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Publicado em 19/07/2016 as 10:10pm

Morre aos 75 anos o jornalista Eliakim Araújo

Câncer diagnosticado há apenas um mês e meio vitimou na Flórida o respeitado profissional de imprensa

Um dos mais conhecidos e respeitados profissionais do jornalismo brasileiro nos Estados Unidos, Eliakim Araújo perdeu, no último domingo, a batalha para um câncer no pâncreas. A doença diagnosticada havia apenas 45 dias e com metástase para o fígado e vias biliares, chegou a ser tratada com quimioterapia, e, no curto período em que ficou hospitalizado, Eliakim foi encaminhado às pressas três vezes à UTI.

Mineiro de Guaxupé, Eliakim Araújo Pereira Filho era formado em Direito pela FDB (antigo nome da UFRJ), do Rio de Janeiro. Mas sua paixão pela locução e pelo jornalismo o fez enveredar por rádios e televisão ainda jovem. Aos 20 anos, conseguiu seu primeiro emprego numa rádio, enquanto ainda cursava Direito. Passou pelas Rádios Continental, Eldorado e Rádio JB, onde foi locutor por quase 20 anos. Em 1983, entrou na Rede Globo, depois passou pela Manchete, SBT, CBS e Record, sempre em pontos chaves do telejornalismo. Foi na Globo onde ele conheceu a jornalista Leila Cordeiro, que viria a se tornar sua esposa e companheira até seu último dia de vida. Os dois formaram o par mais conhecido do telejornalismo brasileiro, tanto na Globo quanto na Manchete, onde também ancoraram o principal telejornal da emissora, e chegaram a receber o carinhoso apelido de ‘casal 20’.

O casal mudou-se para os Estados Unidos em 1997 para trabalhar como âncoras do canal CBS Telenotícias, que tinha um telejornal apresentado em português. Após o fim do contrato, resolveram ficar. Sempre envolvidos com a informação, criaram logo em seguida um site de notícias chamado “Direto da Redação”, operado por uma dúzia de amigos jornalistas sediados em diversas partes do mundo, onde a informação e a liberdade de opinião casavam da melhor maneira possível. Dez anos depois de fundado, o site recebia mais de 30 mil visitas ao mês. Ultimamente, o casal vinha apresentando o programa “Conexão América” pela internet, cobrindo esportes, cinema, negócios, economia, imigração, política, moda, arte e saúde,

Sempre coerente com suas convicções, Eliakim Araújo foi um dos poucos jornalistas brasileiros na América que, além de votar em Dilma Rousseff, denunciou a trama entre a alta burguesia, os barões da mídia e a parcela corrupta da Câmara e do Senado para tirar-lhe o cargo recebido legitimamente do povo. Certa vez, cansado de ser obrigado a só informar no Jornal da Globo notícias caluniosas e mesmo infundadas contra Leonel Brizola, o locutor levantou o papel em frente às câmeras para mostrar aos telespectadores que aquilo que falava não era sua opinião, mas sim o que os interesses políticos e corporativos da Globo queriam que ele lesse. Numa entrevista ao Jornal da ABI, em setembro de 2011, Eliakim foi bem taxativo sobre esses posicionamentos que suscitavam conflitos. “O conflito nunca me incomodou. Eu acho que é importante estar sempre na luta. Nunca se acomodar”, disse ele ao entrevistador, Francisco Ucha.

A família decidiu atender o desejo do jornalista em seus últimos dias de vida: ao invés de velório de corpo presente, seu corpo será cremado e suas cinzas serão jogadas no mar de Fort Lauderdale, em uma cerimônia em que familiares e amigos se vestirão de branco e farão suas orações para relembrar o grande profissional e amigo que Eliakim foi em vida.

Fonte: Gilvan De Sergipe

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