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Publicado em 22/06/2016 as 9:00am

Imigrantes não identificados mortos na fronteira são cremados

Como o Terrace Park Cemetery não comporta mais corpos de "imigrantes indigentes", a direção do local decidiu cremar os próximos

Em um pedaço de terra no final do Terrace Park Cemetery, em Holtville, foram enterrados os restos mortais de centenas de imigrantes não identificados, segundo informou as autoridades no início desta semana. A maioria deles morreu sozinho no deserto Imperial Valley ou nas montanhas, quando tentavam atravessar ilegalmente a fronteira entre os Estados Unidos e o México.

Ainda segundo os registros das autoridades, alguns morreram afogados e outros com sede ou devido a exposição exagerada ao calor extremo. Cada local onde foi enterrado um imigrante foi marcado com um grande tijolo, com a inscrição “John Doe” ou “Jane Doe”.

O local tem um contraste gritante com o gramado, bem conservado, na frente do cemitério, onde as flores e outras lembranças decoram as lápides que marcam cada sepultura. O local fica a cerca 125 milhas (201 quilômetros) a leste de San Diego e é um dos poucos lugares oferecidos para enterrar imigrantes não identificado que morreram em solo estadunidense.

Mortes de imigrantes são comuns no deserto Imperial Valley, onde as temperaturas de verão chagam a ultrapassar os 100 graus Fahrenheit (quase 38 graus Celsius). Como o local não tem mais espaço para enterrar mais indocumentados, funcionários do cemitério afirmam que sempre que imigrantes mortos são encontrados, eles são cremados e suas cinzas espalhadas no mar.

A imigração ilegal através da fronteira mexicana havia reduzido, mas nos últimos meses as autoridades alertaram para o crescente número de pessoas que capturadas na travessia ou mortas no deserto.

Como não há identificação, as autoridades não sabem informar qual a nacionalidade dos imigrantes enterrados ou cremados. Mas acredita-se que são de vários países da América Latina e do Sul, inclusive o Brasil.

Alguns críticos combatem as cremações, pois todas são financiadas pelo contribuinte e segundo eles isso “está onerando os cofres públicos e deixando a Cidade com menos dinheiro para investir em necessidades mais importantes”.

O Condado Imperial começou a financiar enterros no Terrace Park, para indigentes, no ano de 1995, após não haver mais espaço para tais enterros no Evergreen, segundo Chuck Jernigan, superintendente dos cemitérios do distrito.

Cerca de 240 pessoas não identificados foram enterrados no Terrace Park, embora Jernigan salientou que nem todos eram imigrantes que morreram durante a travessia da fronteira. "Há pessoas lá que não eram de um país estrangeiro, mas que nunca foram identificados", disse.

Além disso, mais de 280 pessoas identificadas são colocadas para descansar no mesmo local, muitas vezes porque as suas famílias não têm os recursos financeiros para pagar um funeral e sepultura em outro lugar.

Registros das autoridades dos EUA, durante o ano fiscal de 2015, cerca de 240 pessoas morreram ao longo da fronteira com o México, que inclui os setores da Patrulha de Fronteira, abrangendo o sul da Califórnia, Arizona e Texas. A preocupação aumenta coma chegada do verão e a constante travessia de imigrantes em regiões desertas e com calor intenso.

Fonte: braziliantimes.com

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