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Publicado em 6/04/2016 as 5:00pm

Brasileiro em cruzeiro filma resgate impressionante de imigrantes que tentavam entrar nos eua

Grupo ficou 22 dias à deriva no mar do México. O brasileiro gravou gritos de ajuda e resgate de 18 pessoas; 9 morreram.

"Água! Socorro! Água! Água!” O brasileiro George Sadok acordou com gritos pedindo ajuda na cabine do cruzeiro em que estava com a esposa e o filho de cinco anos indo da Flórida para o México. Era madrugada e ele tinha dormido com a porta da varanda aberta, para circular o ar.

“Pulei da cama. Fui até a varanda e me deparei com uma embarcação extremamente precária, com a vela estendida”, conta ele.

Era um barco de madeira com cubanos que tentavam fugir para os Estados UNidos, mas acabaram se desviando em direção ao México. O grupo estava à deriva havia 22 dias, sem água nem comida. O barco tinha 18 pessoas, entre homens, mulheres e crianças – segundo eles, outras nove morreram no caminho e foram obrigados a jogar seus corpos ao mar.

Os sobreviventes foram resgatados pela tripulação do navio de cruzeiro onde estava George. O brasileiro, um piloto de avião de 41 anos natural do Rio de Janeiro, gravou a operação.

A Guarda Costeira dos EUA e a Royal Caribbean, empresa à qual pertence o navio, confirmaram o resgate, que ocorreu no dia 18 de março. Segundo informações oficiais, os migrantes sofriam de “desidratação severa” quando encontrados.

 

Urina para sobreviver

Segundo George, a operação completa durou cerca de uma hora e meia. “Eles tiveram dificuldade para embarcar as pessoas em função da condição de saúde delas. Elas disseram que beberam urina para sobreviver”, conta o brasileiro.

Ele relata que o barco improvisado, de cerca de 9 metros de comprimento, tinha um buraco em um dos lados e estava perto de afundar. Os ocupantes não usavam coletes salva-vidas nem tinham instrumentos de navegação.

Uma vez a salvo, os cubanos foram atendidos pelo médico do navio e receberam os cuidados básicos. Em terra, foram entregues a autoridades mexicanas. Não foi informado o destino desses migrantes, mas normalmente eles são deportados para o país de origem.

O brasileiro diz que o comandante, um norueguês com 40 anos de experiência, relatou que nunca tinha vivido uma situação semelhante. “Conversamos com ele e seus olhos se encheram de lágrimas”, conta.

George e a família também se emocionaram. “Aquilo não saía da nossa cabeça, pensar na disparidade, na desumanidade. A gente lá em um clima de férias e ver essas pessoas que não têm nada, que se colocam em tal situação de risco em busca de uma vida melhor. Foi chocante para nós”, diz.

 

 

Aumento de tentativas de fuga

A Guarda Costeira dos EUA informou, segundo a Reuters, que ocorre um aumento nas tentativas de imigração ilegal de cubanos para os EUA desde que as relações diplomáticas foram restabelecidas entre os dois países, em 2014.

A imprensa americana atribui o fenômeno ao temor de que os EUA deixem de aplicar em breve o Cuban Adjustment Act (ato de ajustamento cubano), que dá status de refugiados aos cubanos que conseguem chegar a solo americano.

Com isso, cubanos que querem migrar para os EUA ilegalmente correm para tentar chegar lá enquanto a lei ainda é válida.

 

Fonte: braziliantimes.com

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