amarradas por uma rede".

Francisco não completou a viagem, teve que descer no Belém porque foi descoberto por outro militar, não tão generoso. O Rio de Janeiro, cidade dos seus sonhos, ficou adiada para outro natal.

Simpático e bem educado, conseguiu trilhar uma excelente carreira profissional. Usou todo o seu aprendizado no seringal para desenvolver liderança e sucesso nas empresas em que trabalhou. Foi representante de laboratório, chefe de armazém da companhia Souza Cruz, até que em 1958 partiu de São Paulo para o Rio de Janeiro. "O gerente do Instituto Vital Brasil disse que me contrataria caso respondesse como tirar um elefante de um banheiro. Eu respirei fundo e com bom humor respondi - Eu contrataria um domador de circo! Ele riu e eu, finalmente, consegui o meu emprego no Rio de Janeiro".

A velha sensação do seringal começou a incomodar novamente, "era hora de um novo desafio".

Francisco aceitou o convite do amigo Phydias Barbosa e desta vez, em um avião mais moderno, ele aterrissou na Flórida-EUA, em 1992. A desenvoltura mais uma vez ajudou Francisco a conseguir boas oportunidades comerciais.

Mas, Francisco também teve motivos para chorar, "Meu coração foi partido duas vezes, primeiro na morte da minha filha Carla Barbosa da Silva e depois, da minha esposa e grande amiga Regina Araújo, para quem eu prometi que tiraria o documento de cidadão americano".

E depois de uma pausa breve, lembrou-se de outros três presentes recebidos em sua vida, os filhos André Kinder Rodrigues, Clarice Kinder Rodrigues e Ricardo Barbosa. "Quando recebi o carimbo de aprovação no meu documento de cidadania, perdi o chão, não sabia se gritava, se sorria, fiquei confuso, a emoção é tão forte que te deixa confuso."

 

Papai Noel

No mês de Julho, Francisco deixa a barba crescer para incorporar naturalmente o Papai Noel e diz: "Ele é que se parece comigo". Todos os anos ele viaja até Várzea Alegre, cidade interiorana de Fortaleza (Ceará). Para isso ele atravessa o rio de balsa e viaja vários quilômetros de estrada até chegar na vila e entregar uma tonelada de presentes. A tribo indígena Manacapuru, no interior do Amazonas, também é agraciada pela visita do Papai Noel. Francisco Rodrigues da Silva é um homem cuja história é digna de um verdadeiro conto natalino.

Fonte: braziliantimes.com

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