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Publicado em 24/08/2016 as 3:00pm

Após 11 anos, família ainda procura por brasileiro que desapareceu na fronteira

O caso aconteceu em agosto de 2005, mas a filha nunca perdeu a esperança em reencontrar seu pai

Após ver uma publicação na comunidade brasileira do Facebook Bazar Boston Novo, na qual uma filha, que mora no Brasil, procurava por notícias de seu pai que reside em Massachusetts, a brasileira Kelyn Lima da Silva tomou coragem e também fez uma publicação a procura de seu pai.

O catarinense, natural de Içara, Paulo Sergio da Silva, 46 anos, saiu do Brasil em 23 de agosto de 2005 para arriscar-se a fazer a travessia do México para os Estados Unidos e desde então ninguém teve mais notícias a respeito dele.

No Brasil, Paulo trabalhava na área gráfica. Ele é filho de Isabel da Silveira Silva e de Felipe Antônio da Silva, é casado com Erilda Jaime Lima da Silva, com que teve outras duas filhas, além de Kelyn. “Na época eu tinha 14 anos, minha irmã mais velha tinha 15 e a mais nova estava para completar seis anos”, conta Kelyn. “Tem sido muito difícil... As datas comemorativas já não são as mesmas quando perdemos alguém e não sabemos se essa pessoa está viva ou morta, mas ainda tenho esperança que irei encontrá-lo. Sei que isso é muito doloroso para nós da família, mas nunca perdi minhas esperanças”, continua.

Desde a chegada de Paulo ao México, a família recebeu apenas duas ligações. Uma vinda da Cidade do México, no dia 25, e a segunda e última, no dia seguinte, quando ele relatou estar hospedado no hotel Califórnia, na cidade de Nueva Laredo, com mais quatro brasileiros. A reserva de quarto do hotel estava em nome de Ramon Saragosa, supostamente brasileiro. Na época o hotel não quis dar muitas informações, se limitando a dizer que recebia muitos brasileiros todos os dias.

A família tinha informações que Paulo se encontraria com uma mulher “coiote” cujo o nome era Wendy. Ele já havia contratados os “serviços” dela no Brasil, mas segundo relatos, o brasileiro teria saído do hotel naquele dia na companhia de dois outros “coiotes”, cujo os nomes não foram revelados.

O plano era entrar pelo Texas e seguir para Washington, onde o rapaz encontraria com a sua cunhada, porém esse encontro nunca aconteceu. Na época, Paulo tinha dois irmãos que moravam em Massachusetts. A redação do Brazilian Times entrou em contato com uma irmã de Paulo, Cátia Laurindo, que atualmente mora em Milford (MA). Ela relatou que nunca apoiou o irmão a vir pelo México, pois achava muito arriscado e perigoso. “Ele chegou a me pedir dinheiro emprestado para vir. Eu não emprestei porque não queria incentivá-lo nessa aventura perigosa. Ele não chegou nem se quer tentar tirar o visto”, afirma.

Cátia conta que, na época, a família buscou desesperadamente por notícias que levassem ao paradeiro de Paulo. “Demos entrevistas para rádio, TV, jornais. Até um deputado brasileiro foi até o México tentar obter alguma informação”, acrescenta. Ela também entrou em contato com mexicanos, pois pretendia ir a Nueva Laredo em busca de informações sobre desaparecimento do irmão. “Os próprios mexicanos me aconselharam a não ir, dizendo que se eu fosse, eu também poderia não voltar”, relembra emocionada. “É muito difícil conviver com essa incerteza do que aconteceu. Só quando passamos por uma situação como essa na família, sabemos o quão difícil é não ter notícias de uma pessoa da família. Ainda existe esperança. Sei que se passaram muitos anos, mas queremos ter qualquer pista que nos leve a saber o que aconteceu, qual o motivo do desaparecimento do meu irmão, por pior que possa ser a notícia”, finaliza.

Se através das informações relatadas nessa reportagem, ou mesmo através das imagens de Paulo alguém tiver qualquer informação a respeito do caso, ligue para (857) 225 4787.

Fonte: Thais Partamian Victorello

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