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Publicado em 2/10/2016 as 6:00pm

Brasileira diz que foi humilhada e que ficou detida nos EUA: 'Foi horrível'

Jovem de São Vicente viveu legalmente no país por dois anos como babá. Com visto válido até 2022 ela retornava ao país para pegar pertences

Uma brasileira afirma ter sido humilhada e constrangida por autoridades americanas ao desembarcar no aeroporto de Detroit, na última quarta-feira (28). A jovem de 23 anos, moradora de São Vicente, no litoral de São Paulo, ficou mais 10 horas no aeroporto e foi impedida de entrar no país, mesmo com visto de turista válido até 2022. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores informa que não foi comunicado do ocorrido.

Acompanhada de policiais americanos, a professora de inglês, que prefere não ser identificada, retornou ao Brasil nesta sexta-feira (30) e contou que foi tratada como uma criminosa, mesmo depois de ter trabalhado legalmente, com visto de trabalho, por dois anos como babá em uma casa de família nos EUA sem envolvimento em nenhuma irregularidade naquele período.

Desta vez, no entanto, a estadia duraria cerca de uma semana, já que a passagem de volta já estava comprada para terça-feira (4). O bilhete de ônibus entre New York e a cidade de Boston, onde ela ficaria, também estava em mãos, mas não foi usado.

“Eu morei entre 2014 e 2016 em Boston, nos Estados Unidos, cuidando de três crianças no programa de intercâmbio Au Pair com visto para trabalho nesse período. Com o fim do contrato, voltei para o Brasil em fevereiro para dar aula de inglês, mas como deixei muitas roupas e objetos pessoais em Boston, decidi voltar para buscar. Estava com visto de turista. Não ficaria nem uma semana lá e, quando cheguei no aeroporto quarta-feira, fui abordada como criminosa. Só faltou me algemarem”, destaca a professora.

Ao desembarcar em solo americano, a brasileira disse que passou pela imigração e apresentou os documentos necessários. Em seguida, foi encaminhada para uma sala do departamento de segurança local junto com outros quatro brasileiros, sendo três mulheres e um homem. Todos passaram pelo mesmo constrangimento, segundo ela.

“Como eu entendo inglês, começaram a me fazer várias perguntas sobre a viagem, depois pegaram meu celular, olharam todas as conversas em aplicativos e e-mails. Respondi um questionário e mesmo assim disseram que eu estava mentindo sobre a minha ida e que meu nome e documentos eram falsos. Eu só queria buscar minhas coisas”, disse.

Visto cancelado

Após o interrogatório, a jovem conseguiu falar por telefone com a mãe que estava no Brasil. Chorando, ela revelou que havia ficado presa em uma cela e que o visto de turista havia sido cancelado. Já o retorno ao Brasil seria em questão de horas. Um verdadeiro "bate e volta".

"Foi uma sensação horrível. Até foto minha naquela parede branca de criminoso fichado eles tiraram. Me colocaram numa cela minúscula com câmeras de segurança e só me deram um lanche para comer porque eu dei 10 dólares para comprarem. Tentei argumentar de todos os jeitos, mostrar documentos, mas foram irredutíveis".

Sem esperança de entrar no país para pegar os pertences, a jovem foi avisada que teria de retornar ao Brasil ainda na quinta-feira (29). Ela e outros quatro brasileiros foram colocados em um voo para Atlanta, também nos EUA.

"Quando a gente desceu do avião vi cinco policiais esperando por nós com nossos passaportes na mão e todos os passageiros olhando. Tivemos que descer na pista e fomos levados para uma outra sala secreta. Andei num carro da Polícia com câmeras, enquanto eles (americanos) ironizavam os brasileiros", lamenta.

Mesmo com o visto cancelado, a professora ainda pode entrar nos EUA caso consiga um novo visto americano. Apesar da possibilidade, a brasileira disse que não pretende passar pelo constrangimento novamente. "Prefiro não arriscar. O que tinha para curtir lá eu já curti. É imoral o jeito que fui tratada. Eles brincam e ironizam os brasileiros porque a maioria não entende. Foi uma humilhação", finaliza.

Itamaraty

O Ministério das Relações Exteriores acrescenta que não foram registrados contatos com o núcleo de assistência a brasileiros, na sede do Itamaraty em Brasília, e nem com o Consulado-Geral do Brasil em Chicago, responsável também pela região de Detroit.

Fonte: Da redação

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