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Publicado em 18/09/2017 as 3:00pm

Edel Holz completa 50 anos em grande estilo

A atriz recebeu convidados e amigos encenando a peça "A Flor Cômica" no Arts at Armory.

Edel Holz completa 50 anos em grande estilo Edel e a filha Sophia.

Um nome respeitado e conhecido não só pela comunidade brasileira residente nos Estados Unidos, mas com uma carreira de sucesso também no meio teatral e televisivo do Brasil, a atriz e dramaturga mineira Edel Holz completou 50 anos e para celebrar encenou a peça "A Flor Cômica ", no teatro Arts at Armory em Somerville (MA) na última sexta-feira, e, após o espetáculo, conversou, cumprimentou e ganhou o carinho dos convidados e amigos. "Vim para os Estados Unidos para fazer cinema e acabou que eu me peguei aqui casada, com filho e ilegal. O dia que consegui o green card foi uma vitória pra mim porque eu pude ir na minha cidade ver a minha família, todo mundo vivo ainda", diz a atriz. A reportagem do BT entrevistou Edel, ganhadora de vários prêmios, inclusive o Brazilian Press Award.

BT: Como se sente ao completar 50 anos?

Edel: Eu nunca me imaginei na meia idade. Não me sinto velha.Hoje em dia ,mulheres de 50 são jovens ainda. Sou uma sonhadora. Acredito que a vida ainda me dará muita alegria como me deu e continua me dando em abundância. Dá medo de não ter tempo suficiente pra todos os projetos que tenho em mente, como ter minha casa própria, ver Sophia crescer, se formar, casar(ou não) ter filhos (ou não), mas estar com ela por muito tempo.

BT: Você não aparenta a idade que tem. Como se cuida?

Edel: Agora estou me cuidando mais por causa de um refluxo chato e muita coisa que não posso comer.Tomo muita água,adoro bambolê. Bamboleio 100 vezes pela manha e 100 vezes a noite. Caminho pelo menos 3 vezes na semana por meia hora. Não bebo nada quando estou comendo. Minha ultima refeição é às 7 da noite. Como vegetais e frutas orgânicos, quinoa, lentilha. Cortei carboidrato, café, doce, tomate, brócolis, embutidos, etc. Cervejinha só no fim de semana e moderadamente.

BT: Quando você descobriu a vontade de atuar e fazer parte do mundo artístico?

Edel: Desde que eu nasci. Meu irmão Gustavo era ator, diretor de teatro, professor, carnavalesco, cantor, um gênio. E eu acompanhava o movimento dos ensaios das peças. Ele me colocava de cabide de enfeite nos musicais porque me achava muito estabanada. Quando ele fez comigo 'Mulheres Comédia da Vida Real', dirigido por mim em Passos foi muito bom contracenar com esse gênio e grande ator. Um irmão inesquecível. Quando fiz 20 anos fui assistir ao show do Supertramp no Rio e me apaixonei pela cidade. Arrumei emprego, lugar pra morar e iniciei curso de teatro na CAL (Casa das Artes de Laranjeiras) e não voltei mais.

Edel foi condidada do Programa do Jô duas vezes.

BT: Quais são os momentos que você considera mais importantes em sua carreira?

Edel: "A Flor Cômica" ão poesias cômicas. Só eu faço isso. É meu diferencial. O engraçado é que a primeira vez que interpretei essas personagens tinha 30 anos. Passei pelos 40 e agora cinquentona.

"Mãe e Filha,o Maior amor do Mundo", que dividi o palco com minha filha Sophia, talentosíssima atriz e ainda canta muito.

Dividir o palco com meu irmão em "Mulheres" e depois em "O Tabuleiro do Ary". Dois textos meus.

Outro momento inesquecível foi "O Incidente em Antares" na Globo, meu primeiro trabalho na casa. Uma verdadeira aula de interpretação com um elenco deslumbrante: Fernanda Montenegro, Marília Pera, Paulo Goulart. Tanta gente...

"O Casar pra que? Pra que casar?'" com Anderson Joubert também é um marco. "Brega é quem me diz" com Sidney Magal,"Mulheres" com Stênio Garcia e "Os Silva na America" , que sempre é um prazer fazer.

BT: Como e seu processo de preparação para atuar?

Edel: Leio o texto várias e tento decorar para que a personagem tenha sua liberdade.E daí, me divirto ao criar a personagem porque a gente precisa se divertir em cena. Esse é o grande segredo do ator.

BT: Quais as personagens que você criou que se parecem com você no modo de ser?

Edel: A hipocondriaca (tenho mania de doença, mas não de remédio.Odeio remédio.
A Neurótica(tenho medo de tudo).
A cinquentona.
Na verdade todas elas tem muito a ver comigo, nasceram da minha cabeça e do meu coração.

Atriz e dramaturga Edel Holz.

BT: Em sua vida pessoal, quais os momentos marcantes?

Edel: As mortes dos meus entes queridos. Uma barra horrorosa para segurar, vem depressão, ansiedade. Um horror.
O Nascimento da minha filha na água dentro de uma banheira da maternidade em frente ao Cambridge Hospital foi a coisa mais linda do mundo. Meu casamento com Fernando Holz. A volta a Passos depois de 7 anos de ilegalidade. Os aniversários da minha filha. Todos eles.

BT: Quais pessoas influenciaram e influenciam suas decisões profissionais?

Edel: Eu nunca engavetei um texto e isso me da muito orgulho. Andreza (Moon) é minha parceira no Teatro Brasileiro de Boston e ela me acha maluca quando eu ponho um trem na cabeça, eu faço no matter what. No início ela fala que é loucura, que tá fora,mas depois ela encara o desafio junto comigo.

BT: Como o Teatro Brasileiro de Boston mudou sua vida?

Edel: Não mudou somente a minha vida mas de muita gente. Das pessoas que assistem ao espetáculos, as crianças e adultos que fazem parte das peças. Hoje, se as peças de fora que vem pra cá têm público é por causa do trabalho que estamos fazendo há 15 anos educando as pessoas a irem ao teatro, dando aula de interpretação e apresentando 3 ou 4 espetáculos por ano de todos os gêneros: comédia, drama, adulto e infantil.

BT: Ser atriz é um dom ou você pode aprender a arte da interpretação?

Edel: É um dom que nasce com a gente. Hoje em dia vemos carinhas bonitas se transformando em ator/atriz sem terem passado pelo teatro.

O teatro deveria ser obrigatório nas escolas porque nos ensina a sermos melhores a cada dia.

BT: Fale sobre o espetáculo a 'Flor Cômica'. Que destaque esta peca tem sua vida?

Edel: "A Flor Cômica" nasceu em 1997 em São Paulo depois que sofri uma baita decepção amorosa. Escrevi as personagens, mostrei ao Tadeu Di Pietro e a Rosi Campos e eles me dirigiram num pocket delicioso que estreou no café do Teatro dos 4 (Shopping da Gávea, RJ) e depois no café do Teatro Arena. Ganhei muitos prêmios. Viajei o Brasil inteiro. Fui ao Programa do Jô em 1999 (SBT) e em 2008 (TV GLOBO). As pessoas me cumprimentavam no fim do espetáculo dizendo que eu era demais e que tinha muito talento. É sempre um presente para eu mesma e para o público esse trabalho, porque me dou inteira e amo fazer. E entrar os 50 interpretando 11 Mulheres,uma atrás da outra, é uma delícia.

Quero agradecer Andreza (Moon) que deu a alma para fazer essa festa-teatro dar certo. A todos os patrocinadores. Aos atores Robson Lemos e Fernando Araújo que interpretam a visão masculina dentro do universo feminino. Ao meu marido Fernando Holz (Voz /violão) Gilceia Paes, Lucimar Araújo e minha filha Sophia, que irradia raios de sol com sua alegria.

BT: Quais são os principais projetos em que você esta envolvida atualmente?

Edel: Temos uma peça infantil para o dia 29 de Agosto no Art at Armory. A grande novidade será a volta de "Os Silva na América" semanalmente pelo Facebook no canal Negócio Fechado todas as quartas das 10 às 11 da noite ao vivo online.

Um beijo para os seus leitores e a todos meus fãs.

Fonte: Adriana Sena Sears

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