Publicado em 21/03/2016 as 3:21pm
Brasileiros denunciam golpe de remessa de dinheiro em Framingham
A loja brasileira Alternativa encerrou suas atividades sem dar satisfações aos clientes, causando diversos prejuízos para as pessoas que fizeram remessas em janeiro desse ano
No final de janeiro o encerramento das atividades da loja de
conveniência brasileira Alternativa, localizada no centro de Framingham,
assustou muitos clientes da região. A loja tinha diversas atividades, entre
elas o envio de remessa de dinheiro para o Brasil (serviço muito utilizado pela
nossa comunidade). Esse ano com a alta do dólar, a procura por envio de
dinheiro para o Brasil aumentou consideravelmente e com ele número de golpes.
Muitos clientes que se utilizaram desse serviço nessa loja no final de janeiro
estranharam a demora para o valor ser creditado no Brasil e quando retornavam
até o estabelecimento para reclamar e procurar saber o motivo da demora
verificavam a que a loja já havia fechado as portas, ou seja, não existia mais
sendo assim não teriam a quem recorrer para reclamar sobre o destino do
dinheiro que supostamente teria sido enviado.
Foi exatamente o que aconteceu com alguns moradores da cidade de
Framingham que, indignados nos procuraram para denunciar o caso. A primeira
denúncia foi feita foi um casal Paulo Silva e Sueli Silva, clientes do
estabelecimento que já haviam feito uso do serviço de remessa anteriormente e
que, até então, os valores enviados haviam sido creditados sem nenhuma
intercorrência. Como não tinham tido nenhum problema, voltaram a loja no início
do ano para fazer uma nova remessa. Como da primeira vez, ao final da operação
ficaram com um recibo e tudo parecia ter procedido de forma normal e correta,
até que observaram que o último valor enviado por eles, não havia chegado na
conta no Brasil. “Não percebemos que o recibo que o dono nos deu da primeira
vez era diferente desse último, que nem o timbre com o nome da empresa de
transferência tinha. Na hora não percebemos, mas até a assinatura do recibo era
diferente, sendo que foi o dono que nos atendeu também das outras vezes”,
relatou Paulo. O prejuízo total foi de $973,25, incluindo a taxa de $10 pela
remessa, com a cotação do dólar a $4 (valor pago teoricamente na data pela
loja), o valor a ser creditado no Brasil e que nunca chegou, seria de R$3.853,
conforme consta na nota fria que o denunciante recebeu e que fez questão de
apresentar para o Jornal, como uma das provas do golpe.
Mediante a denúncia com a apresentação de recibos e extratos bancários,
onde pudemos verificar a diferença dos documentos, assim como das assinaturas e
o não recebimento do valor na conta através dos extratos do período, o
Brazilian Times foi a Framingham atrás de informações do estabelecimento e do
até então proprietário, para apurar o caso e assim ouvirmos o que ele tinha a
dizer em sua defesa e como faria para resolver o caso. Como pudemos verificar
que realmente a loja já não existia no endereço que constava nos documentos,
procuramos saber com estabelecimentos brasileiros vizinhos, onde tivemos a
informação de que não só muitos clientes da loja compareceram ao local para
reclamar do mesmo problema, mas também fornecedores e prestadores de serviços,
para cobrarem dividas e também se surpreenderam com o fechamento da loja.
“Muitas pessoas já vieram nos perguntar sobre essa loja dizendo que o dono
fechou com dividas e sem dar satisfação de nada. Pelo que os outros
comerciantes comentam, ele foi para o Brasil, passou mais de um mês por lá, mas
já está de volta na região, trabalhando em outras áreas”, relatou a funcionária
de uma loja vizinha que preferiu não se identificar.
A informação de que estávamos apurando o caso se espalhou rapidamente,
foi quando uma empresa que prestava serviços para a loja nos ligou, confirmando
a informação de que a loja fechou sem prévio aviso e que eles também tiveram um
prejuízo de pelo menos $5000 que não foi pago conforme acordado entre as
partes.
Enquanto buscávamos mais informações, outra vítima também nos procurou
para contar sua história, que ocorreu na mesma semana do casal que fez a
primeira denúncia. Só que dessa vez com um prejuízo ainda maior, a brasileira
E. O (que preferiu ter sua identidade preservada) compareceu a loja para fazer
um envio para a filha no Brasil de mais de $4000, valor que nunca chegou ao
destino final. “Lembro-me que fui muito bem atendida pelo proprietário da loja,
fiquei encantada com sua atenção. Chegou a dizer que estava pagando até melhor
do que a cotação estava naquele dia... Trabalhei muito para juntar esse
dinheiro. Ele seria investido para ajudar a trazer minha filha que não vejo a
anos para cá”. A mulher relata que depois de muito insistir, conseguiu falar
com o dono da loja por telefone, mesmo depois da loja já estar fechada e que
sua filha no Brasil, chegou a conseguir informações do paradeiro e pediu
satisfações do dinheiro através das redes sócias. “Ele só enrola, não admite
que ficou com o dinheiro. Diz que foi a empresa que recebe lá no Brasil que não
repassou, se fazendo de vítima”, relatou a vitima indignada.
Tentamos por diversas vezes entrar em contato com o proprietário da
loja por telefone, para mais uma vez tentar ouvirmos o que ele tem a dizer e
como ele iria resolver o prejuízo causado a esses clientes, mas mesmo após
deixarmos diversos recados, não obtivemos retorno até o fechamento desta
edição.
As vítimas que denunciaram o ocorrido para o Brazilian Times, já deram entrada com uma ocorrência na polícia e agora aguardam a investigação do caso.
Fique atento as informações em seu recibo para não cair em golpes
Muitas vezes na correria do dia-a-dia não prestamos atenção em pequenos
detalhes que lá na frente poderão fazer toda a diferença, principalmente quando
se trata de envio de valores para outros países. Quando fizer uma remessa de
dinheiro, verifique se o recibo fornecido pelo estabelecimento tem o
timbre/logomarca da empresa responsável. Verifique também se esse recibo possui
um número de remessa, o valor total do envio (descrito em dólares e em reais),
a cotação do câmbio do dia, assim como os dados de quem irá recebê-lo no Brasil
e no local da assinatura do responsável pelo estabelecimento ou atendimento,
deve haver o nome de forma legível e a assinatura. Dessa forma, caso haja
qualquer problema de atraso ou mesmo do estabelecimento estar fechado, você
terá condições de recorrer diretamente na empresa que finalizou o envio do
valor.
Fonte: braziliantimes.com