Publicado em 11/09/2017 as 10:00am
O drama do menino catarinense nos Estados Unidos
João Lucca vai completar um ano na quarta-feira.
João Lucca vai completar um ano na quarta-feira. Mas não poderá comemorar ao lado da mãe e do pai. Nascido em na cidade de Sombrio, em Santa Catarina, e vivendo há três meses nos Estados Unidos, o menino não está com Viviane e Logans. Os três partiram no primeiro dia de junho rumo ao sonho de ganhar a vida na América do Norte e 90 dias depois de iniciar a nova fase os pais perderam o chão.
“A saudade e a dor da injustiça são insuportáveis”. O desabafo de Viviane Martins dos Santos, a mãe da criança que desde o dia 31 não pode alimentar, cuidar nem ver o próprio filho, ganhou as redes sociais com grande repercussão.
Ela atendeu o Portal Engeplus direto de Albington, na manhã deste sábado. Tudo começou no dia 29 de agosto. A vida corria com trabalho mas harmonia para o casal e o pequeno filho. Ela trabalhando em um hotel, ele em uma oficina de chapeação de automóveis. O menino, enquanto isso, sob os cuidados de uma babá. Até que, na data fatal, um problema com a criança fez iniciar o processo traumático.
Como foi
“Perto do meio dia, a babá me ligou dizendo que meu filho teria acordado para almoçar com um vermelhinho no rosto. Perguntei se podia ser febre, ela respondeu que não”, conta Viviane. “Mais tarde, deixei o hotel e fui até onde estava meu filho, quando vi ele com várias manchas vermelhas e algumas roxas pelo rosto”, detalha. “Ela disse que nada havia acontecido, e que ele devia estar com alguma alergia. Depois vi uma marca na barriga que parecia ser de quatro dedos, tirei meu filho de lá e fui até o meu marido”, completa a mãe. Dali, partiram até um hospital onde as enfermeiras acionaram o Departamento da Criança e da Família de Boston. “Pensei que me ajudariam, mas eles acabaram tomando a guarda do meu filho”, relata, desesperada.
Desde o dia 31, quando a criança passou a ficar sob posse do departamento citado, a mãe e o pai, Logans Aguiar da Cunha, só conseguiram ver o menino uma vez. Foi na quinta-feira, por uma hora, na Corte de Boston. “Haveria uma audiência, cancelada por falta de intérprete”, diz a mãe. Confira abaixo a entrevista que ela concedeu ao Portal Engeplus hoje:
Portal Engeplus – Como você e o pai do menino estão?
Viviane Martins dos Santos – Desesperados. Nosso filho está com eles desde o dia 31 e só na audiência de quinta-feira eles vão decidir se o João Lucca volta para casa ou não. Estamos contando com advogados do Estado aqui. Isso tudo é a pior coisa do mundo. Estamos com muito medo.
Portal Engeplus – E como o João Lucca está?
VMS – Não sabemos nem onde ele está. Ele foi encaminhado para a casa de uma família que o governo paga para acolher, mas não sabemos nem quem são essas pessoas.
Portal Engeplus – O que aconteceu com o João Lucca que ele estava vermelho?
VMS – A babá não esclareceu. Foi tudo muito estranho pois ele estava muito bem quando o entregamos lá, mas ela andou dizendo que ele chegava com marcas. Não é verdade, tanto que eu me assustei com o que vi aquele dia.
Portal Engeplus – Vocês pensam em voltar para o Brasil?
VMS – Não sabemos ainda, achamos que sim, mas só depois de terminar essa luta pelo nosso filho. Estou chocada com tudo o que aconteceu, não temos mais vida aqui desde o dia 31 quando ele foi tirado de nós. A saudade e a dor da insjustiça são insuportáveis.
Portal Engeplus – Tem alguma conversa com os advogados?
VMS – Só vamos conseguir falar com eles no dia da audiência, antes não é possível. Eu creio em um milagre, pois somente isso vai resolver a situação. Essa nossa audiência será contra o Departamento da Criança e da Família aqui na Corte de Boston.
Portal Engeplus – Vocês só viram o João Lucca uma vez desde o dia 31?
VMS – Sim, foi na quinta-feira, uma hora acompanhados de uma assistente social. Era para ter a audiência mas como não havia intérprete eles transferiram para a próxima quinta, um dia depois do aniversário dele.
Portal Engeplus – Obrigado, Viviane. Boa sorte a vocês.
VMS – Pedimos a oração de todos, só queremos nosso filho, nossa maior riqueza de volta.
Fonte: engeplus.com.br